Alimentação escolar: Governo se manifesta sobre investigação; as resistências no MDB à adesão ao governo – e outros destaques
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A Secretaria de Estado da Educação se manifestou, por meio de nota, a respeito da investigação do Tribunal de Contas do Estado, revelada ontem com exclusividade pela coluna, que apura um suposto desvio de R$ 5,8 milhões no serviço de merenda das escolas públicas.
De acordo com a SED, o relatório formulado à época pelo TCE não levou em consideração as escolas de Autogestão da Alimentação Escolar, que são aquelas que recebem diretamente produtos da agricultura familiar e não são atendidas pelas empresas terceirizadas. “Sendo assim, a diferença constatada pelo Tribunal referente ao contrato no ano de 2023 é, na verdade, o valor referente à alimentação escolar dessas unidades de autogestão. Neste sentido, o setor responsável pela alimentação escolar na SED já prestou os esclarecimentos necessários à Corte de Contas”, diz a nota.
Na manifestação, a secretaria informa que, desde o início da nova gestão, a SED intensificou a fiscalização da alimentação escolar, com o objetivo de garantir a qualidade do serviço e dos produtos oferecidos, bem como o devido cumprimento dos contratos.
Acontece que, no despacho do conselheiro Gerson Sica, em momento algum há qualquer referência a escolas de autogestão, mas, sim, a contratos específicos do Governo do Estado, incluindo com a Risotolândia, que ainda mantém outros contratos, num total de cinco. São dois com dispensa de licitação, três pregões vencidos pela empresa e um contrato de execução especial que durará até o final do ano. O que chama a atenção é que, com todo o histórico da empresa, a Controladoria-Geral do Estado não fez nenhuma recomendação à Secretaria de Estado da Educação.
Vale destacar que Nutriplus e Risotolândia já haviam sido denunciadas por supostos problemas ocorridos em outro governo, envolvendo o não ressarcimento dos valores referentes aos alimentos da agricultura familiar.
Para bem esclarecer a população, é necessário que o governo apresente os gastos com as escolas de autogestão, com todos os valores, comprovando que os R$ 5,8 milhões foram utilizados para essa finalidade. A Assembleia Legislativa também poderia pedir explicações sobre algo tão sério, que são os recursos da alimentação de crianças, muitas delas pertencentes a famílias carentes.
O casamento
O governador Jorginho Mello (PL) comemorou o acordo firmado com o presidente estadual do MDB, deputado federal Carlos Chiodini. Em um encontro a sós, ficou definido que Chiodini terá o comando da Secretaria de Estado da Agricultura, abarcando também a Epagri e a Cidasc. O deputado estadual Emerson Stein assumirá o Meio Ambiente e Economia Verde, e o partido também indicará o próximo presidente da Fesporte, que será o advogado Vinícius Bion, que é uma indicação do deputado Fernando Krelling, vice-presidente da Alesc. Além disso, está mantida a posição de Jerry Comper como secretário de Infraestrutura.
Dividido 1
O MDB está dividido. Entre os deputados estaduais, três se mostraram favoráveis à adesão ao governo de Jorginho Mello (PL), enquanto outros três se mostraram contrários ao casamento. Entre os federais, Rafael Pezenti manteve o posicionamento contra a entrada do partido. Já Chiodini e Valdir Cobalchini resolveram aderir. Antes contrário ao casamento, Cobalchini mudou de posicionamento quando o governador ligou para ele cobrando a fatura do apoio do PL a seu filho, o vereador João Cobalchini (MDB), para presidir a Câmara de Vereadores de Florianópolis.
Dividido 2
A leitura de algumas lideranças emedebistas é a de que a decisão pela adesão ao governo de Jorginho Mello (PL) é muito mais voltada aos CPFs do que ao CNPJ. Em suma, o entendimento é que o casamento beneficiará apenas algumas lideranças do partido, impedindo que o MDB crie uma cara própria e um projeto real de fortalecimento da sigla. “O Chiodini (Carlos) queria sair de Brasília a qualquer custo para se afastar do governo Lula (PT)”, destacou uma fonte ligada ao partido. De acordo com uma das lideranças, ao aderir ao governo, o partido fortalece o projeto do governador, sob o risco de um forte enfraquecimento do próprio MDB, que, a depender do que ocorrer no governo e nas próximas eleições, poderá ter reduzida a sua representatividade no parlamento.
Críticas
Uma das lideranças do MDB se mostrou curiosa em relação às promessas feitas pelo governador Jorginho Mello (PL) ao partido. Isso porque o governador é conhecido pelo perfil centralizador e desconfiado, podendo, com o tempo, tirar o poder de decisão dos emedebistas nas secretarias, a exemplo do que faz com Jerry Comper na Infraestrutura. A fonte lembrou que, na primeira edição do “Santa Catarina Levado a Sério”, Jorginho fez inúmeras promessas aos prefeitos em suas visitas às regiões. “Na minha região não aconteceu nada até agora”, afirmou a liderança, destacando que o governo é lento em suas ações.
Em suma
O que deu para sentir entre alguns deputados do MDB é uma sensação de descontentamento e desânimo com a decisão. Porém, todos foram comedidos ao falar sobre o comportamento do partido, sobretudo da bancada na Assembleia Legislativa. Um fato é que o governo seguirá tendo apoio de todos os emedebistas no parlamento, até mesmo dos que não gostaram da adesão do partido.
Reações
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Escrevi esses dias que, ao contrário do que pensam alguns emedebistas, a ala bolsonarista do Partido Liberal não os verá de outra forma, somente por terem aderido ao governo de Jorginho Mello (PL). É um fato: a extrema-direita não vê o MDB com bons olhos. A primeira reação contrária foi de uma das principais lideranças do PL em Santa Catarina, a deputada federal Júlia Zanatta. “Em tempos de alta conectividade, o político que não se comunica com o povo se trumbica, como diria Chacrinha. Se alguém acha que ainda é tempo de tríplices alianças, sem consultar a vontade popular, que há muito tem deixado claro que quer um rompimento com o sistema vigente até então, de que se mandava apenas os caciques sem nenhuma renovação política, esse alguém está enganado. E se você se cerca de pessoas puxa-saco no seu entorno de poder e deixa de ouvir as massas e a vontade popular, é inevitável que algo de ruim aconteça. A única aliança possível é com a vontade popular”, afirmou em um vídeo. Júlia não mencionou, mas o recado foi direto para o governador.
Cardiologia
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O governador Jorginho Mello (PL) anunciou a construção de um novo prédio para o Instituto de Cardiologia. Segundo ele, a nova unidade será instalada no estacionamento superior do Hospital Regional de São José, ampliando a capacidade de atendimento para mais 245 leitos. Desses, quarenta serão para a UTI.
Devedores
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O deputado estadual Rodrigo Minotto (PDT) apresentou um Pedido de Informação, solicitando ao Governo do Estado dados sobre os maiores devedores de impostos em Santa Catarina. Aprovado ontem, em plenário, o documento pede a inclusão de pessoas físicas e jurídicas, detalhando os débitos por tributo no último exercício fiscal. Minotto defende maior transparência na arrecadação e quer informações sobre ações do governo para a cobrança, incluindo processos administrativos e judiciais.
Novo comando
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O coronel Emerson Fernandes assumiu o comando da Polícia Militar durante solenidade realizada ontem, no final da tarde, na Academia de Polícia Militar da Trindade, em Florianópolis. O evento, que contou com a presença do governador Jorginho Mello (PL), também deu posse ao novo subcomandante-geral da corporação, coronel Jofrey Santos Silva.
Hospitais filantrópicos
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O deputado estadual Vicente Caropreso (PSDB) apelou ao Governo do Estado para que reveja o financiamento extra teto dos grandes hospitais filantrópicos. O tucano destacou o caso do Hospital São José, de Jaraguá do Sul, que está com quase 90% de ocupação pelo SUS. A unidade é responsável por atender casos de alta complexidade, como politraumatismos, que ocupam leitos de UTI, impedindo a realização de cirurgias eletivas. O parlamentar não citou, mas outros hospitais estão passando pela mesma situação. “Apelo ao conhecimento e análise criteriosa da SES para que reveja os parâmetros de como são tratados os hospitais filantrópicos”, insistiu Caropreso.
Livro jurídico
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O deputado estadual Ivan Naatz (PL) lançou ontem o seu terceiro livro jurídico, Assédio Processual – O Abuso do Direito de Demandar. A obra analisa o excesso de processos judiciais no Brasil e defende a desjudicialização como forma de agilizar a resolução de conflitos e reduzir custos. Naatz discute os impactos do assédio processual no sistema jurídico e seus reflexos para a sociedade. O livro é recomendado para profissionais do Direito e interessados em justiça e ética. Natural de Blumenau, Ivan Naatz também é autor de CPI dos Respiradores – O Maior Caso de Fraude e Corrupção em Santa Catarina (2021), no qual detalha a investigação que revelou um esquema de desvio de R$ 33 milhões dos cofres públicos.
Álcool e direção?
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O deputado estadual Jessé Lopes (PL) postou um vídeo ontem em uma rede social no qual comemora a troca de comando da Polícia Militar. Porém, o que chama a atenção no vídeo é um brinde feito por Jessé com seu motorista e uma pessoa que estava no banco de trás. O brinde foi com garrafas de cerveja. Na postagem, Jessé informa que não bebe e que “o brinde foi meramente ilustrativo para recordar o dia em que o ex-comandante foi flagrado bebendo Heineken no quartel”. O parlamentar também informou que “o carro estava parado em um local permitido para parar e/ou estacionar”.
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