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Carmen foi vereadora e deputada federal por quatro mandatos, substituindo seu mentor, Fernando Agostini, o Coruja — um dos redatores do Estatuto do Idoso. Hoje, Carmen é a primeira prefeita da história de Lages.

Com uma longa trajetória consolidada na centro-esquerda brasileira, passou por partidos como PPS e Cidadania. Sua atuação no Congresso Nacional é extensa e merece destaque: criou a Lei do Outubro Rosa, a Lei dos 30 dias, que assegura a realização de exames para pacientes com suspeita de câncer, e a Lei dos 60 dias, que garante o início do tratamento de pacientes com neoplasia maligna. Além disso, sua carreira é marcada pelo foco nos direitos das mulheres, na inclusão social e na atenção às pessoas com deficiência.

Hoje, Carmen encaminha sua filiação ao Republicanos. E essa é a primeira vez, em toda a sua trajetória política, que ela comporá com um partido de alinhamento à direita, com forte viés conservador e diretamente ligado à igrejas evangélicas.

A prefeita de Lages recebeu convites para integrar o PL e o Republicanos. Optou pelo Republicanos. A escolha já era esperada, muito em razão do partido, hoje, ser conduzido nos bastidores pelo grupo político do governador Jorginho Mello. Embora ligada ao governador, é uma legenda nova, mais moderada e que dialoga com diferentes espectros. Carmen sabe que o eleitor típico do PL exige um perfil combativo, agressivo, performático e, muitas vezes, obcecado por ideias que flertam com os limites da legalidade. Nesse contexto, não haveria espaço competitivo para uma política de tom moderador no PL.

Com Carmen no Republicanos, a tendência é que todos os vereadores do Cidadania também migrem para a nova sigla, o que faria o Republicanos saltar de uma bancada de apenas dois vereadores para seis na Câmara Municipal de Lages.