No dia da vitória

Sergio Hess de Souza que mais tarde foi Presidente do PSDB de Blumenau

No dia 15 de novembro de 1988, data da eleição, encontrei-me, no início da tarde, nas dependências do meu local de votação, o Colégio Pedro II, com um dos muitos irmãos do Deputado Vilson Souza. Creio que era o hoje prestigiado advogado Sergio Hess de Souza. Quando me viu, disse com simpatia e animação que nós havíamos feito uma bela campanha, mas que o vitorioso, com certeza, seria seu irmão Vilson. Eu falei então que tinha duas notícias para ele, uma ruim e uma boa. A ruim (para ele) é que o vencedor realmente era Vilson, mas não o Souza, e sim o Kleinubing. E a boa é que Souza faria mais votos do que Renato Vianna, e era, portanto, o segundo mais votado. 

A certeza era resultado do conhecimento

Minha manifestação não era o palpite de um torcedor. Nosso comitê vinha acompanhando permanentemente as inclinações dos eleitores através de bons institutos de pesquisas. Eu também já conhecia resultado de consultas feitas por telefone na noite anterior à votação e também amostragens de intenção de voto na “boca de urna”, realizadas no final da manhã daquele domingo. 

Nós já sabíamos o resultado da eleição.  

O que, afinal, as urnas mostraram foi o seguinte:

Resultado oficial/TRE-SC

Um fenômeno eleitoral

Matéria do antigo JSC. Arquivo Histórico de Blumenau

O desfecho foi o que o que o grupo coordenador da campanha esperava, mas, para muita gente graúda da política de Blumenau e do Estado foi um espanto: Vilson Kleinubing, o “forasteiro”, fez mais votos do que todos os outros seis candidatos somados, dois dos quais autênticos cachorros grandes. Se naquela época houvesse segundo turno, a vitória já teria sido confirmada no primeiro. Um banho de votos, uma consagração, um feito tão extraordinário que, recém-eleito, Vilson já começou a ser apontado como um favorito para as eleições de governador que aconteceriam dois anos mais tarde.  

Pós eleição: o desafio a ser enfrentado e resolvido

O velho dilema do ser ou não ser (no caso, ser ou não um possível candidato a governador) pairava sobre a cabeça de Kleinubing. E das nossas também. Não havia como desconhecer que a vitória na eleição de prefeito, nas espetaculares circunstâncias em que aconteceu, acendiam, em todo o Estado, a chama de uma nova futura candidatura. O drama é que esse futuro estava bem próximo, logo ali, dois anos à frente. E encarar a sério seus desdobramentos significaria aadmissão de que Vilson poderia abreviar seu mandato de Prefeito em bem menos que a metade do previsto.

Uma questão, porém, era evidente nas nossas cabeças: nada aconteceria, lá mais adiante, se o recém-eleito não realizasse uma excelente administração na prefeitura. Foi isso que nos deu paz e segurança. Era claro o que tínhamos de fazer: ajudar Kleinubing a ser um prefeito tão bom que a própria população viesse a querer que ele virasse governador. Enfim, que Deus e o destino decidissem seus passos e seus planos a seguir.  

Comemoração da vitória. Antigo JSC. Arquivo Histórico de Blumenau

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