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Filha de prefeito seria uma das beneficiadas do programa – Imagem: Dales Hoeckesfeld 

O relatório do Tribunal de Contas do Estado, que será divulgado amanhã, aponta indícios de fraudes no programa Universidade Gratuita, principal bandeira do governo Jorginho Mello (PL). Uma fonte relatou que o documento deve revelar que a filha de um prefeito filiado ao PL recebeu uma bolsa integral de Medicina na Univali, declarando renda supostamente compatível com os critérios socioeconômicos exigidos — o que, segundo o relatório, levanta suspeitas de falsidade nas informações prestadas.

Além desse caso, o TCE identificou um número considerável de bolsas concedidas a estudantes com sinais de alto poder aquisitivo, incluindo veículos importados, vínculos com empresas e familiares ocupando cargos públicos. Enquanto isso, denúncias mostram que diversos alunos de baixa renda, que não podem pagar uma graduação, estão sendo deixados de fora do programa, com relatos de descredenciamento de instituições, falta de bolsas disponíveis e concentração de vagas em cursos como Medicina. Em alguns casos extremos, de 360 estudantes inscritos, apenas 14 foram contemplados.

Diante do impacto político do escândalo, o governador deve convocar uma coletiva de imprensa para tentar desvincular a sua gestão diretamente das irregularidades. Ele acionou sua equipe de comunicação para gravar um vídeo institucional, solicitou à Secretaria da Educação a abertura imediata de investigações internas e anunciou possíveis mudanças nos critérios do programa. Informações ainda não confirmadas oficialmente indicam que o próprio governador fará a representação em uma delegacia. Há rumores de que a ideia é se desvincular de qualquer eventual problema, jogando a responsabilidade apenas para os alunos.

A dúvida que permanece é se os responsáveis pelas fraudes serão, de fato, punidos ou politicamente protegidos. O relatório deve recomendar o cancelamento das bolsas irregulares, a abertura de procedimentos administrativos e o ressarcimento dos valores pagos com recursos públicos. O espaço está aberto para manifestações.