Esquenta os bastidores para a escolha do comando do Ministério Público
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A disputa pelo cargo de procurador de Justiça do Ministério Público chegou ao ápice após a entrega da lista ao governador Jorginho Mello (PL). Permeada de fake news de ambas as chapas, a disputa também trouxe à tona algumas questões verdadeiras que normalmente estariam fora do debate. Um exemplo é que, durante a gestão do atual procurador-geral, Fábio Trajano, em 2023, foi produzida e publicada uma cartilha sobre o aborto, denominada “Cartilha de Atenção Humanizada à Interrupção Legal da Gestação”. O material prevê, dentre outras providências, assistolia fetal até nove meses de gestação e a desnecessidade de realização de Boletim de Ocorrência.
Se, por um lado, o MP cumpre seu papel social em relação a mulheres vítimas de estupro, por outro, o material entra em conflito com os conservadores, apoiadores do governador Jorginho Mello (PL). Há quem diga, nos bastidores, que haverá pressão sobre o governador por causa da cartilha. “Tudo o que o governador faz está sob total atenção da base do PL, e qualquer decisão que não bata com as bandeiras defendidas pela direita será motivo de cobrança mais para frente”, afirmou um liberal que acompanha a disputa.
Já em relação à promotora Vanessa Cavalazzi, seus adversários têm dito nos bastidores que ela é ligada à esquerda, afirmação que tem sido rebatida por seus apoiadores, que lembram que o pai da postulante ao cargo de procuradora-geral, Mário Cavalazzi, foi deputado estadual constituinte e deputado federal, sempre atuando em partidos políticos de direita, à época PDS, PPB e PPR. “Ela nunca foi ligada à esquerda”, destacou uma fonte consultada.
O fato é que a disputa está acirrada, e os bastidores do Ministério Público estão fervendo. Jorginho tem na lista os nomes de Fábio Trajano e Vanessa Cavalazzi, ambos extremamente qualificados e respeitados pelos membros do MP. Além disso, a diferença de votos foi pequena, o que mantém o cenário aberto: o governador pode optar por Trajano, por ter sido o mais votado, ou por Vanessa, o que o tornaria o primeiro governador a nomear uma mulher para comandar o Ministério Público.
Independentemente do resultado, o mais importante é que o MP saia unido após essa disputa ferrenha, pois trata-se de um dos órgãos mais relevantes para a defesa da ordem jurídica, dos direitos sociais e individuais e do regime democrático.
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