Mais um capítulo da cisão no PL; Ex-Ciasc no governo; Denúncias trabalhistas contra a Celesc – E outros destaques
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Está posta uma cisão no Partido Liberal de Santa Catarina entre o governador Jorginho Mello e a deputada federal Júlia Zanatta (PL). O afastamento, que vem se intensificando há meses, ganhou mais alguns capítulos nos últimos dias, numa novela cujo final é difícil de prever.
Júlia não esconde mais o seu descontentamento com a entrada do MDB na base do governo. Desde o primeiro dia desse “casamento”, já partiu para o ataque, derrubando uma indicação para a presidência da Fesporte, feita pelo deputado estadual Fernando Krelling (MDB). Questionou o governador e criticou fortemente a Casa Civil. Teve um apoio tímido do deputado estadual Oscar Gutz, que se juntou a ela no posicionamento contrário à indicação do advogado Vinícius Bion, por ele ter sido filiado ao PCdoB até poucos dias antes.
Na terça-feira, foi a vez do deputado Sargento Lima (PL), que subiu à tribuna da Alesc para falar sobre a acusação feita pela vereadora de Itapoá, Jéssica Lamonie (PL), de que o prefeito Jeferson Garcia (MDB) a teria agredido física e verbalmente. Lima chegou a dizer que, no município, o MDB é oposição e que está analisando se a entrada dos emedebistas na base de Jorginho é boa ou ruim. “Estou questionando se essa entrada no governo é salutar ou não”, afirmou.
Lima ainda colocou em dúvida se a situação ocorrida em Itapoá, de oposição ao seu partido, foi arquitetada por uma cúpula ou se foi um fato isolado de uma cidade que não sabe lidar com seus problemas domésticos. Um ponto que chamou a atenção na fala do parlamentar, e que também é o cerne do descontentamento, foi sobre os cargos entregues aos emedebistas. Durante o discurso, Lima não criticou abertamente, mas lembrou que foram entregues cargos importantes para a economia estadual.
Para piorar, não foi a primeira manifestação de Lima. Nos bastidores, a boca pequena, ele não esconde sua antipatia pela entrada do MDB. Além disso, outros deputados do PL disseram que estão de olho nas concessões que o governador está fazendo aos emedebistas. “Nós já sabemos que, para atrair alguns descontentes do MDB, o governador está oferecendo cargos comissionados. Somente um deputado pode receber 20 cargos”, relatou um parlamentar liberal, que lamenta serem poucas as indicações do partido no governo.
Vagas ao Senado
O governador Jorginho Mello (PL), durante sua fala ontem, afirmou que haverá composição com outro partido para a eleição ao Senado e tentou se impor frente ao desejo das deputadas federais Caroline de Toni e Júlia Zanatta. Jorginho não se deixou constranger com a declaração do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que apontou as duas para a disputa em Santa Catarina, e bancou seu desejo de ter outros partidos coligados com ele. Há quem entenda que a fala pode ter sido um recado para o MDB e que, se isso se confirmar, é porque Jorginho já prometeu uma das vagas da chapa para a disputa ao Senado aos emedebistas.
Incomodou
Ontem mesmo, a deputada federal Júlia Zanatta (PL), em entrevista concedida à Rádio Som Maior de Criciúma, fez elogios ao prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), ao falar de seu bom relacionamento com líderes de outros partidos. “Todo mundo sabe da amizade do João Rodrigues com o Jair Bolsonaro. Ela não é de hoje, é antiga. Ela vem desde quando os dois eram deputados federais juntos. Quando ninguém dava bola para o Jair Bolsonaro, o João Rodrigues já era amigo dele. Nosso intuito é que Jair Bolsonaro consiga expandir sua base em 2026”, afirmou. A fala teria desagradado o governador Jorginho Mello (PL).
Disputa por espaço
Mesmo faltando mais de um ano para a próxima eleição, é fato que a queda de braço dentro do PL catarinense pelas vagas ao Senado já começou e promete esquentar ainda mais nos próximos meses. Conforme escrevi na coluna de ontem, qual das duas deputadas, Caroline de Toni ou Júlia Zanatta, aceitará abrir mão do projeto de se eleger senadora para entregar a vaga a outro partido?Esse é um problema que o governador Jorginho Mello (PL) não terá força para enfrentar sozinho. Precisará acionar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O problema é que o líder do bolsonarismo tem um projeto de eleger uma grande bancada ao Senado. É aí que entram Júlia e Caroline. E, nesse caso, Bolsonaro não pensará de forma pragmática para ajudar na eleição de Jorginho. O que valerá é o seu projeto de domínio do Senado.
Ex-Ciasc no governo
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Mesmo após deixar a presidência do CIASC por causa de um escândalo bilionário, divulgado pelo SCemPauta, envolvendo uma dispensa de licitação que está sendo investigada por suposta irregularidade, Moisés Diersmann continua recebendo dinheiro do Governo do Estado. Atualmente, ele ocupa uma cadeira no Conselho Estadual de Educação, onde recebe R$ 16.560 mensais em jetons. O cargo foi indicado pelo governador Jorginho Mello (PL). Durante sua gestão no CIASC, a estatal firmou uma parceria sem licitação com uma empresa de telemedicina, que havia sido registrada no estado apenas três dias antes da apresentação da proposta comercial. Estima-se que o impacto orçamentário dessa operação poderia ultrapassar R$ 1 bilhão.
Incomodado?
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Chamou minha atenção uma rápida conversa que tive com o deputado federal Carlos Chiodini (MDB), que será nomeado secretário de Estado da Agricultura. Ele não sabe qual será o orçamento da pasta que irá comandar. Chiodini, que não é especialista no setor, disse que primeiro vai conhecer, depois planejar, para então executar. “Imagina eu numerando o caixa do governo. Não iria pedir dinheiro nenhum”, afirmou. Chiodini pareceu incomodado com a conversa. Fontes do MDB têm dito que o futuro secretário pode não estar muito seguro da escolha que fez.
Leituras 1
Há uma leitura muito clara de algumas lideranças do MDB em relação à situação do deputado federal Carlos Chiodini (MDB). O que tem se repetido nos bastidores é que foi uma decisão muito mais do CPF do que do CNPJ. Isso porque algumas lideranças do partido, a exemplo de deputados, prefeitos e demais integrantes da base, não desejavam esse “casamento”. “Algumas lideranças importantes nem foram ouvidas”, afirmou uma fonte. A leitura é que Chiodini, após não ter sido eleito em Itajaí e não ter conseguido emplacar uma posição de destaque na Câmara Federal, aceitou a Agricultura quase como um refúgio. Tanto para tentar se afastar do governo Lula (PT) quanto para criar um capital político por meio de ações na Agricultura.
Leituras 2
Outra leitura diz respeito à situação do deputado estadual Antídio Lunelli (MDB). O que é dito é que não pegou bem uma fala do ex-presidente da Assembleia Legislativa, Mauro De Nadal, ao apontar o deputado Carlos Chiodini como o nome do partido para disputar o Governo do Estado. Segundo algumas fontes, Lunelli teria se sentido desrespeitado. Além disso, quando foi convidado pelo governador Jorginho Mello (PL) para assumir a Agricultura, Antídio não teve a Epagri e a Cidasc no pacote, ao contrário de Chiodini, que levou as duas junto. O próprio Antídio não comenta o assunto, mas fontes próximas ao partido fazem esse relato.
Nem tudo é ruim
Apesar dos pesares, há deputados do partido que entendem ser possível manter uma boa relação com o governo de Jorginho Mello (PL). Lembram que, desde o início da atual gestão, o MDB tem ajudado o governador na Assembleia Legislativa. “Às vezes ajudamos mais ainda do que o próprio PL”, afirmou um parlamentar. Para alguns deputados, com o tempo será possível ajustar a relação entre os partidos, mesmo diante das resistências dos bolsonaristas em relação ao MDB.
Denúncia contra a Celesc
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O Ministério Público do Trabalho notificou a Celesc para que adote medidas urgentes na melhoria das condições de trabalho dos atendentes de suas lojas. A recomendação foi expedida após uma série de denúncias feitas por sindicatos da categoria, apontando sobrecarga de trabalho, agressões verbais e adoecimento dos funcionários desde a implementação do novo sistema eletrônico de gestão. A substituição do sistema operacional, realizada em maio de 2024, gerou problemas na emissão de faturas, afetando cerca de 140 mil consumidores em Santa Catarina. O reflexo tem sido sentido diretamente pelos atendentes, que lidam diariamente com filas extensas e clientes insatisfeitos, resultando em um aumento expressivo de afastamentos médicos e pedidos de demissão.
Ação Civil
Diante do agravamento da situação, o Ministério Público do Trabalho já havia emitido uma primeira recomendação à Celesc em agosto do ano passado, determinando a adoção de medidas como a contratação de mais funcionários e a concessão de pausas durante o expediente. No entanto, o descumprimento da recomendação levou à realização de uma nova audiência, no último dia 11, onde o procurador do Trabalho, Sandro Eduardo Sardá, decidiu incluir o presidente da empresa, Tarcísio Rosa, no inquérito civil como investigado. A Celesc tem um prazo de 10 dias para apresentar um plano de adequação, sob pena de enfrentar uma Ação Civil Pública para garantir a reparação dos danos aos trabalhadores.
Relatos
Um dos relatos mais impactantes dos servidores da Celesc é o de Fernanda Gipsy (nome fictício), que atuou na empresa por dez anos e precisou se afastar após sofrer constantes agressões verbais de clientes. O estresse, intensificado pela falta de estrutura e treinamento adequado, levou a categoria a recorrer ao Ministério Público do Trabalho. Os sindicatos denunciam que a diretoria da Celesc foi alertada sobre os problemas ainda antes da mudança do sistema, sem que houvesse uma resposta efetiva. Na última audiência realizada pelo MPT-SC, o procurador Sandro Sardá criticou a falta de compromisso da empresa com a implementação das medidas recomendadas.
Contraponto
“A Celesc recebeu a notificação do Ministério Público do Trabalho (MPT) e responderá dentro do prazo estabelecido. Seguimos adotando medidas para minimizar os impactos da transição para o novo sistema. Destacamos que diversas ações já podem ser realizadas por meio dos canais online, refletindo o avanço na digitalização dos serviços. Nosso principal objetivo está sendo alcançado: em breve, praticamente todos os serviços estarão disponíveis de forma digital, eliminando a necessidade de deslocamento dos clientes até as lojas de atendimento.” – Assessoria de Comunicação da Celesc
InvestSC
O governador Jorginho Mello (PL) e o presidente da InvestSC, Renato Lacerda, participaram ontem da celebração dos 20 anos da empresa — criada para gerar e atrair investimentos ao estado. O evento contou com o lançamento do Guia de Atração de Investimentos para Municípios, além do edital do projeto de Parceria Público-Privada do Complexo Prisional de Blumenau e do edital para concessão do Complexo Turístico da Serra do Rio do Rastro. Também foi anunciado o chamamento de audiência pública para validação dos estudos de concessão da Zona de Processamento de Exportação de Imbituba e o lançamento do edital de chamamento de estudos para concessão do Kartódromo do Sapiens Parque, em Florianópolis.
Debate acalorado
O deputado estadual Fabiano da Luz (PT) e o deputado Sargento Lima (PL) divergiram em um debate sobre a taxa de contribuição dos microempreendedores individuais (MEI). Diante da apresentação de um vídeo com o letreiro “Lula vai te arrochar”, Lima falou sobre o aumento da contribuição. Para Fabiano, as afirmações são inverídicas. “Tem deputado que não sabe fazer conta”, disse, explicando que a contribuição aumentou porque a taxa está atrelada ao valor do salário mínimo. “A taxa do MEI é um percentual sobre o valor do salário mínimo, que aumentou para R$ 1.518. Se aumenta o salário mínimo, obviamente quem pagava R$ 70 vai pagar 5% a mais, vai pagar R$ 75”, afirmou. Fabiano alfinetou ainda que “talvez tenha deputado que estava acostumado com o governo Bolsonaro, quando não havia aumento do salário mínimo.”
Eleição no MP
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O presidente da Associação Catarinense do Ministério Público (ACMP), Alexandre Estefani, representou a entidade em reunião com o governador Jorginho Mello (PL). Durante o encontro, Estefani e representantes da ACMP entregaram dois ofícios com um recado em forma de pedido: os membros do MP querem que seja nomeado quem for o mais votado pela classe para ocupar o cargo de Procurador-Geral de Justiça no próximo biênio. “A importância para o Ministério Público e a sociedade catarinense de respeitar a escolha da classe com a nomeação do candidato mais votado na eleição interna”, destaca um dos ofícios. Dois candidatos concorrem ao pleito: o atual PGJ, Fábio Trajano, que busca a reeleição, e a promotora de Justiça Vanessa Cavallazzi.
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