O desafio na gestão das pontes rodoviárias

No final do último ano (22/12), o Brasil assistiu a uma grave tragédia: o desabamento da ponte Juscelino Kubitscheck de Oliveira, localizada na divisa entre Tocantins e Maranhão, causando a morte de pessoas inocentes que trafegavam pela sua estrutura, e provocando danos ambientais. Inquirido sobre o colapso da estrutura, o diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) informou que não havia registro ou alerta sobre o estado crítico daquela ponte no sistema central daquele órgão federal, o que causou enorme perplexidade na sociedade civil brasileira.

Segundo dados oficiais do DNIT, existem no Brasil 597 pontes sob sua gestão que são classificadas como ruim; e 130 em estado crítico – o mais grave e perigoso. Em Santa Catarina, há seis pontes federais rodoviárias em estado crítico e cinco em estado ruim. A gestão dessas infraestruturas, que é realizada pelo DNIT, é bastante precária e deficitária, o que deveria provocar temor nas pessoas que circulam nelas. Essa triste realidade fática indica que falta monitoramento, inspeção e manutenção dessas estruturas físicas, o que é grave e temerário.
Esse descaso com as pontes rodoviárias em operação no País é algo que deveria revoltar a sociedade civil brasileira, inclusive o Congresso Nacional possui o dever de fiscalizar a atuação do DNIT, no que tange a essa triste realidade nacional, para encontrar soluções e responsabilizar os agentes públicos omissos. No âmbito estadual e municipal catarinense, faltam dados acerca do monitoramento, inspeção e manutenção das pontes rodoviárias. Nesse caso, os poderes legislativos também devem pautar esse tema, para que medidas sejam adotadas, caso sejam necessárias.
A queda daquela ponte é mais um sinal de que o estado brasileiro está em colapso. Infelizmente, o quadro é caótico e preocupante. É preciso reformular a política pública de gestão das pontes rodoviárias, criando novos protocolos preventivos, ampliando investimentos em infraestrutura, mediante concessões de rodovias. Os brasileiros não podem mais conviver com esse tipo de risco insano. As soluções precisam ser apresentadas pelas autoridades responsáveis.
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