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Com sede em Belém do Pará, distante 3.369,8 km de distância, a Inova Alimentos disputa licitação de fornecimento de alimentação para escolas e hospitais. No ano passado, venceu a disputa no Hospital Municipal São José para fornecer cerca de 1.500 refeições diárias. Seu proprietário é Braulino Rodrigues da Silva Júnior, 41 anos, natural de Belém do Pará, divorciado e pai de cinco filhos. Segundo o Blog do Miranda (24/12/24) Braulino foi preso pela Polícia Federal “por fraudes em licitações de merenda escolar depois de uma investigação sobre desvios de recursos públicos na área de educação, através de esquema que favorecia empresas ligadas a seu grupo político”. Em liberdade, Junior Braulino (Podemos) foi eleito vereador de Peixe-Boi (PA) em 2024 com votação histórica.

Falha nos editais?

Braulino é um veterano no ramo de merenda escolar. Em 2019 ganhou uma licitação na cidade paraense de Vigia de Nazaré com outra empresa, a Ideal Comércio de Gêneros Alimentícios. Com a Inova, em 2024, venceu a licitação de R$ 8,3 milhões para fornecimento de alimentação no maior hospital público do Norte de Santa Catarina. Como uma empresa que pertence a alguém que já foi preso por fraudes em licitação pública conseguiu se classificar para uma importante licitação em Joinville? A lei das licitações isola dono e empresa?

Condenação em 2023

Um ano antes de disputar a licitação em Joinville, a Inova foi condenada pelo Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutrição da Prefeitura de Santarém (PA) por “armazenagem de alimentos em condições inadequadas de higiene e temperatura”.

Eleito em 2024

Braulino Junior (seu nome político) foi eleito vereador do Município de Peixe-Boi (150 km de Belém) com 1.188 votos, 14,32% dos 8.294 votos válidos. O segundo colocado teve 533 votos. Ele foi o vereador mais votado da história do município onde cresceu e onde sua avó Maria Braulino foi vice-prefeita. Seu telefone na Câmara de Vereadores é (91) 3821-1205.   

Rompimento de contrato

Na última quinta-feira (6) o Hospital Municipal São José recebeu um ofício da Inova que as refeições do dia seguinte não seriam fornecidas e que não cumpriria mais o contrato que terminaria somente em 2026. A Prefeitura conseguiu uma liminar na 1ª. Vara da Fazenda Pública para forçar a empresa a cumprir o contrato, já que havia comprovado que os pagamentos estavam em dia. Caso contrário, multa diária de R$ 100 mil. Nada adiantou. Em menos de 24 horas a Prefeitura foi obrigada a resolver a emergência com empresas já contratadas no setor.

Sem emprego e salário

Na sexta-feira, um grupo de funcionários fez um protesto em frente ao hospital por não terem recebido seus salários e muito menos a indenização.

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