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Aguiar se mostrou preocupado com o cenário do próximo ano – Imagem: Fiesc

Durante o balanço econômico da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), realizado ontem, o presidente Mario de Aguiar destacou que o equilíbrio fiscal continuará sendo uma das principais preocupações do setor industrial no próximo ano. Segundo ele, o pacote de corte de gastos apresentado pelo Governo Federal não deverá ser suficiente para equilibrar as contas públicas, o que pressionará a taxa básica de juros e trará impactos negativos para a economia.

Após um ano marcado pelo crescimento da indústria catarinense, impulsionado pela queda da Selic até maio, o cenário para o próximo ano é menos favorável, segundo Aguiar. “Em 2025 vamos começar a sentir os impactos do ciclo de alta da Selic, com efeitos negativos para os setores que dependem de crédito, justamente os que vinham puxando para cima o desempenho da indústria catarinense”, explicou, destacando que a alta dos juros deve afetar também o consumo, em uma tentativa de conter a inflação. “Embora diversificada, a indústria catarinense tende a ter um desempenho menos robusto do que em 2024, dada a expectativa de retração no crédito e no consumo”, completou.

Outro ponto levantado foi o ambiente externo, que promete ser ainda mais desafiador no próximo ano. Conflitos no Oriente Médio e a continuidade da guerra na Ucrânia seguem impactando o cenário geopolítico, enquanto as políticas protecionistas de China e Estados Unidos complicam o comércio internacional. Para Aguiar, o estado até poderá se beneficiar, mas ainda é cedo para avaliar quais serão as efetivas oportunidades para as indústrias.

Pleno emprego

O presidente da Fiesc, Mario de Aguiar, destacou que Santa Catarina segue apresentando uma das menores taxas de desocupação do país, de 2,8% no terceiro trimestre, segundo o IBGE. No acumulado até outubro, o estado registrou um aumento de 6,5% no estoque de empregos na indústria. Contudo, a escassez de trabalhadores qualificados e a dificuldade em atrair jovens para o setor permanecem como gargalos para o crescimento industrial.

Aguiar também trouxe reflexões sobre o impacto do Bolsa Família no mercado de trabalho. “Embora seja uma iniciativa importante no enfrentamento à pobreza, o programa precisa ser aprimorado. Ele desestimula a busca por emprego e incentiva a informalidade. Vivemos um paradoxo: enquanto 20 milhões de famílias brasileiras recebem o benefício, empresas têm dificuldade para contratar trabalhadores”, avaliou.

O balanço contou ainda com análises dos economistas Pablo Bittencourt e Marcelo de Albuquerque, que contribuíram para as projeções econômicas. As perspectivas para o próximo ano apontam um cenário de desafios internos e externos, exigindo cautela e planejamento das indústrias catarinenses.

Afastamento?

O governador Jorginho Mello (PL) recebeu, mais uma vez, na Casa d’Agronômica, o deputado federal Carlos Chiodini, que voltou para a presidência estadual do MDB. Conversaram, mas o governador não abriu qualquer possibilidade de Chiodini assumir alguma secretaria central. Chiodini, que já não esconde internamente sua impaciência pela forma como está sendo tratado, disse a Jorginho que o MDB vai esperar mais um pouco e que uma decisão ficará para o próximo ano. Lideranças do partido me disseram que Chiodini, de forma educada, começa a dar um basta nas negociações. Isso não quer dizer que o cenário não possa mudar, mas o fato é que, hoje, o MDB está muito mais inclinado a seguir de forma independente na Assembleia Legislativa do que se alinhar a um governo que, na visão dos emedebistas, não trata o partido de acordo com sua grandeza.

Olho em Brasília

Brilharam os olhos do deputado federal Carlos Chiodini (MDB) diante do convite do deputado Hugo Motta (Republicanos/PB) para que componha a mesa diretora da Câmara Federal. Motta, que será o próximo presidente, quer Chiodini ao seu lado. Uma cadeira na mesa empoderará ainda mais o parlamentar catarinense no Congresso Federal.

Disse que fica

O deputado estadual Camilo Martins entrou em contato ontem para negar que deseja sair do Podemos. Na verdade, conforme já havia mencionado, Martins sairá apenas se não for montada uma nominata forte para a próxima eleição. Caso contrário, poderá permanecer no partido. No entanto, no governo Jorginho Mello (PL), o desejo é levá-lo para o Republicanos, que se tornou um apêndice do PL no estado.

Retirado de pauta

O chamado PLC da Casan, que é o Projeto de Lei Complementar que tem gerado debates por tirar a autonomia dos municípios na gestão do saneamento básico, foi retirado de pauta. A matéria só voltará a ser discutida no próximo ano, quando seguirá a tramitação na Comissão de Constituição e Justiça. Um dos principais críticos da proposta é o deputado estadual Matheus Cadorin (Novo). Ele tem alertado os municípios sobre a necessidade de mudanças no projeto, como o peso do voto do Estado e dos prefeitos nas decisões, além da organização dos municípios por bacias hidrográficas. Entidades como Fecam, Uvesc, Ubam, Assemae e Floripa Sustentável também trabalharam contra o projeto, que praticamente inviabiliza qualquer tentativa dos municípios com contratos junto à Casan de adotar um sistema próprio ou contratar outra empresa de água e saneamento.

Reforma administrativa

O prefeito eleito de Criciúma, Vágner Espíndola (PSD), aguarda a aprovação, na Câmara de Vereadores, da reforma administrativa. Ontem, o prefeito Clésio Salvaro (PSD) fez uma solicitação extraordinária para que os vereadores aprovem o projeto, permitindo que Espíndola inicie o governo com o formato que desenhou com o apoio de Salvaro. Uma das novidades é a criação do Comitê Gestor, que será presidido por Celito Cardoso, secretário da Fazenda. O comitê terá como atribuição coordenar a Diretoria de Compliance, que estabelecerá conformidades e integridades. “A cultura de compliance desenha todos os comportamentos dos servidores nas questões processuais”, explicou Espíndola.

Controladoria

Com a aprovação da reforma administrativa, Criciúma contará com a Controladoria Geral Municipal. A Procuradoria continua, mas a CGM, que atuará lado a lado com o Comitê Gestor, fará análises prévias de todos os atos processuais e administrativos, como licitações. Outra novidade será a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Comércio e Prestação de Serviço. O nome do responsável por esse setor será anunciado após o dia 16, quando a reforma já estiver aprovada, conforme espera o prefeito eleito Vágner Espíndola (PSD). Ele afirmou que a reforma reduzirá a folha de pagamento, mesmo com a criação de novos espaços.

Secretário em Tubarão

O prefeito eleito de Tubarão, Estêner Soratto Júnior (PL), anunciou Rafael Marques como secretário de Proteção e Defesa Civil de sua gestão. O futuro secretário é graduado em Engenharia Química e Química Industrial, além de ser especialista em Gestão Ambiental, com mestrado em Geografia Física. “Rafael tem a experiência e a capacidade técnica necessárias para liderar este setor tão importante. Ele estará à frente de ações que garantam a prevenção de desastres e a proteção das pessoas, trabalhando para que Tubarão esteja sempre preparada e segura”, destacou Soratto.

Plano diretor

Em Chapecó, as audiências públicas do novo plano diretor foram concluídas. Agora, o projeto segue para a Câmara de Vereadores. A expectativa do prefeito João Rodrigues (PSD) é que seja aprovado. O destaque do plano é a readequação e organização do desenvolvimento da cidade. Rodrigues também planeja anunciar o secretariado na sexta-feira (13).

Trabalho escravo

O Ministério Público Federal, em conjunto com o Grupo Especial de Fiscalização Móvel, resgatou sete trabalhadores indígenas em condições análogas à escravidão na zona rural de Itapiranga, no Extremo-Oeste. A operação contou com o apoio do Ministério Público do Trabalho, Defensoria Pública da União e Polícia Federal. Os trabalhadores, da etnia Guarani-Mbya, viviam em alojamentos degradantes, construídos com lona e madeira, sem portas, janelas, ou acesso a água potável e banheiros. Entre os resgatados estavam duas crianças pequenas e dois menores de 18 anos. Nenhum dos trabalhadores tinha carteira assinada ou vínculo formal de trabalho. Para o procurador da República Antônio Teixeira Diniz, a operação reforça a necessidade de medidas emergenciais para garantir a dignidade da comunidade indígena. Já o auditor-fiscal do trabalho André Wagner Dourado destacou que as condições subumanas dos alojamentos eram inadmissíveis, independentemente da origem dos trabalhadores.

Indenização

Após a operação que resgatou os sete trabalhadores indígenas em condições análogas à escravidão em Itapiranga, o empregador foi notificado a interromper as atividades e quitar os valores rescisórios, calculados em R$ 21.999,63. Além disso, os trabalhadores resgatados, submetidos a condições degradantes em uma fazenda de produção de mandioca, terão direito ao Seguro-Desemprego, com três parcelas de um salário-mínimo (R$ 1.412,00) cada. O caso gerou cerca de 30 autos de infração por irregularidades trabalhistas, incluindo ausência de registro formal e recolhimento de encargos.