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Florianópolis recebe nesta semana uma equipe técnica do Ministério da Saúde para o processo de Certificação de Transmissão Vertical de HIV e Sífilis da rede municipal. Essa é a primeira vez que o município passa por essa avaliação, que reconhece o desempenho das equipes locais na atenção integral a gestantes e crianças expostas a infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). A programação começou nesta quarta-feira (08), às 14h, na Policlínica da Mulher e da Criança, com a apresentação do panorama da rede de saúde da capital e encerra na sexta (10).

Durante os três dias de visita, a equipe nacional de validação realizará inspeções em diferentes serviços municipais. Nos dias 8 e 9, estão previstas visitas a unidades como o Consultório na Rua, o Laboratório Municipal (LAMUF), a Vigilância Epidemiológica e a Maternidade do Hospital Universitário. O grupo fará entrevistas com profissionais, observará fluxos de atendimento e analisará dados e prontuários. No dia 10, a equipe visitará o centro de saúde do bairro Monte Cristo, área considerada de maior vulnerabilidade, acompanhando ações de pré-natal, testagem rápida, vacinação e vigilância em saúde. A programação encerra com uma reunião de devolutiva preliminar, às 11h, no local.

O município desenvolve iniciativas voltadas à eliminação da transmissão vertical de ISTs e ao fortalecimento da saúde materno-infantil. Criado em 2024, o projeto Nascer sem Sífilis se consolidou como uma estratégia intersetorial de enfrentamento da sífilis gestacional e congênita. Entre as ações, estão o monitoramento ativo de todos os casos, a capacitação de mais de 600 profissionais em 2025 e a padronização dos fluxos de testagem.

Outra iniciativa de destaque é o Monitoramento de Alta Hospitalar, que integra maternidades e Atenção Primária à Saúde (APS), assegurando a continuidade do cuidado após o parto. O sistema permite o agendamento automático da primeira consulta de puericultura durante a internação e o acompanhamento ativo de crianças expostas à sífilis e recém-nascidos da UTI Neonatal.

Desde sua implantação, o projeto resultou em uma redução de 52% nos casos de sífilis congênita entre janeiro de 2024 e maio de 2025. Dos 287 casos de sífilis gestacional registrados no período, 35% exigiram acompanhamento intensivo, e mais de 90% apresentaram desfecho favorável, evitando a transmissão vertical.

De acordo com a gerente de Integração Assistencial do município, Caroline Schweitzer de Oliveira, a visita técnica representa um reconhecimento ao trabalho desenvolvido pela rede municipal. “A certificação simboliza não apenas um marco técnico, mas também um avanço na consolidação das políticas públicas voltadas à saúde materno-infantil em Florianópolis”, afirma.