Tarifaço: medida dos EUA pouco altera cenário em SC; esquerda quer Bauer; propaganda do governo causa mal-estar com a Alesc – e outros destaques
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A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirar a tarifa adicional de 40% para uma série de produtos brasileiros foi recebida como um avanço importante nas negociações comerciais entre os dois países. No entanto, em Santa Catarina, o clima é de cautela: apesar do movimento positivo, o Estado ainda não sente impactos significativos e segue esperando que setores estratégicos sejam contemplados.
A medida, anunciada por meio de Ordem Executiva assinada por Trump, amplia a lista de isenções tarifárias criadas anteriormente em 14 de novembro. Produtos agrícolas brasileiros, como café, carnes, castanha-do-Pará, frutas tropicais, fertilizantes e químicos agrícolas, passam a entrar no mercado americano sem a cobrança adicional.
Segundo análise preliminar da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 238 códigos foram adicionados à lista de isenção da tarifa de 40%. O Brasil exportou para os EUA 80 desses itens ao longo de 2024 — cerca de US$ 3,8 bilhões, o que representa 9,1% do total exportado no período. A ordem também determina ajustes no sistema tarifário americano (HTS), com efeito retroativo a 13 de novembro.
No documento, Trump afirma que a retirada das tarifas é fruto das negociações iniciadas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), destacando que o diálogo entre os governos segue em andamento. Porém, há mais um fator: a inflação nos EUA, que fez cair a popularidade do líder americano.
Insuficiente para Santa Catarina

Embora o setor industrial brasileiro tenha visto a decisão como um passo consistente, Santa Catarina ainda não foi diretamente beneficiada. O vice-presidente da Fiesc, André Odebrecht, avalia que houve um avanço relevante, mas reconhece que o impacto no Estado segue limitado. “Foi uma grande evolução. Café, carnes, frutas, peças para aviões, alguns metais e outros produtos agrícolas foram isentados. Muito bom isso. Porém, os setores mais fortes de Santa Catarina, como madeira e móveis, infelizmente não foram contemplados neste momento”, disse Odebrecht. Ele reforça que, apesar de alguns produtos com menor peso na pauta catarinense — como café, amidos, farinhas e carnes — estarem isentos, os volumes exportados pelo Estado nessas categorias são pouco expressivos. “Em alguns casos pontuais, sim, mas no geral, não. Santa Catarina exporta esses itens, mas em volumes pequenos”, destacou.
Preocupação e expectativa
A avaliação da Fiesc e do setor produtivo é de que cada etapa representa um avanço, mas o caminho para que Santa Catarina seja realmente beneficiada ainda é longo. Os segmentos de madeira, móveis e outros ramos industriais relevantes para o Estado seguem pressionando por isenções. “O cenário é de avanço com essas medidas, porém segue a busca das isenções dos outros setores que realmente beneficiem Santa Catarina. As negociações estão em andamento, mas sempre com muita cautela”, afirmou o vice-presidente da Fiesc, André Odebrecht. Ele reforça que a exclusão dos setores mais relevantes para o Estado representa impacto direto na manutenção de empregos e empresas.
Negociações continuam
A expectativa agora se volta às próximas rodadas de negociação entre Brasília e Washington. A CNI destaca que a ampliação das isenções é um sinal de que os EUA buscam preservar cadeias produtivas integradas e aprofundar o diálogo técnico com o Brasil, o que abre espaço para novas tratativas. Para Santa Catarina, permanece a esperança de que setores estratégicos entrem na lista de futuras isenções — ao mesmo tempo em que cresce a preocupação com a competitividade das indústrias locais caso a exclusão persista. Enquanto isso, o Estado acompanha com atenção.
Análises no SCemPauta no Ar
Quer assistir a uma análise dos assuntos da coluna? Assista ao SCemPauta no Ar, que estará ao vivo às 10h. O programa, que aborda os bastidores, traz análises e denúncias, é apresentado de segunda a sexta-feira pela jornalista Adriane Werlang e conta com os meus comentários. Acompanhe aqui no site ou através dos nossos perfis oficiais no YouTube, Instagram, Facebook e X.
Esquerda quer Bauer

Um jantar no Rancho Açoriano reuniu o presidente estadual do PSB, Níkolas Bottós, os ex-senadores Paulo Bauer e Dário Berger, e o ex-deputado Djalma Berger. Bottós está convencido de que Bauer deve ser o candidato da centro-esquerda ao Governo do Estado. Ele conta com o apoio do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB). Alas do PT, a exemplo do grupo liderado pelo presidente do Sebrae, Décio Lima, também são simpáticas à ideia. A leitura é que somente um nome como Bauer conseguiria atrair votos para a centro-esquerda, quebrando a resistência do eleitor mais de centro, que não quer votar na direita, mas também rejeita o PT. Nesse desenho, Décio iria ao Senado, e o vice também seria um petista.
Projeto diferente
Uma leitura que é feita é que, com duas pré-candidaturas de direita — no caso, o governador Jorginho Mello (PL) e o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD) —, ao indicar uma candidatura de centro-esquerda via PSB, com um nome como Paulo Bauer, que foi vice-governador, secretário de Estado e senador, os olhares se voltarão para um projeto que, até então, não estava no cenário. “É uma campanha que entra leve”, disse uma fonte.
Bauer quer?
Conversei com o ex-senador Paulo Bauer. Ele me disse que não partirá dele qualquer movimento para uma possível candidatura. “As pessoas terão que me convencer. Explicar o porquê querem o meu nome”, afirmou. Questionado se descarta a possibilidade de uma candidatura, ele se negou a responder. Mas deixou escapar que não quer saber de conversas sobre derrotar o governador Jorginho Mello (PL) e nem o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD). “Nunca fui e nunca serei um candidato para derrotar ninguém”, afirmou. Quanto a uma resistência em uma ala do PT, ele respondeu que considera normal, mas que os momentos adversos contra o PT fazem parte de um passado e de situações pontuais. Ele cita o caso do ex-deputado Delcídio do Amaral (PT). “Eu votei pela cassação do Delcídio, mas hoje somos amigos e falamos todas as semanas”, destacou.
Surpresa
A presença do vice-prefeito de Palhoça, Rosiney Horácio (Podemos), na foto junto com Paulo Bauer, Dário Berger, Djalma Berger e Níkolas Bottós chamou a atenção de algumas lideranças palhocenses. A coluna apurou que Horácio estava em uma mesa ao lado e, após o jantar, sentou-se para conversar por alguns minutos.
Silêncio no Novo
A palavra de ordem no Partido Novo é de silêncio absoluto. As lideranças do partido adotaram esse comportamento após a pesquisa que coloca o prefeito de Joinville, Adriano Silva (Novo), com 8% das intenções de voto ao Governo do Estado. O Novo também aguarda pela deputada federal Carol de Toni (PL).
Preocupação
Conversei com uma fonte ligada ao MDB que me relatou que há uma grande preocupação no partido. Além de um grupo importante, que envolve ex-governadores e deputados que são contra a aliança com o governador Jorginho Mello (PL), por entenderem que o partido teria que ter um projeto próprio, também há, entre alguns deputados, o entendimento de que somente o partido, mais o PL e o Republicanos, não são suficientes para dar a robustez necessária para a campanha de reeleição do governador Jorginho Mello (PL). Mesmo com o favoritismo do governador, a leitura é que é preciso agregar mais partidos para fortalecer o projeto.
Benefícios para policiais

Não pegou bem na Assembleia Legislativa e no setor policial a tentativa do Governo do Estado de aparecer como o responsável pela reversão judicial que garante o direito à paridade e integralidade na aposentadoria dos policiais civis, penais, peritos oficiais e agentes socioeducativos que ingressaram no serviço entre janeiro de 2004 e 29 de setembro de 2016. A assessoria do governo chegou a publicar um release com o seguinte título: “PGE/SC garante vitória decisiva no Tribunal de Justiça e assegura paridade e integralidade a servidores da Segurança Pública”. A atitude do governo tem sido vista nos bastidores como oportunista, para poder recuperar a sua imagem junto aos servidores da segurança pública.
Perdeu o prazo
Vale lembrar que a PGE perdeu o prazo do recurso, o que levou os servidores a ficarem um ano sem a garantia no momento da aposentadoria. Especialistas na área avaliam como, no mínimo, “estranha” essa perda de prazo, pois esse tipo de processo fica direto no gabinete do procurador-geral, e a equipe tem total controle dos prazos. Tem quem entenda que, na visão do governo, para o Estado não seria interessante a aprovação da paridade e integralidade devido ao impacto no caixa. Esse entendimento ganhou mais força quando a procuradoria abriu mão de fazer a sustentação oral.
Alesc salvou a ação
Especialistas são claros ao afirmar que a Procuradoria-Geral nada fez para a reversão, pelo fato de ter perdido a legitimidade na ação ao perder o prazo para o recurso. Como a Assembleia Legislativa fez os embargos dentro do prazo, se tornou o único poder na ação. “O recurso da PGE não seria reconhecido. Se a Alesc não entra com os embargos, a ação iria transitar em julgado. Os servidores teriam um grande prejuízo.” Os embargos foram apresentados pela procuradora da Alesc, Karula Lara.
Vai descer para BC

O coronel Araújo Gomes está deixando a Controladoria-Geral da Prefeitura de Florianópolis para assumir a Secretaria de Segurança de Balneário Camboriú. Ele aceitou o convite da prefeita Juliana Pavan (PSD), que estava buscando um nome com experiência na área. Vale lembrar que Gomes, que também já comandou a segurança da capital, ocupou no governo de Carlos Moisés o Comando-Geral da Polícia Militar. Ele assume a função em BC nesta próxima segunda-feira (24).
Crise no Esporte
Dois representantes do Governo do Estado e dois do Tribunal de Justiça Desportiva, na reunião da Comissão Avaliadora Eleitoral do Conselho Estadual de Esportes, realizada em 4 de novembro, exigiram documentos que não constavam no edital nem haviam sido solicitados em eleições anteriores. A mudança inesperada gerou forte insatisfação e levou conselheiros a ingressarem com mandados de segurança. O episódio também provocou desconforto entre deputados, já que o governador Jorginho Mello (PL) nomeou conselheiros atendendo apenas ao pedido de poucos parlamentares, surpreendendo outros que aguardavam indicações. Com a suspensão do processo, o impasse político deve se acentuar dentro do Governo.
Justiça suspende inabilitação
A Justiça concedeu liminar em favor de Márcio Elisio, candidato mais votado para a vaga de Representante dos Atletas no Conselho Estadual de Esportes, após ele ser inabilitado pela Comissão Eleitoral por não apresentar uma declaração que nunca constou no edital. Na decisão, o juiz Marcos D’Ávila Scherer classificou a exigência como formalismo excessivo e não prevista como critério eliminatório. A liminar suspende a inabilitação e a nomeação dos eleitos, determinando que a Comissão Eleitoral reabra o processo para permitir a apresentação da documentação de forma regular. Com isso, Márcio retoma sua participação na eleição até nova deliberação.
Lei das Apaes
Na próxima segunda-feira (24), a Assembleia Legislativa realizará uma sessão especial em homenagem aos 20 anos da Lei das Apaes, que também é conhecida como Lei Júlio Garcia, autor da proposta. Integrantes de Apaes de todo o Estado são esperados no Parlamento para a sessão, que iniciará às 19h.
Movimento político

O vice-prefeito de São José, Michel Schlemper (MDB), pré-candidato a deputado estadual, resolveu se envolver em um assunto do Partido Liberal. Ele declarou apoio à pré-candidatura do vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PL), ao Senado por Santa Catarina. Schlemper chegou a publicar uma foto ao lado de Carlos. “São José precisa de representantes que tenham coragem de defender nossa cidade. Carlos Bolsonaro tem essa disposição. Em 2027, contamos com ele no Senado para fortalecer nossa região”, escreveu. O vereador carioca respondeu: “Um forte abraço e obrigado pela consideração, Michel”.
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