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Relembrando. Na reunião que Roberto Marinho manteve com um grupo de empresários blumenauenses, em outubro de 1989, lhe foram dirigidas diversas perguntas sobre as eleições presidenciais daquele ano e também sobre os possíveis rumos da economia e da política do País. Dentre as questões políticas, lembro de três que resumem a curiosidade daquele grupo: 

  1. Qual era a posição política da Globo em relação à eleição presidencial daquele ano.
  2. Marinho achava que Silvio Santos, naquele momento ainda fortemente cogitado para uma candidatura, tinha chance de ser eleito Presidente?
  3. Roberto Marinho pretendia votar em Fernando Collor?

Uma norma baseada no pragmatismo. 

Na resposta à primeira indagação ele descreveu, de maneira bem pragmática, a política de imparcialidade das Organizações Globo: tendo em vista que os maiores patrimônios da empresa são sua multidão de consumidores/telespectadores e o conjunto de seus anunciantes, e como esses grupos são constituídos por pessoas de múltiplas preferências políticas, a Globo definiu, como regra básica de sucesso e crescimento, a isenção, a imparcialidade.  

Silvio fora do jogo.

Sobre a possibilidade do empresário e concorrente Silvio Santos, do SBT, concorrer à Presidência naquele ano – como vinha sendo cogitado na área partidária e vastamente veiculado pela imprensa – Marinho respondeu de maneira curta e seca: “Ele não será candidato”. Quando um dos presentes tentou insistir na pergunta, declarou que preferia não se estender no assunto.

Nas semanas seguintes, apareceu um imbróglio na Justiça Eleitoral que encerrou a tentativa de incluir o popular apresentador entre os candidatos.

Roberto Marinho votaria em Collor?

Foto: Senado Federal

Finalmente, questionado se seu voto pessoal iria para o candidato Fernando Collor de Mello, como se comentava, o visitante foi bastante franco. Declarou que não votaria em Collor, que tinha dúvidas sobre a capacidade “desse jovem” exercer com sucesso a Presidência. E que seu voto seria em favor do candidato Mário Covas do PSDB.

Um grande entrevero no coração do jornalismo da Globo. 

Quase no final do segundo turno da eleição para Presidente, em dezembro de 1989, aflorou uma questão: teria a TV Globo ajudado, intencionalmente, o candidato Fernando Collor que disputava o cargo com Lula? O bafafá surgiu com a cobertura que o Jornal Nacional fez sobre o debate final entre os dois candidatos: segundo o PT, a edição resumida do confronto teria ressaltado bons momentos do desempenho de Collor e maus momentos de Lula.

O furdunço passou para a história sem uma conclusão definitiva. Todavia, como a Globo não escondeu o assunto nem a polêmica, hoje se sabe, que, internamente, aconteceu, no Departamento de Jornalismo, um arranca-rabo considerável a propósito das decisões sobre a matéria do JN. Um entrevero altamente esclarecedor, como veremos no capítulo seguinte.

Próxima coluna.

FreePik

As desavenças internas e o resumo do debate, exibido no JN. O depoimento de Alexandre Garcia.