Pesquisa: Queda de Jorginho acende sinal de alerta; O desempenho da esquerda; Presídio pode ter mais presos do que o informado – e outros destaques
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A pesquisa Neokemp, divulgada ontem pela Gazeta do Povo, traz um sinal de alerta para o governador Jorginho Mello (PL). O que chama a atenção é que há uma queda nas intenções de voto muito precoce — ou seja, antes do período eleitoral — e consistente, sendo praticamente igual nos dois cenários testados. Isso pode revelar uma tendência de perda de tração, mas será preciso esperar, pelo menos, mais duas pesquisas para saber se foi um desempenho pontual, do momento, ou o início de uma linha descendente.
Jorginho caiu de 46% para 41,8% no primeiro cenário e, no segundo, para 41,3%. Os números acenderam o sinal amarelo no Centro Administrativo e preocuparam aliados, pois como pode ocorrer uma queda em um momento em que o governador explora ao máximo o poder de visibilidade que o cargo lhe dá — tudo isso sustentado pela estrutura administrativa? Definitivamente, esse desgaste político precoce não estava na conta do PL.

Já o principal adversário do governador até o momento, o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), embora ainda esteja a uma boa distância de Jorginho, tem ampliado sua presença e fortalecido o nome no cenário estadual. Ele aparece como o principal beneficiado pelo cenário desenhado pela nova pesquisa. Embora tenha oscilado de 22% para 19,9% no primeiro cenário, o pessedista sobe para 23,6% no segundo, sempre se mantendo dentro da margem de erro — ao contrário de Jorginho, que baixou além da linha. Se o nome do PSD atingir a casa dos 26% até março, teremos um cenário que caminhará para o equilíbrio no período eleitoral, abrindo espaço para uma eleição parelha entre os dois nomes da direita.
O governador também precisa estar atento aos índices de rejeição. Apenas Afrânio Boppré (PSOL) supera Jorginho como o mais rejeitado. O psolista tem 25,3% de rejeição, seguido pelo governador, que é rejeitado por 21,3% do eleitorado. Depois aparece o presidente estadual do PT, deputado Fabiano da Luz (PT), com 10,8%, e, mais abaixo, João Rodrigues, com 6,5%. Marcos Vieira (PSDB) tem a menor rejeição, com 3,7%, o que se explica por não estar, hoje, entre os nomes mais competitivos para a Casa d’Agronômica, embora seja um deputado respeitado no cenário político.
Vale um destaque a mais: Jorginho Mello aparece com um nível de rejeição do mesmo tamanho — e até superior — ao de nomes da esquerda, que enfrentam maior resistência em um estado considerado majoritariamente de direita. O que isso quer dizer? Que o governador enfrenta desgaste dentro de seu próprio campo ideológico, algo incomum e potencialmente preocupante para sua base.
O número de indecisos e votos brancos/nulos saltou de 11% para 22,2%, ou seja, dobrou. Isso indica uma desmobilização do eleitorado, o que será desafiador para os candidatos, mas principalmente para Jorginho, pois esse movimento afeta especialmente quem ocupa o poder. É como se o eleitor dissesse: “Não quero o que está aí, mas também ainda não sei se quero o que está sendo posto na mesa como opção.”
Para resumir, a leitura que se pode fazer é de sinal de alerta no governo. Dependendo dos resultados das próximas pesquisas, Jorginho precisará agir rápido para tentar frear essa tendência negativa que começa a surgir. Para conter o movimento, será necessário reconstruir a confiança do eleitor; caso contrário, a queda poderá se consolidar ainda antes do período eleitoral, reforçando o espaço de um cenário incerto e altamente competitivo. Quer assistir a uma análise ao vivo dessa pesquisa? Assista o SCemPauta no Ar. O programa vai ao ar a partir das 10h. Você assiste aqui no site, ou através dos nossos perfis oficiais no Youtube, Instagram, X e Facebook.
Dados da pesquisa
Foram entrevistadas 1.008 pessoas em 87 municípios entre os dias 20 e 21 de outubro. A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%. A pesquisa foi realizada pelo Instituto Neokemp.
Sobre os indecisos
Os 22,2% de indecisos da pesquisa Neokemp mostram que esse cenário favorece muito mais quem tem uma rejeição menor. No caso da polarização entre Jorginho Mello (PL) e João Rodrigues (PSD), o quadro beneficia o pessedista, por ter uma rejeição muito inferior à do governador. É natural que parte desses eleitores indecisos migre para quem sofre menos resistência. É notório que Jorginho começa a perder pontos com o eleitor conservador moderado — o mesmo público onde João Rodrigues avança —, o moderado conservador e o eleitor de centro.
O que explica?
Há três fatores que podem explicar uma queda precoce de um governador candidato à reeleição, como é o caso de Jorginho Mello (PL), e todos passam pelo comportamento político, que tem gerado uma percepção pública negativa. O primeiro é o desgaste do governo. Isso mostra que não é real a narrativa de que a gestão tem quase 80% de aprovação. A avaliação do governo Jorginho é mais positiva do que negativa, mas fica na casa dos 60% — bem longe do cenário artificial que o governo tenta vender. Além disso, há sinais de cansaço da imagem, sobretudo porque houve uma aposta no discurso de gestão e resultados, que acabou se tornando mais propaganda do que entrega real. Atrasos em programas, desgaste com servidores e notícias de supostas irregularidades e falhas têm atingido a imagem que a equipe da Secom tentou criar de uma gestão perfeita — algo que, na realidade, não se sustenta.
Falta de carisma
O governo Jorginho Mello (PL) tem uma comunicação demasiadamente institucional. Isso é difícil de mudar, porque o governador não se comunica bem e, quando se tentou criar uma imagem mais humanizada, os conteúdos se mostraram mecânicos — a ponto de ser perceptível quando ele está lendo um texto. Simpatia e carisma têm que ser naturais; caso contrário, a tentativa de forçar o que não é da natureza do político pode gerar mais rejeição do que empatia.
Cenário econômico
Ainda que os indicadores econômicos, tanto nacionais quanto estaduais, apresentem estabilidade, o eleitor sente a pressão do custo de vida, sobretudo nos alimentos. Isso faz com que parte do eleitorado, sem uma leitura técnica, acabe culpando quem está no comando.
Desempenho da esquerda

O presidente do Sebrae, Décio Lima (PT), aparece com interessantes 16% de intenção de voto — quase uma consolidação do piso histórico do PT no estado. Conforme já escrevi, esse eleitor de esquerda existe e poderá ser decisivo num eventual segundo turno, mesmo não estando na disputa. Há também os eleitores fiéis do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que oscilam normalmente entre 12% e 20% — percentual que sustenta historicamente as candidaturas petistas. Além disso, Lima traz um recall do pleito passado, quando foi ao segundo turno, além do peso do partido. Esse percentual pode crescer ainda mais com um nome mais de centro-esquerda, caminho mais palatável para o eleitor que não quer votar nem no PT nem na direita. Também não se pode esquecer do crescimento de Lula, que voltou a ser favorito na eleição nacional.
Afrânio comemora

O pré-candidato do PSOL ao Governo do Estado, Afrânio Boppré, comemorou a terceira colocação na pesquisa Neokemp. No primeiro cenário, sem Afrânio, é apresentada somente uma opção de esquerda, Décio Lima (PT), que pontua 16%. No entanto, com a possibilidade de Décio concorrer para o Senado, o Instituto apresenta um segundo cenário, cuja hipótese seria de divisão da esquerda. Nesta situação, Afrânio Boppré aparece em terceiro, com 6,2%, e o deputado Fabiano da Luz (PT) em quarto, com 4,9%. De acordo com o pré-candidato do PSOL, “a prioridade é organizar a união das forças democráticas para enfrentar a extrema-direita radical e fortalecer o palanque de Lula em Santa Catarina. Estamos na fase do aquecimento e o jogo ainda nem começou”, afirmou.
Senado

Vale lembrar que o eleitor votará duas vezes para o Senado, sem poder repetir o voto no mesmo candidato. No primeiro cenário, o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PL), lidera com 22,7% das intenções de voto. A deputada Caroline de Toni (PL) aparece com 20,3%, seguida por Décio Lima (PT), com 17,5%. Depois vêm o senador Esperidião Amin (Progressistas), com 15,8%, e Clésio Salvaro (PSD), com 4,3%. “Não sabe”, branco/nulo somam 19,4%.
Com o Novo
Com o deputado federal Gilson Marques (Novo) no cenário, Caroline de Toni (PL) passa à frente por pequena margem, com 20,4% das intenções de voto, contra 20,1% de Carlos Bolsonaro (PL). Esperidião Amin (Progressistas) tem 16,2% e pode se tornar uma ameaça aos dois nomes liberais. Resta saber se prevalecerá a lógica da “dobradinha” pelo segundo voto, porém um fato novo pode estar surgindo: o aumento da rejeição a Carlos, que chegou a 37,5%. Ele tem mais rejeição do que Décio Lima (PT), que está com 32,4%. Ou seja, há um claro sinal de alerta para um possível crescimento na rejeição ao vereador carioca.
Baixa rejeição

O senador Esperidião Amin (Progressistas) e a deputada federal Caroline de Toni (PL) apresentam baixa rejeição. Amin é rejeitado por 5,5%, enquanto a parlamentar tem 5%, mesmo percentual de Clésio Salvaro (PSD), que aparece com 6,5% das intenções em um cenário sem Caroline. Já Gilson Marques (Novo) mostra falta de capilaridade, aparecendo com 3,3%.
Disputa aberta
Somando os dois votos, a pesquisa Neokemp apresenta um cenário aberto. Carlos Bolsonaro (PL), com 42,8%, e Caroline de Toni (PL), com 40,6%, estão tecnicamente empatados. Depois vem Esperidião Amin (Progressistas), com 32,1%, seguido por Décio Lima (PT), com 30,9%. Clésio Salvaro (PSD) aparece mais distante, com 10,8%, mas há 42,9% de eleitores que não sabem, ou votam em branco ou nulo — um percentual muito grande a ser conquistado.
Carlos
Há um desgaste no bolsonarismo raiz, e isso atinge o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PL), ainda que em menor grau em Santa Catarina, devido aos bolsonaristas mais fiéis. Mais do que as polêmicas nacionais em que se envolveu, o fato de não ter inserção real na vida dos catarinenses — por não possuir qualquer ligação histórica, social ou de serviço prestado — faz com que seu peso seja muito mais simbólico do que eleitoral. Isso poderá se refletir na hora do voto, quando o eleitor entender que precisa escolher lideranças realmente comprometidas com o estado. Detalhe: ele já começa a enfrentar resistência até mesmo dentro da base bolsonarista.
De Toni e Amin
A deputada federal Caroline de Toni (PL) parece ter se consolidado como a voz do bolsonarismo em Santa Catarina, o que a torna, nessa disputa, a porta-voz mais fiel do eleitor conservador. A má relação com o governador Jorginho Mello (PL) não tem afetado seu desempenho, o que pode indicar que ela tem mais aderência com esse eleitorado de direita do que o próprio governador. Por sua vez, o senador Esperidião Amin (Progressistas) tem um nome consolidado e uma história respeitada na política catarinense. Porém, há um natural desgaste geracional, apesar do respeito que construiu. Quem visita os pequenos municípios ainda sente a força do senador. Se o eleitor vier com um apelo pela renovação, isso poderá atrapalhar — embora as pesquisas indiquem crescimento em relação a Carlos Bolsonaro.
Prazo dado
A deputada federal Caroline de Toni (PL), em entrevista ontem à Rádio Princesa de Xanxerê, deu prazo para resolver sua situação quanto à vaga para disputar o Senado pelo Partido Liberal: até a janela partidária, no início de março. Se o governador Jorginho Mello (PL) não cumprir a promessa feita, De Toni deixará o PL. O Partido Novo deverá ser o destino. “Ao contrário de muitos políticos tradicionais, eu tenho palavra. Se eu dou a palavra, eu não volto atrás”, disse a parlamentar, em clara crítica ao governador.
Sobre o encontro
Ao ver o trecho da entrevista em que Caroline de Toni fala sobre a situação do Senado, deu a impressão de que ela leu a minha coluna antes de falar para a rádio — ou tivemos acesso à mesma fonte. A parlamentar confirmou o que informei em primeira mão, não deixando espaço para fake news.
Grave
O Presídio de Araranguá tem atualmente 361 presos, sendo 117 além da capacidade prevista. Esse é o número oficial, que fez com que o juiz de execução penal proibisse a entrada de novos detentos. Porém, segundo fontes, a decisão do magistrado não estaria sendo cumprida pela direção penitenciária ou pela Secretaria de Estado da Justiça e Reintegração Social. Acontece que, além dos detentos que constam no sistema, mais 114 teriam sido colocados na “nuvem”, conforme jargão do setor. Nesse caso, eles ficam como se estivessem “em audiência de custódia”, e assim acabam não sendo contabilizados.
O que diz a Sejuri
Em nota, a Secretaria de Estado da Justiça e Reintegração Social (Sejuri) informa que o limite judicial de custodiados no Presídio Regional de Araranguá é de 360 presos. Os detentos que ultrapassam esse número permanecem em custódia provisória, de forma transitória, enquanto aguardam a abertura de vagas dentro da própria unidade. “Diversas reuniões com o Ministério Público e o Poder Judiciário já foram realizadas com o objetivo de reduzir os impactos da superlotação. A Sejuri destaca que está reforçando o quadro de servidores da unidade, que passará a contar com novos policiais penais, além de reforços nas áreas administrativa, social e de saúde. Também estão sendo executadas melhorias elétricas e estruturais, com foco na ampliação da segurança e na melhoria das condições de trabalho e atendimento”, diz um trecho da nota. A Secretaria ressalta que, mesmo diante da superlotação, a unidade permanece segura e sob controle.
Regulação de vagas
A nota enviada pela assessoria da Sejuri informa que a Polícia Penal está trabalhando na implantação de uma Central de Regulação de Vagas, prevista para o início do próximo ano, conforme o cronograma do Programa Pena Justa. O novo modelo, segundo a nota, permitirá a atuação conjunta entre o Executivo e o Judiciário, garantindo análise individualizada dos casos e o cumprimento das medidas cabíveis sempre que o limite legal de ocupação for ultrapassado. “A Sejuri destaca ainda que já foi publicado o Edital nº CE 0203/25, que prevê a contratação de empresa especializada para execução das obras de construção de uma nova penitenciária em Araranguá, com capacidade total de 686 vagas. O projeto contempla 10.477,60 m² de área construída e 3.133,46 m² de área de demolição, localizado na Rua Renato Carbonera, nº 500, Bairro Polícia Rodoviária, Araranguá/SC. O edital foi publicado em 13 de outubro de 2025 e está aguardando a apresentação das propostas, com prazo final em 19 de novembro de 2025. A nova unidade, com 686 vagas, representa uma solução estrutural e definitiva para o problema histórico de capacidade prisional na região”, informa a Secretaria.
Ministro em SC
O ministro da Educação, Camilo Santana, vem ao estado na próxima semana. Na quinta e na sexta-feira, Santana cumprirá agenda em vários municípios, começando por Florianópolis e São José. Ele visitará a Universidade Federal e estará em Blumenau, Campos Novos, Mafra e Chapecó. A agenda inclui a assinatura de ordens de serviço para a construção de Institutos Federais em dois municípios e a verificação in loco do projeto de um Hospital Universitário na Capital do Oeste.
Beira-Mar de Barreiros

A Prefeitura de São José oficializou sua primeira operação de crédito internacional. O financiamento será viabilizado por meio do Fonplata – Banco de Desenvolvimento – e permitirá a execução da obra da Beira-Mar de Barreiros, considerada a maior intervenção de mobilidade urbana já realizada na cidade. O valor total é de US$ 54 milhões, sendo US$ 43,2 milhões provenientes do financiamento e US$ 10,8 milhões de contrapartida, que será custeada pelo Governo do Estado. Um convênio foi firmado entre o governador Jorginho Mello (PL) e o prefeito Orvino de Ávila (PSD), como garantia exigida pela operação. O prazo de execução será de 48 meses.
Conexão
A nova Beira-Mar de Barreiros promete se tornar um corredor de ligação entre São José e Florianópolis, com acesso direto à BR-101. A avenida terá 3,7 quilômetros de extensão e mais 2,8 quilômetros de vias de acesso requalificadas. O projeto inclui ciclovias, áreas de lazer e cultura, pista de skate, concha acústica e iluminação inteligente, com foco na sustentabilidade e integração urbana. A expectativa é que a obra se torne um novo eixo de desenvolvimento para toda a Grande Florianópolis.
Hospital de Joinville
O Governo do Estado e a Prefeitura de Joinville avançaram nas tratativas para a possível estadualização do Hospital Municipal São José. O governador Jorginho Mello (PL) autorizou a criação de um grupo de trabalho conjunto para analisar o papel da unidade na rede estadual, além de revisar dados sobre produção, repasses e custos de manutenção. O hospital é um dos maiores e mais importantes do estado e há anos representa um desafio orçamentário para o município. Atualmente, o Governo do Estado repassa R$ 1,6 milhão mensais pelo Programa de Valorização Hospitalar e outros R$ 4 milhões por meio de um convênio firmado com a Secretaria de Estado da Saúde.
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