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Foto: CNI/Divulgação

A produção industrial catarinense caiu 1,8% em agosto na comparação com julho, segundo dados do IBGE. O resultado reflete, principalmente, os efeitos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras, que atingiu em cheio setores exportadores do estado, como o de produtos de madeira, que teve retração de 8,4%, o de veículos automotores, reboques e carrocerias (-7,5%) e o de metalurgia (-7%).

De acordo com o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Gilberto Seleme, o cenário confirma a percepção dos empresários. “Os números da produção industrial comprovam o que o setor já vinha sentindo: uma redução no número de pedidos, reflexo principalmente das altas tarifas para os Estados Unidos, mas também de uma desaceleração da demanda interna em alguns segmentos”, afirmou.

Segundo o Observatório FIESC, o impacto mais severo ocorreu no setor madeireiro. O economista-chefe da entidade, Pablo Bittencourt, explica que o recuo se deve à antecipação de pedidos por parte dos clientes norte-americanos, o que elevou os estoques, e à redução da demanda em função do aumento de preços causado pelas tarifas. Santa Catarina é o maior exportador brasileiro de produtos de madeira para os EUA: em 2024, respondeu por 36,7% das exportações nacionais do setor e 41% dos embarques tiveram como destino o mercado norte-americano.

A metalurgia também foi afetada pela política tarifária, enquanto a queda na fabricação de veículos teve causas domésticas. A alta taxa de juros e o endividamento das famílias impactaram as vendas e os investimentos em bens de capital, como caminhões.

O setor moveleiro, por sua vez, apresentou leve alta de 0,6%, mas o resultado esconde uma tendência de desaceleração iniciada no final de 2024. O segmento depende majoritariamente do mercado interno e já sente os efeitos da queda nas exportações, que, em setembro, recuaram 55% para os EUA. Santa Catarina é responsável por 27,6% das exportações brasileiras de móveis e por 46,5% dos embarques do setor destinados aos Estados Unidos.

A retração também atingiu a produção de bens intermediários, como produtos químicos (-1,6%) e borracha e plásticos (-1,9%). Para Bittencourt, esses resultados sinalizam uma desaceleração da atividade industrial nos próximos meses. “A redução nos pedidos de embalagens e insumos mostra que a indústria catarinense ainda deve enfrentar um cenário de retração no curto prazo”, concluiu.