Editorial: Santa Catarina e o tarifaço de Trump: entre a soberania e a responsabilidade
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Santa Catarina é, hoje, um dos estados mais industrializados e exportadores do Brasil. Produzimos riqueza, e abastecemos mercados exigentes como o norte-americano com produtos de alta qualidade. Entre os principais itens exportados aos Estados Unidos estão carne de aves, carne suína, madeira e produtos florestais, motores elétricos, móveis, papel, materiais de construção e produtos da indústria de máquinas e equipamentos.
Por isso, o anúncio feito por Donald Trump de que pretende aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros soa como um alerta grave para todos nós. Não se trata de uma questão ideológica ou partidária. Trata-se de economia, de empregos, de comida na mesa.
Segundo dados oficiais, Santa Catarina exportou mais de US$ 847 milhões aos Estados Unidos apenas no primeiro semestre deste ano. Boa parte desses produtos são industrializados e sofrem diretamente o impacto de tarifas adicionais. Se o tarifaço for mantido, empresas catarinenses correm o risco de perder contratos, fechar linhas de produção, e demitir trabalhadores. Essa é a realidade. E é exatamente por isso que não há o que se comemorar.
Lamentavelmente, assistimos a uma inversão de valores. Enquanto setores políticos celebram a decisão de Trump como se fosse um gesto de solidariedade ao ex-presidente Jair Bolsonaro — o qual responde por graves acusações de tentativa de golpe de Estado —, o setor empresarial catarinense dá um exemplo de maturidade. Sem se envolver em polêmicas partidárias, empresários focaram na questão central: a defesa da economia catarinense e das relações internacionais baseadas no respeito mútuo.
A verdade é que Trump usa como desculpa uma suposta defesa de Bolsonaro, mas age, de fato, para retalhar o Brasil por sua participação ativa nos BRICS e sua política de soberania. E ainda que tentem justificar o tarifaço por uma suposta necessidade de “equilibrar” o comércio bilateral, os dados oficiais mostram exatamente o contrário: em 2024, os Estados Unidos fecharam o ano com um superávit comercial de US$ 7,4 bilhões em relação ao Brasil. Ou seja, os EUA exportam mais para o Brasil do que importam. Até mesmo em 2025, o Brasil já acumula um déficit de aproximadamente US$ 1,6 bilhão com os norte-americanos no primeiro semestre. Não há desequilíbrio comercial contra os EUA. Eles estão em vantagem.
O que precisamos entender, enquanto povo, é que desde 1822 o Brasil não é colônia de ninguém. E todo aquele que comemora atitudes externas que nos enfraquecem, que atentam contra nossa independência política e econômica, precisa ser apontado com firmeza: são traidores de Santa Catarina e do Brasil.
É preciso fazer uma escolha clara: entre a fidelidade ideológica e a responsabilidade social. Será que um pai de família ficará satisfeito ao se ver sem emprego, porque houve uma tentativa de impedir o julgamento de quem tramou contra a democracia? Será que uma mãe sentirá orgulho de perder seu sustento porque alguém quis usar o poder internacional para proteger seus aliados, mesmo ao custo do prato de comida dos seus filhos? Em suma, essa é a reflexão que o momento exige.
Aqueles que aplaudem o tarifaço, ou estão alheios à realidade, ou realmente desejam o colapso da economia brasileira por pura conveniência ideológica. Nenhuma disputa política justifica sacrificar empregos, empresas e o futuro de milhares de catarinenses.
Este também é um bom momento para refletirmos sobre a relação de Santa Catarina com a família Bolsonaro. Não se trata de negar apoio a quem quer que seja — vivemos numa democracia e todas as ideologias cabem dentro dela. Mas há limites que precisam ser respeitados. Será justo abrir mão dos interesses catarinenses para viabilizar uma candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado, em detrimento de lideranças genuinamente catarinenses, com história, trabalho, raízes e compromissos reais com o nosso estado?
A política precisa ser feita com responsabilidade, com o olhar voltado à coletividade e não ao culto de figuras ou famílias. O tarifaço é uma oportunidade dura, mas necessária, de reencontrarmos o caminho da soberania, da maturidade política e da defesa intransigente dos interesses de Santa Catarina e do Brasil.
Para resumir: votar ou apoiar Bolsonaro ou Lula é legítimo, ainda mais quando estamos em uma democracia que prega a liberdade. O problema é, em nome disso, torcer pelo mal de Santa Catarina e do país — isso sim é inaceitável!
Chega de submissão. É hora de escolher o lado certo da história que é o lado do Brasil!
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