Redes sociais sem filtros: liberdade de expressão requer responsabilidade
A vitória de Donald Trump nos Estados Unidos já está trazendo mudanças substanciais no cenário americano, especialmente no que diz respeito à mudança de perspectiva sobre a “liberdade de expressão”.
Seguindo o embalo dessa vitória eleitoral, Mark Zuckerberg decidiu se pronunciar publicamente para anunciar a eliminação do sistema de filtragem de conteúdos no Instagram e Facebook. Essa decisão foi recebida com alívio por muitos cidadãos e políticos que consideravam as filtragens um verdadeiro atentado à liberdade de expressão e uma ameaça ao Estado democrático de direito, comparando-as a práticas comuns em regimes autoritários.
Entretanto, as consequências da eliminação dessas filtragens podem gerar impactos previsíveis já nos próximos meses. Se antes o objetivo das filtragens era conter a propagação de desinformação e fake news, a ausência desse controle deverá aumentar exponencialmente a disseminação de conteúdos políticos falsos, prejudicando tanto a imagem da esquerda quanto da direita. Como resultado, é provável que a polarização política se intensifique ainda mais, promovendo um clima de radicalização crescente.
A partir de aqui, devemos saber que a “liberdade de expressão” requer também responsabilidade para ser colocada em prática.
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