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O governador Jorginho Mello (PL) anuncia amanhã os novos secretários. Há uma dúvida se todos os nomes serão apresentados ou se haverá um primeiro anúncio e marcada outra data para os demais. Isso se dá porque o governo segue tentando garantir os emedebistas.

O MDB está de sangue doce. O líder da bancada na Assembleia Legislativa, Fernando Krelling, e o secretário de Estado da Infraestrutura, Jerry Comper, que é deputado licenciado, são os maiores entusiastas de uma adesão ao governo. Já os demais, entre estaduais e federais, se dividem entre os que não querem e os que não fazem questão de aderir, mas que aceitarão se a proposta de Jorginho for boa.

Os emedebistas não querem nem ouvir falar da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e da Economia Verde. Esse espaço poderá ser dado novamente para o deputado federal Ricardo Guidi (PL), para abrir espaço na Câmara Federal para Darci de Matos, em litígio com o PSD. Se não for para Brasília, Matos deverá ganhar um espaço no governo. Fontes também deixaram claro que, para ter no governo o presidente estadual do MDB, o deputado federal Carlos Chiodini, somente se for numa secretaria estratégica que tenha força, logo as que o governador se nega a abrir para outro partido que não seja o PL.

A Casa Civil, mais uma vez, foi pedida. Mas Jorginho já tem compromisso no PL para ocupar esse espaço. O governador ficou de pensar em outra secretaria para oferecer. O Turismo foi apresentado, mas foi rechaçado pelo MDB, e, para a Agricultura, fontes afirmam que Chiodini não vai, e, se o partido aceitar, será outro nome. Ontem a bancada estadual se reuniu online para discutir a questão. Caberá ao líder, Krelling, hoje de manhã, levar ao governador o posicionamento de que ou entrega um espaço importante para o MDB, ou o partido seguirá independente, mas dando governabilidade no parlamento. Os emedebistas também querem ter voz ativa no governo, situação que Jorginho terá muita dificuldade para concordar.

Quem entra

Fora a questão do MDB, o governador Jorginho Mello (PL) já definiu os nomes que serão anunciados. A escolha ficou restrita ao núcleo familiar. Bruno e Filipe Mello, que são os filhos do governador, e Juca Mello, irmão de Jorginho, discutiram a portas fechadas. No Turismo, Catiane Seif será anunciada como secretária. Ela desbanca o ex-prefeito de Balneário Camboriú, Fabrício Oliveira (PL). O ex-prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt (PL), será o secretário de Defesa Civil. Com isso, o coronel Fabiano de Souza deve voltar para o comando dos Bombeiros. A ex-prefeita de São José, Adeliana Dal Pont (PL), assumirá a Secretaria de Estado da Assistência Social, Mulher e Família. Na Saúde, o secretário de Estado, Diogo Demarchi, segue na pasta, devendo ter a ex-prefeita de Vargem, Milena Lopes, como adjunta. A ex-prefeita de Itapema, Nilza Simas (PL), não está tão prestigiada. Foi nomeada para um cargo de segundo escalão: é a nova consultora executiva da Secretaria de Saúde.

De volta

O suplente de senador, Beto Martins (PL), voltará ao governo. Ele reassumirá a Secretaria de Estado de Portos, Aeroportos e Ferrovias.

Quem tem chance?

O ex-prefeito de Indaial, André Moser, poderá ser anunciado como adjunto da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Serviços, que tem no comando Silvio Dreveck. A ex-prefeita de Palmeira, Fernanda Córdova (PL), também deve ir para o governo. O governador Jorginho Mello (PL) quer nomeá-la na Secretaria de Articulação Nacional, porém a secretária Vânia Franco é contra. Resta saber se Jorginho se curvará à vontade de Vânia ou se nomeará a ex-prefeita.

Fabrício de fora

Uma fonte ligada ao Governo do Estado me disse que o ex-prefeito de Balneário Camboriú, Fabrício Oliveira (PL), não será nomeado. Segundo a fonte, o que restou para Fabrício é um espaço no Republicanos, provavelmente de vice-presidente estadual, e será dado o comando em BC. “O governador vai dar uma porta para ele no Republicanos. Vai depender dele pelo que percebo, mas não no governo, não para o momento”, afirmou. O fato é que o governador Jorginho Mello (PL) quer se reconciliar com o deputado estadual Carlos Humberto Silva (PL). Desse modo, pensa em convidar Fabrício a se retirar do Partido Liberal e se filiar ao Republicanos. A questão é que, mesmo Oliveira indo para outro partido, Jorginho não conseguirá abrir o caminho para Carlos Humberto em 2026, já que a tendência é que Fabrício também dispute uma vaga para a Alesc.

Insatisfação

É grande a insatisfação na base do prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD). O alvo principal é o secretário da Casa Civil, Ronaldo Freire. Segundo fontes ligadas à Câmara de Vereadores, Freire tem trabalhado apenas para dois vereadores: Roberto Katumi (PSD) e Rafinha de Lima (PSD). A reclamação é que todos os cargos estratégicos, as indicações primeiro são direcionadas para os dois vereadores pessedistas. “Isso que o prefeito Topázio Neto disse que as nomeações seriam técnicas, via currículo”, relatou um dos vereadores com quem conversei. O recado é que, se Topázio insistir com Freire no governo, a relação com a maioria na Câmara deverá azedar.

Reclamação

Alguns vereadores têm reclamado do comportamento do prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD). A leitura é que Topázio dá a impressão de que não precisa de ninguém e que tem o controle absoluto da base. Já é possível sentir que, se o prefeito não mudar, perderá boa parte de sua base.

Vagas na Câmara

Um movimento silencioso para ampliar o número de deputados federais, atualmente fixado em 513, vem ganhando força em Brasília. A proposta pode criar 14 novas vagas no Legislativo, iniciativa encabeçada por parlamentares do Rio de Janeiro e de estados do Nordeste. O deputado catarinense Rafael Pezenti (MDB) se posicionou contra a ideia e pretende barrá-la. Segundo Pezenti, as discussões ganharam força nos bastidores da Câmara após a decisão do Supremo Tribunal Federal, em agosto de 2023, que determinou ao Congresso a definição do novo tamanho das bancadas até 30 de junho deste ano, com base no tamanho da população. Caso o Legislativo não o faça, caberá ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) essa tarefa. Desde 1993, o número de deputados permanece inalterado.

Alternativa

Preocupado com a possibilidade de o Judiciário decidir o tamanho das bancadas, o deputado federal Rafael Pezenti (MDB) apresentou um projeto de lei para redistribuir as vagas na Câmara dos Deputados de forma proporcional ao tamanho da população, sem ampliar o número total de parlamentares. A proposta visa ajustar automaticamente a representatividade com base nos dados atualizados do Censo, evitando o aumento de custos para o país. O provável futuro presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), já indicou que criará um grupo de trabalho para debater o tema, mas Pezenti afirmou estar articulando com outros deputados para evitar o avanço do movimento por mais cadeiras no Legislativo.

Competição Mundial

O prefeito de Camboriú, Leonel Pavan (PSD), vai hoje à Secretaria de Estado do Turismo, comandada por Catiane Seif, para buscar apoio para a realização da etapa mundial de mountain bike, que ocorrerá em Camboriú. A penúltima etapa do mundial está marcada para o dia 6 de março, com a participação de atletas de 20 países. A grande final será realizada em outubro, na França. Pavan destaca que o evento é uma oportunidade para divulgar Santa Catarina e o Brasil no cenário internacional. Pavan vai solicitar apoio financeiro de R$ 450 mil, que será destinado ao custeio das inscrições e outras necessidades organizacionais do evento. A Associação Mundial de Mountain Bike já enviou as diretrizes para a realização da etapa, e a equipe organizadora trabalha para atender às exigências. O deputado estadual Carlos Humberto Silva (PL) acompanhará Pavan na reunião, marcada para as 13h.