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João Rodrigues/Jorginho Mello. Foto: reprodução

É preciso reconhecer, em Jorginho Mello (PL), um exímio articulador político e o quanto sua equipe de marketing é certeira em emplacar narrativas. Simultaneamente, consegue amarrar prefeituras e prefeitos e reinventar sua imagem, colocando-se como garoto-propaganda nº 1 de uma Santa Catarina economicamente robusta, ao surfar na onda de um estado que cresce a cada ano, sem depender da intervenção do governo. A narrativa de criar um governador “anfitrião do estado” emplacou.

Hoje, a publicidade institucional sobre realizações de governo ficou em segundo plano, não sendo mais suficiente para garantir o sucesso nas urnas. Tem mais chances de ganhar a eleição o político que consegue emplacar narrativas e gerar engajamento digital. Nisso, Jorginho tem sido destaque, deixando para trás Topázio Neto e Leonel Pavan, mas lado a lado com João Rodrigues, todos do PSD.

Em pré-campanha permanente, Jorginho já deu início à guerra de narrativas para minimizar, tentar desestabilizar e enfraquecer a construção da candidatura de João Rodrigues ao governo. Para isso, a engrenagem midiática da Casa da Agronômica apostou, no início de 2025, na desistência de João em concorrer ao governo do Estado para disputar o Senado em coligação com o PL. Depois, iniciou-se uma campanha especulativa, colocando o deputado Júlio Garcia (PSD) em um possível acerto para ser vice de Jorginho, com o objetivo de inviabilizar a candidatura do prefeito de Chapecó.

Vencidas as investidas iniciais para frear o crescimento de João Rodrigues, atualmente circulam duas novas narrativas. Na tentativa de colar a imagem de João à esquerda, surgiu o fator Kassab, muito pelo fato de o articulador político transitar com astúcia entre todos os espectros. Com os pés fincados nos dois polos, Kassab mantém um pé na base do governo Lula e o outro no governo de São Paulo, regendo Tarcísio de Freitas (Republicanos). É preciso ser ingênuo para crer que “camaleonismo” de Kassab terá alguma influência nessa disputa. Essa narrativa pode ter efeito rebote: ao tentar aproximar a imagem de João de quadros tidos de esquerda, para depreciá-lo, a tática tende a mobilizar o eleitor desse campo a votar no 55, como um voto de exclusão a Jorginho e ao PL, fazendo o caminho inverso.

Simultaneamente, circula uma narrativa colocando João como traidor e rachador da direita catarinense, algo sem respaldo na realidade, podendo ficar ainda mais frágil com o possível recuo de Tarcísio na disputa presidencial. Neste cenário, Ratinho Júnior (PSD) se tornaria o nome da vez, consolidando-se como candidato de direita, que, por atração, acabaria turbinando a candidatura de João Rodrigues.

Lá por Chapecó, João inicia um movimento estratégico para se diferenciar de Jorginho. Sua principal ação, no momento, é propor o combate ao extremismo. Ao fazer isso, a pré-campanha de João produz um efeito funil nos seus eleitores de direita, amplia sua preferência no vasto campo do centro e, de quebra, ainda conquista a simpatia de uma parte da esquerda menos ideológica.

Ao adotar um discurso anti-extremista, João quer canalizar para si o sentimento contrário à polarização, que tem ganhado muita força depois da última eleição. Essa é uma aposta corajosa, pois não é possível projetar se isso terá fôlego suficiente para derrotar o extremismo em 2026, ainda mais quando se trata de Santa Catarina. Talvez algumas pesquisas qualitativas deem essa resposta a João com mais precisão.

Entretanto, não há outra alternativa. “Filhos de um mesmo pai”, de vertentes políticas semelhantes, João não pode ser a sombra à direita de Jorginho. Contudo, nessa empreitada cheia de armadilhas, o prefeito de Chapecó está conseguindo, com muita astúcia, remodelar seu posicionamento político para se diferenciar do oponente na corrida pelo topo da Agronômica.