Proposta de estadualização de rodovia expõe as mazelas da Infraestrutura de SC; Líder do Progressistas reafirma o posicionamento da bancada – E outros destaques
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O abre da coluna de ontem sobre a ideia do governador Jorginho Mello (PL) de estadualizar a BR-282 gerou uma série de manifestações e críticas à proposta. Para algumas fontes ligadas à Secretaria de Estado da Infraestrutura, a proposta de assumir a rodovia federal, para ser considerada como séria, primeiro precisa passar por um estudo e ser discutida internamente com a equipe técnica, o que não ocorreu.
Pelos relatos, uma possível estadualização da BR-282 teria movimentado setores técnicos da Secretaria de Infraestrutura, da Fazenda e até mesmo da Procuradoria-Geral do Estado. “Não vimos nada parecido na SIE. Daí se conclui que provavelmente é um discurso puramente político com fins de provocação, a exemplo da ‘promessa’ de concluir etapas do projeto Via Mar antes da finalização da duplicação da 280”, criticou uma das fontes.
Ao mesmo tempo em que concordam com a cobrança feita por Jorginho, de mais recursos para Santa Catarina, discordam do fato de que o governador desconsidera os problemas internos do setor de Infraestrutura do Estado. “A secretaria, como foi dito na coluna, não tem braço para tocar isso, e aqui é importante esclarecer bem a razão disso, para que não fique parecendo o que não é. O último concurso público da SIE foi realizado em 2018, de lá para cá não houve mais. O concurso fora feito ainda pelo antigo Deinfra, antes da reforma do Moisés (Carlos) em 2019. O órgão estava sucateado, o último concurso para engenharia havia sido em 1988”, relatou.
A gestão do ex-governador Carlos Moisés da Silva chegou a iniciar os trâmites para um segundo concurso em 2021, para, no ano seguinte, complementar o primeiro, solicitando outras especialidades e profissionais, além de engenheiros. Quando Jorginho assumiu, o concurso foi engavetado. “O primeiro concurso, de 2018, foi prorrogado e estava vigente até 2024, pois ainda teve uma lei federal que prolongava os prazos por conta da pandemia. Assim, a SIE tinha concurso disponível até 2024 para engenharia, além do outro, que estava engatilhado. Não apenas não realizaram o novo concurso, como não chamaram mais engenheiros do primeiro concurso, mesmo havendo várias exonerações no período. Na prática, está havendo um esvaziamento”, alertou.
Questionadas se o Plano de Ajuste Fiscal de Santa Catarina (Pafisc) impediu o chamamento e novas nomeações, a resposta que ouvi é que se trata de um argumento falso. A explicação está na resolução 07/23 do Grupo Gestor do Governo, que permitia a nomeação normal para repor exonerados e nomeações a dedo, que poderiam ser autorizadas pelo governador. “Por acaso a Infraestrutura pode prescindir de nomeações? Acho difícil defender esse ponto”, afirma a fonte, que acusa os gestores da secretaria de saberem da necessidade de mais gente e, mesmo assim, nada fizeram. “Deixaram o concurso vigente morrer e não realizaram o outro, que estava engatilhado. O que fizeram agora? Abriram processo seletivo para temporários”, destacou.
Irregularidade
As fontes ouvidas pela coluna denunciam a tentativa do Governo do Estado de esvaziar a Secretaria de Estado da Infraestrutura para lotá-la de ACTs. Além disso, há uma crítica ao fato de a gestão Jorginho Mello (PL) não saber separar o que é de Estado do que é de governo. “A SIE é de Estado e precisa ter um efetivo constante, com autonomia técnica e administrativa para poder fazer a sua atividade-fim”, destacou. Pelo Portal da Transparência, a secretaria conta com 160 engenheiros, 20 a menos em relação ao governo de Carlos Moisés da Silva, sendo que, dos atuais, pelo menos 15 estão em vias de se aposentar. Além disso, muitos engenheiros são demandados por outras secretarias e setores do governo, reduzindo ainda mais o número de servidores técnicos. Há coordenadorias regionais sem engenheiros suficientes. Apesar de o uso de comissionados, puros ou temporários, ser irregular, o governo tem mantido essa prática.
Via Mar
Outro ponto tocado pelas fontes é quanto à anunciada Via Mar. Para elas, trata-se de um projeto inviável no atual cenário, pois, mesmo que o Governo do Estado queira fazer uma Parceria Público-Privada, precisa de servidor em todas as etapas do projeto e, depois, também na fiscalização da parceria — e o quadro atual não permite atender a essa demanda. “O que mais desgasta os engenheiros e os servidores efetivos é a politicagem. Para você ter uma ideia, as partes do projeto Via Mar que estão em andamento não foram distribuídas para a equipe da gerência correspondente. A fiscalização ficou centralizada em uns poucos nomes, comissionados, sendo que nem deveriam desempenhar essa função”, alertou.
Posicionamento

O líder do Progressistas na Assembleia Legislativa, Altair Silva, fez questão de reafirmar para a coluna que a bancada, que também é formada pelos deputados Pepê Collaço e Zé Milton Scheffer, estará no projeto eleitoral do prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), que se anunciou pré-candidato ao Governo do Estado. A fala foi em resposta ao que disse o senador Esperidião Amin no final de semana, de que a bancada está com o governador Jorginho Mello (PL). “A nossa simpatia é natural pelo João (Rodrigues), mas não temos briga com o governador. Acontece que ele ficou um ano e meio dando preferência para o MDB e nós não iríamos ficar nos oferecendo e tomamos o nosso caminho”, afirmou.
Leitura
O deputado estadual Altair Silva (Progressistas) fez uma leitura pragmática a respeito do cenário. Para ele, o senador Esperidião Amin, a quem qualifica como um dos maiores quadros do estado, somente conseguirá viabilizar uma candidatura à reeleição ao Senado se estiver com o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD). “O senador Amin sabe bem que não tem a mínima chance de ser candidato ao Senado com o Jorginho (Mello). E, se por um acaso conseguisse, o MDB, que estará na chapa, não votará nele e ele não será eleito. Já desse lado de cá, conosco, com o PSD e mais quem vier conosco, ele terá os votos sem restrições, com grandes chances de reeleição”, afirmou.
Krelling nega

O deputado estadual Fernando Krelling, que preside o MDB de Joinville, entrou em contato para responder à nota divulgada pela coluna na sexta-feira passada, quando mencionei a insatisfação de lideranças do partido, que estariam incomodadas com alguns movimentos do diretório, a exemplo da tentativa de mudar a cor do partido para tirar o vermelho, que faz parte das cores do MDB. Segundo Krelling, o evento foi fechado para os integrantes do diretório e, quanto às cores, ele disse que a mudança já ocorre há alguns anos.
Controladoria em Criciúma

O prefeito de Criciúma, Vagner Espíndola (PSD), oficializou a Controladoria-Geral do município. A informação é de que o setor fortalecerá as ações de controle interno para garantir maior transparência e eficiência na administração pública.
Sal no café
Ainda sobre o café promovido pelo prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD), para os vereadores da base, a leitura nos bastidores é de que inevitavelmente haverá algumas respostas do Legislativo à decisão de Topázio de anunciar seu chefe de gabinete, Fábio Botelho, como seu candidato a deputado estadual. Botelho anunciará oficialmente a pré-candidatura após se filiar. Uma das possibilidades é que a primeira retaliação ocorra na discussão da previdência ou, até mesmo, na nova Reforma Administrativa. Conforme trouxe na semana passada, Topázio quer aumentar ainda mais o peso do município com mais gastos. O impacto será de R$ 9,7 milhões nos próximos três anos.
Presidente interino

O vereador João Paulo Ferreira, o Bericó (PL), assumiu interinamente a presidência da Câmara Municipal de Florianópolis. Ele substituirá o presidente João Cobalchini (MDB) por 31 dias, período em que o titular se afastará para tratar de assuntos particulares. Em seu discurso, Bericó expressou sua gratidão e destacou a importância do momento em sua trajetória. “Poucas vezes chorei, mas hoje me emociono ao olhar para minha mãe. Não estava preparado para ser presidente este ano, mas o Cobalchini fez um gesto maravilhoso, marcante. Me honra ver este plenário cheio”, disse. O deputado estadual Mauro De Nadal (MDB) prestigiou a sessão.
Negou
O presidente em exercício da Câmara de Vereadores de Florianópolis, João Bericó (PL), negou que tenha reclamado que o prefeito Topázio Neto (PSD) não fez nenhum gesto para ajudá-lo a ter a oportunidade de assumir o comando da casa.
Cultura
Entre 1.816 participantes da escuta social ativa, realizada pelo Governo do Estado para saber o que a população espera para a área do Complexo Penal em Florianópolis, 86,9% acreditam que a transformação do local em um espaço de cultura e lazer trará benefícios significativos para a cidade. O formulário ficou 10 dias disponível para a participação popular e faz parte da segunda fase do projeto Cidade da Cultura, anunciado pelo governador Jorginho Mello (PL), e que vai desativar o Complexo Penal até o fim de 2026. A ideia é transformar o lugar em um espaço multifuncional dedicado à cultura, com equipamentos de lazer.
Nova loja

O Angeloni abre amanhã, às 8h, na Rua Professor Simão José Hess, 190, mais uma loja em Florianópolis, no empreendimento Viva Trindade, próxima à Ufsc e ao Hospital Universitário. Com essa, serão dez unidades na capital catarinense, ampliando ainda mais a presença e o atendimento da rede em Santa Catarina. Totalmente pensada para atender às necessidades do dia a dia, a unidade chega ao bairro trazendo o conceito de proximidade, reforçando os laços e o compromisso do Angeloni com a comunidade. Os diferenciais disponíveis prometem tornar única a experiência de compra na nova loja, que inclui um confortável espaço de convivência, idealizado para os clientes consumirem produtos no local.
Serviços

A loja conta com mix de produtos avançados, desde artigos importados e de produção própria, além de adega, itens de bazar e eletro e flores, tudo com o atendimento tradicional do Angeloni, que busca sempre oferecer produtos de qualidade e serviços diferenciados. A unidade, que tem como objetivo fornecer sempre o melhor ao cliente, representa uma nova opção de abastecimento, com economia, preços competitivos, promoções e variedade de produtos que atendam suas necessidades, sempre com a qualidade que é uma marca consagrada do Angeloni. Você também pode adquirir os seus produtos pela internet, telefone e aplicativo para celular, com entrega em domicílio nas faixas de horários previstas pelo cliente e também o App Angeloni, que já ultrapassou 3,7 milhões de downloads e oferece praticidade e economia em um canal exclusivo de centenas de ofertas, entre elas, ofertas exclusivas conforme o comportamento de consumo do usuário, disponível exclusivamente no dispositivo.
Vendas na Páscoa
A intenção de gasto do catarinense com presentes de Páscoa subiu 2,1% neste ano. Com isso, o valor chegou a R$ 233, o maior da série histórica. Apesar do aumento nominal, houve uma queda real de 2,6% se considerada a inflação do período, de 4,7%. Os dados constam de pesquisa da Fecomércio SC divulgada ontem. Segundo o presidente da federação, Hélio Dagnoni, a queda era esperada por conta do cenário de alta nos preços da economia brasileira e da redução da intenção de consumo das famílias catarinenses nos últimos meses.
Comportamento nas cidades
A pesquisa da Fecomércio é realizada em sete cidades catarinenses. Em cinco delas, houve crescimento da intenção de consumo. O maior aumento foi em Florianópolis (17%). Em seguida, vieram Chapecó (+13,4%), Blumenau (+10,8%), Joinville (+10%) e Itajaí (+1,8%). Por outro lado, houve queda em Lages (-27%) e Criciúma (-4,9%). Entre os 2,1 mil entrevistados pelo levantamento da Fecomércio, 97% afirmaram que darão chocolate como presente nesta Páscoa. Os outros mais citados foram vestuário/calçado (1%) e brinquedos (0,9%).
Exonerado
Ontem saiu a exoneração do secretário adjunto de Estado da Comunicação, João Paulo Vieira. Desde que teve sua condição de secretário rebaixada para adjunto, ele iniciou um processo de afastamento. Chegou a pedir férias e, na volta, saiu a exoneração. Vieira não soube lidar com o insucesso no comando da comunicação do governo. Nos bastidores do Centro Administrativo, a avaliação é de que houve uma clara melhora com a entrada de Bruno Oliveira.
Rubens Paiva
A jornalista Juliana Dal Piva vai lançar em Florianópolis, no próximo dia 14 de abril, seu livro “Crime sem castigo: Como os militares mataram Rubens Paiva”, publicado pela editora Matrix, no auditório Antonieta de Barros da Assembleia Legislativa, às 18h. O livro tem como base a dissertação de mestrado da jornalista, apresentada no Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDoc) da Fundação Getúlio Vargas, em 2016. O lançamento conta com o apoio do gabinete do deputado Padre Pedro Baldissera (PT) e da Alesc, e é promovido pelo Departamento de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em parceria com o Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina.
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