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Ontem, divulguei na coluna alguns detalhes do jantar de segunda-feira à noite, na Casa d’Agronômica, quando o governador Jorginho Mello (PL) recebeu os deputados estaduais, o deputado federal Fábio Schiochet e o senador Esperidião Amin, da Federação União Progressista.

Pelas primeiras informações, tudo teria ocorrido na mais perfeita ordem, com uma conversa de alto nível entre os participantes. Porém, algumas fontes me relataram ontem que o clima foi extremamente pesado, o que quase azedou o jantar que ocorreu na churrasqueira do palácio oficial do governo.

Primeiro, que Jorginho e Amin tiveram uma conversa dura, que chegou a gerar constrangimento nos deputados presentes. A expressão usada foi que eles “lavaram a roupa suja”, na frente de todos, numa conversa que incluiu até algumas mágoas do passado. Amin reclamou que o governador quer a sua participação na chapa, mas que, ao mesmo tempo, também quer dois outros candidatos ao Senado o apoiando, o que poderá atrapalhar o seu projeto e favorecer Carol de Toni (PL) e Carlos Bolsonaro (PL), situação que ele não irá aceitar.

O senador ouviu, como resposta de Jorginho, que ele (Amin) não se manifestou publicamente se é candidato à reeleição. “Primeiro eu preciso saber se você é candidato ou não, pois até agora eu não vi a sua manifestação.” Mesmo assim, o governador deixou claro que deseja ter Amin e a federação em seu projeto.

Ao falar sobre a situação de Carol de Toni, segundo relatos, Jorginho teria se exaltado ao ponto de ter batido na mesa. Relatou que esteve em Xanxerê, onde almoçou com de Toni e familiares, e que, na oportunidade, deu carta branca para ela mudar de partido, pois não teria espaço para disputar uma vaga ao Senado pelo PL, já que ele não quer lançar chapa pura. “Ela pode sair candidata por onde ela quiser. Eu dei a palavra para o Bolsonaro (Jair) e o candidato do partido é Carlos (Bolsonaro)”, afirmou, completando com uma outra fala mais forte: “Ela faz o que quiser. Eu não sou o dono dela, nem o pai dela, ela que faça o que quiser”, relataram as fontes, destacando que, levado pela emoção, o governador teria até falado um palavrão.

Outro momento de exaltação de Jorginho foi quando negou a possibilidade de Carol de Toni ser a sua vice. E afirmou categoricamente que o vice sairá do MDB ou do PSD, confirmando a informação da outra fonte, que relatou alguns detalhes que divulguei na coluna de ontem. Essa fala de Jorginho, confirmada por mais de uma fonte, deixa claro que a posição do MDB em sua chapa não está garantida, apesar das promessas feitas aos emedebistas.

Encerrado o assunto de Toni, o deputado Fábio Schiochet disse que, para a construção de uma eventual aliança, o governador teria que ajudar com estrutura para a formação da nominata e também para os partidos, afirmando que a federação será o fiel da balança. “‘Não sou milagreiro, não tenho uma varinha que resolve todos os problemas’”, teria respondido Jorginho. Os deputados também esperavam a promessa da liberação de emendas para distribuírem nos municípios onde ficam as suas bases, mas também não houve a promessa.

Ao final, os ânimos esfriaram quando foi servido o churrasco. O encontro encerrou já de madrugada, quando os últimos convidados deixaram a Casa d’Agronômica.

Avaliação

Na avaliação de algumas fontes ligadas à Federação União Progressista, a conversa não agradou. Hoje haveria uma inclinação por ir junto com o PSD. Mesmo assim, o futuro coordenador estadual da federação, deputado Fábio Schiochet, levará aos presidentes nacionais do União Brasil, Antonio Rueda, e do Progressistas, Ciro Nogueira, uma avaliação das conversas que foram realizadas com o PSD e o PL. É possível que Rueda e Nogueira sejam convidados a vir ao Estado para conversar com os dois partidos.

MDB não gostou

Ontem, na Assembleia Legislativa, conversei rapidamente com o deputado estadual Mauro De Nadal (MDB). O parlamentar não gostou do que leu na minha coluna, sobre a fala do governador Jorginho Mello (PL) de que seguirá tentando incluir o PSD em sua aliança. Segundo De Nadal, caso ocorra algo fora do combinado, o MDB lançará candidatura própria ao Governo do Estado. “Sem candidato na majoritária nós não ficaremos”, afirmou.

Morte de pacientes

A informação divulgada ontem pela coluna, sobre o alerta do Tribunal de Contas sobre falhas na regulação das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), que aumentam o risco de morte de pacientes nas unidades de saúde administradas pelo Governo do Estado, chamou a atenção de alguns deputados estaduais. A informação que recebi é que será avaliada a situação, que é gravíssima, pelo fato de, segundo o Tribunal de Contas do Estado, já ter ocasionado mortes por não ter havido a autorização em tempo para que pacientes fossem levados para a UTI. “A análise dos desfechos clínicos evidencia associação entre atraso na regulação e aumento da mortalidade: 16% de óbitos nas regulações tempestivas versus 22% nas intempestivas. Esses dados confirmam que atrasos na autorização de leitos impactam negativamente os desfechos clínicos dos pacientes”, diz o relatório do conselheiro Luiz Eduardo Cherem.

Explicação

A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa precisa convocar o secretário de Estado da Saúde, Diogo Demarchi, para prestar esclarecimentos. O relatório do Tribunal de Contas é chocante, pois deixa claro que pessoas morreram porque não tiveram acesso à UTI por falta de médicos na regulação. A cobrança por explicação carece de urgência, antes que mais pessoas morram.

Mudança de ares

O prefeito de Joinville, Adriano Silva (Novo), se animou com a pesquisa da Neokemp, que o mostrou com 8% das intenções de voto, mesmo não se declarando pré-candidato ao Governo do Estado. Lideranças do partido começaram a abordar o assunto com mais insistência, a exemplo do presidente estadual, Eduardo Ribeiro. Além dele, outro nome que também defende uma candidatura de Silva é o deputado estadual Matheus Cadorin. O parlamentar do Novo me disse ontem, na Alesc, que Adriano já afirma que deseja ser candidato, só não sabe se no próximo ano ou em 2030.

Ligações

Uma fonte ligada ao Partido Novo relatou que, após a pesquisa da Neokemp, o prefeito de Joinville, Adriano Silva (Novo), recebeu diversos telefonemas de empresários do Norte do Estado, principalmente joinvilenses, prometendo apoio caso ele se interesse em disputar o Governo do Estado.

Análise ao vivo

Assista ao SCemPauta no Ar, às 10h. Os assuntos da coluna estarão em destaque no programa apresentado pela jornalista Adriane Werlang, com os meus comentários. Bastidores, análises e denúncias no SCemPauta no Ar, que você acompanha aqui no site ou em nossos perfis oficiais no Instagram, YouTube, Facebook e X.

PSB em busca

O plano número 1 do PSB estadual é o ex-senador Paulo Bauer para disputar o Governo do Estado. Há um entendimento de que Bauer tem o perfil que o partido precisa. Porém, outros nomes também estariam no radar, a exemplo do ex-deputado federal Mauro Mariani, que hoje ocupa um cargo no Badesc, e do ex-governador Eduardo Pinho Moreira (MDB). Os socialistas querem ser uma alternativa para a esquerda, para tentar atrair o eleitor mais de centro.

Simpatia pela ideia

O presidente estadual do PT, deputado Fabiano da Luz, vê com simpatia a possibilidade de um grande projeto de centro-esquerda. Luz entende que é possível, sim, compor com o PSB, que poderia apontar o candidato a governador, tendo uma liderança do PT de vice e Décio Lima ao Senado. A outra vaga deve ser do PSOL, provavelmente do vereador de Florianópolis, Afrânio Boppré.

Opções para vice

Entre as opções para vice, o presidente estadual do PT, Fabiano da Luz, me disse que a prioridade seria a escolha de um dos deputados; porém, admite que nenhum aceitará o desafio. A segunda possibilidade seria um nome histórico, a exemplo de José Fritsch, Paulo Eccel ou Carlito Merss. Caso também não aceitem, a ideia seria um nome novo no partido. Uma das possibilidades seria a professora Joana Célia dos Passos, que é a atual vice-reitora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Ela é a primeira mulher negra a ocupar o espaço.

Suposta tortura

Adelmo de Moraes, policial penal que ocupou cargo de chefia na Penitenciária de Itajaí até maio deste ano, é alvo de uma sindicância aberta pela Secretaria de Estado de Justiça e Reintegração Social (Sejuri) por ter “supostamente faltado com espírito de cooperação e solidariedade com os companheiros de trabalho e também por ter, supostamente, deixado de cumprir, na esfera de suas atribuições, as normas legais e regulamentares”. Moraes, assim como outros três policiais penais, também é investigado pelo crime de tortura desde 2014. O inquérito está entre o Ministério Público e a Polícia Civil e ganhou mais 180 dias para conclusão, em despacho de julho deste ano, do juiz que cuida do caso, Paulo Eduardo Farah, da Vara Regional de Garantias da Comarca de Itajaí.

Investigação

Segundo os dados do processo, o inquérito policial foi aberto para “apurar a prática, em tese, de crime de tortura, supostamente praticado” por Hilberto Antônio Vieira Júnior, Adelmo de Moraes e Sandra Bossardi, que, na época, eram chefes de segurança da unidade prisional, no interior do Presídio Regional de Itajaí, e tendo como vítimas três detentas. O espaço está aberto para a manifestação dos citados.

Orgulho lageano

O Teatro Marajoara ficou pequeno na Sessão Solene da Assembleia Legislativa pelos 259 anos de Lages. Mais de 500 pessoas lotaram o espaço no ato proposto pelo deputado estadual Lucas Neves (Podemos). Entre os homenageados, a prefeita Carmen Zanotto (Republicanos), o presidente da Câmara, Maurício Batalha (Podemos), além de entidades da indústria, comércio e área social. “Um reconhecimento à altura da força e da história da maior cidade da Serra”, disse Neves.

Contorno viário

O presidente da Câmara de Vereadores de Florianópolis, João Cobalchini (MDB), em agenda em Brasília, discutiu, na Agência Nacional de Transporte Terrestre, a iluminação do Contorno Viário da Grande Florianópolis e os problemas da falta de sinal de telefonia móvel ao longo da rodovia. Segundo João, que teve a companhia de seu pai nas agendas, o deputado federal Valdir Cobalchini (MDB), o tema deve ser incluído na repactuação do contrato com a Arteris. “A iluminação deve entrar na repactuação do contrato com a Arteris e, com isso, vamos enviar um levantamento completo com todos os pontos críticos”, afirmou. No Ministério das Cidades, eles solicitaram a liberação de recursos já cadastrados para pavimentação e para a construção de moradias populares.

Leite importado

O Projeto de Lei da deputada federal Daniela Reinehr (PL), que proíbe a venda de leite fluido produzido a partir de leite em pó importado, avançou na Câmara dos Deputados. O deputado Domingos Sávio (PL/MG) foi designado relator na Comissão de Constituição e Justiça e, pelo regimento, deve apresentar parecer em até cinco sessões. A proposta busca encerrar uma prática que, segundo o setor, distorce o mercado, derruba o preço pago aos produtores e fragiliza toda a cadeia leiteira nacional. Paralelamente, cresce nos municípios o movimento em defesa do leite brasileiro. Nas últimas semanas, novas moções de apoio de câmaras de vereadores de Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais chegaram à Câmara dos Deputados.

Servidores protestam

Servidores estaduais dos órgãos conhecidos como “amarelinhos” — ligados ao Sintespe — realizaram ontem um ato de mobilização na Assembleia Legislativa. Eles cobraram isonomia salarial e o fim do que chamam de exclusão histórica que, segundo a categoria, os manteve fora de gratificações e reajustes por mais de uma década. O grupo reforçou que trabalhadores enquadrados na mesma lei e função devem ter os mesmos direitos.

Categoria cobra revisão

Após o ato, os servidores alertaram que as novas propostas de valorização apresentadas pelo Governo do Estado novamente não contemplam o grupo. O Sintespe afirmou que seguirá pressionando o Executivo e o Parlamento para garantir isonomia plena e corrigir distorções internas. A mobilização também serviu para reforçar o recado de que todas as políticas de valorização devem incluir integralmente os trabalhadores da categoria.

Catarinas

A primeira reunião de trabalho do programa Catarinas por Elas, após o lançamento oficial, ocorreu ontem na Casa d’Agronômica. O encontro reuniu a vice-governadora, Marilisa Boehm (PL), e todas as mulheres que integram o primeiro escalão do governo, em uma agenda dedicada ao fortalecimento das políticas de combate à violência contra a mulher. Ao longo da discussão, o governador Jorginho Mello (PL) reforçou a necessidade de integração entre as pastas e pediu empenho redobrado na missão de enfrentar os crimes de feminicídio e outras formas de violência. “Quero a atuação conjunta de todas as pastas, de todas as mulheres que lideram este governo, para integrar ainda mais as ações que já fazemos no combate à violência contra a mulher. E, evidentemente, formular novas ideias e medidas que possam ajudar no objetivo de dar mais proteção, prevenção e resposta rápida a esse problema que tanto nos afeta. Nós, homens, também precisamos encampar essa missão e sempre condenar os agressores”, afirmou.

Transporte

Foi assinada ontem, em Florianópolis, a autorização para a compra de 25 novos ônibus, em acordo firmado entre o Consórcio Fênix e o BRDE. A aquisição faz parte de um investimento de R$ 30 milhões nesta etapa, integrado a um plano global de R$ 90 milhões já aprovados pelo banco. Os veículos seguem o padrão dos modelos recentemente incorporados à frota: ar-condicionado elétrico, câmbio automático, suspensão a ar e carregadores USB. Além disso, todos são equipados com a tecnologia Euro-6 (Proconve P8, no Brasil), que reduz significativamente a emissão de gases de efeito estufa, tornando o sistema mais sustentável.