Foto: FIESC

A economia de Santa Catarina já vem demonstrando indícios de desaceleração, conforme dados do IBRC, índice do Banco Central considerado um termômetro antecipado do PIB. O nível de atividade econômica estadual registrou retração de 0,3% em maio, marcando o segundo mês seguido de queda na comparação mensal — em abril, houve recuo de 1,3% em relação a março.

“Embora Santa Catarina tenha apresentado um avanço de 6,1% na atividade econômica entre janeiro e maio comparado ao mesmo intervalo do ano anterior, o cenário atual já reflete os impactos da elevação da taxa de juros, iniciada em setembro de 2024”, aponta a economista Camila Morais, do Observatório FIESC.

Ela ressalta que, sobretudo nos primeiros três meses de 2024, a economia estava em processo de retomada. Essa base comparativa — oriunda de um contexto mais restritivo no início do ano anterior — aliada ao desempenho mais favorável do setor agropecuário em 2025, contribui para os registros positivos, mesmo diante das dificuldades atuais.

Informações reunidas pelo Observatório FIESC mostram que, na avaliação mês a mês, os setores da indústria, comércio e serviços apresentaram retrações. Em maio, o comércio ampliado teve queda de 2,1%, os serviços diminuíram 0,9% e a produção industrial cedeu 0,2% em relação a abril.

Desempenho acumulado no ano

A indústria catarinense acumula crescimento de 4,8% entre janeiro e maio. Este resultado foi impulsionado, principalmente, pela fabricação de itens metálicos, com expansão de 19,3% no período, pela produção de móveis, com alta de 10,3%, e pelos produtos derivados de minerais não metálicos, que cresceram 9,4%.

O comércio também teve saldo positivo de 5,1% até maio, estimulado pela elevação de 15,5% nas vendas de artigos diversos para uso pessoal e doméstico. As vendas de materiais para construção subiram 8,8% e os hipermercados e supermercados registraram acréscimo de 8,1%.

Já o setor de serviços em Santa Catarina mostrou progresso de 5% nos primeiros cinco meses do ano em comparação ao mesmo período de 2024. Os serviços voltados às famílias aumentaram 10,9% e as atividades ligadas ao turismo cresceram 9,7%.