Reunião de diretoria da FIESC/Foto: Filipe Scotti

O aumento da tensão diplomática entre Brasil e Estados Unidos intensificou a inquietação da indústria catarinense. O segmento defende o entendimento para impedir a imposição do tarifaço — que, se efetivado, acarretará impactos severos não apenas para o setor produtivo, mas para toda a população brasileira. O tema foi debatido na assembleia da diretoria da Federação das Indústrias (FIESC), na sexta-feira, dia 18.

De acordo com declarações de empresários à Federação, ainda que não haja cancelamento de encomendas, diversos compradores estão pedindo para que os produtos requisitados não sejam enviados até que a situação esteja mais clara.

“O prejuízo recairá sobre a população. Dependemos fortemente dos Estados Unidos. É o destino para onde exportamos bens com valor agregado e que não conseguiremos redirecionar a outros mercados a curto prazo”, alertou o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, enfatizando que os EUA são o principal destino das exportações catarinenses.

Em 2024, Santa Catarina enviou US$ 1,74 bilhão em exportações para os Estados Unidos. Entre os principais itens comercializados estavam: estruturas de madeira para construção, motores elétricos, componentes de motor, madeira bruta, transformadores elétricos e peças para veículos.

“Reconquistar um comprador norte-americano perdido devido à imposição de tarifas é complicado e oneroso. O prejuízo será substancial. Temos uma história de 200 anos de comércio e parceria. Não podemos abrir mão disso”, afirmou Aguiar.

Na quarta-feira, dia 16, Aguiar encontrou-se com o vice-presidente da República e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, e reforçou a importância do diálogo para tentar mitigar os efeitos do tarifaço.

Durante a reunião, ele destacou que retaliar seria a pior solução, pois agravaria os danos à indústria nacional. “Além de tentar reduzir as tarifas, precisamos buscar alternativas como o adiamento do início da vigência, para permitir mais tempo de negociação e para que as empresas possam se adaptar e explorar novos mercados”, afirmou, reforçando que o lema é negociar.