Carreta da Mulher: em Lages, primeiros 220 exames de mamografia foram invalidados por ‘erro técnico’
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Ao custo de R$ 9 milhões, a região serrana, com 280 mil habitantes, recebeu a Carreta da Mulher do Governo do Estado, com capacidade para de 56 exames por dia.
O evento de lançamento do Programa de Promoção e Prevenção da Saúde da Mulher aconteceu na Praça João Costa (Calçadão), na sexta-feira (13/10), com presença do secretário de Estado da Saúde, Diogo Demarchi; da secretária-adjunta, Cristina Pires Paulucci; da prefeita de Lages, Carmen Zanotto, e de demais autoridades. Um evento para lá de midiático, com todos vestidos de rosa, regado a um desfile retumbante de egos (conhecidos e desconhecidos), em busca de arrastar para si algum proveito eleitoreiro com meia dúzia de fotos.

A carreta está, portanto, há mais de 15 dias exposta ainda no calçadão. Ontem (20/10), a imprensa local noticiou um fato triste e lamentável. Os primeiros 220 exames de mamografia realizados na carreta foram invalidados. Segundo a secretária de Saúde, Suzana Zen, isso aconteceu devido a uma “intercorrência técnica” (um novo nome para chamar a incompetência): as imagens captadas pelo aparelho se revelaram de péssima qualidade, anulando qualquer possibilidade de o médico realizar o diagnóstico. Foi um “erro” do acaso, uma fatalidade, nada atribuído à má vontade, de acordo com a exposição da secretária. Claro, imaginar que um lapso de ineficiência na parceria entre Jorginho Mello e Carmen Zanotto fosse uma sabotagem seria uma muita leviandade.
Ainda entrevista à Rádio Clube de Lages, Suzana Zen revelou que o aparelho passa por um processo de calibragem. Ora, uma carreta ao custo de 9 milhões vem com aparelhos descalibrados? Como as pessoas vão confiar na eficiência desse laudo? Estão usando as próprias pacientes para realizar essa calibragem? Qualquer hipótese ou circunstância a ser considerada não muda o fato do transtorno, do descaso e do desrespeito causados às mulheres nesse suposto “exame-teste”.
Publicidade x eficiência
Ao custo de 9 milhões uma única carreta, seria possível equipar seis unidades distribuídas em regiões estratégicas de uma cidade como Lages, com todos os equipamentos necessários para realizar os mesmos exames de um veículo, caso o objetivo fosse resolver a demanda de exames com a eficiência e a rapidez exigidas nesses casos.
No entanto, para efeito de publicidade, uma carreta plotada na cor rosa desfilando por todas as cidades da região da Serra Catarinense, transformada numa peça publicitária ambulante, consegue passar a falsa ideia e a falsa segurança de um estado preocupado com a saúde e o bem- estar do cidadão, além de atrair os votos daqueles que não precisam, de fato, de um exame com urgência nas especialidades da saúde da mulher. Quem realmente necessita não vai aguardar o mês e o dia da carreta passar pela sua cidade, como se fosse o circo do governador, chegando para realizar um espetáculo de exames.
Esse erro tão grave deixa um pergunta: estaria o tema da saúde da mulher sendo instrumentalizado em uma manobra eleitoreira, faltando apenas 12 meses para as eleições?
