Maior polo industrial de Santa Catarina e terceiro no Sul do país, somente atrás de Curitiba e Porto Alegre, Joinville convive com dificuldades e busca soluções para conviver com pleno emprego. Muitas empresas – sobretudo a maioria das mais de três mil indústrias – estão evitando dispensar funcionários com receio de não conseguir preencher a vaga. Uma multinacional está oferecendo bônus de até R$ 400,00 no vale alimentação para quem não faltar ou chegar atrasado no mês. Há casos – milhares deles em 2023 – que o funcionário troca de emprego para não trabalhar no sábado e continuar mantendo a mesma remuneração. Mesmo convivendo com pleno emprego há vários anos – o índice de desemprego é menor do que os 3,3% do estado da Flórida – alguns segmentos em Joinville enfrentam dificuldades que impedem seus crescimentos por falta de pessoal. Há centenas de exemplos, como o de um restaurante na região de Pirabeiraba que deixou de atender aos domingos porque não consegue admitir ninguém disposto a trabalhar neste dia. Não deve ser por outra razão que agências de recrutamento estão anunciando vagas para trabalho “somente nos finais de semana”.

Evitar demissão

Um gestor de recursos humanos revelou que sua empresa do setor de serviço evita demitir funcionários que já estão adaptados. Há quatro anos, alguém que abusasse do atestado médico ou faltasse seria demitido. Hoje eles toleram, confirmou. Não está fácil preencher as vagas: recentemente, o Cepat (Centro de Atendimento aos Trabalhadores de Joinville) órgão ligado à Prefeitura de Joinville estava oferecendo 1.912 oportunidades de emprego, muitas delas “com ou sem experiência”.

Bônus

A Multinacional Whirlpool abriu 250 vagas de operador de produção. Além dos benefícios que já oferece e adotados por outras indústrias, como auxílio alimentação, transporte, subsídio em remédios, entre outros. A maior fábrica de linha branca na América do Sul está também garantindo um bônus de até R$ 400 para quem não faltar ou se atrasar durante o mês, benefício que os quase 3 mil funcionários atuais já contam. Aqueles que faltarem ou se atrasarem são pacientemente tolerados.

Carteira assinada e bolsa família

Levantamento do RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) revelou que em 2022 Joinville tinha 232.931 empregos formais com salário médio de R$ 4.185. Dois anos depois, certamente tais números aumentaram. No primeiro semestre de 2024, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) a cidade registrou um saldo positivo de 9.128 em empregos formais (entre demitidos e admitidos), a maioria no setor de serviço (5.404) e indústria (2.290). No outro lado da balança, Joinville é líder em número de famílias contempladas como Bolsa Família, o benefício do governo que distribui em média R$ 673 para cada uma delas. Não há uma estatística oficial por motivos óbvios, mas seguramente entre elas milhares de pessoas beneficiadas preferem o emprego informal para não ultrapassarem o teto familiar do programa.

Nova FM na região

Por falar em novos empregos, a Rede Massa anuncia o recrutamento para sua nova emissora de Jaraguá do Sul com alcance em Joinville. A nova concessão é do Grupo Guararema de Florianópolis. A base da 106.9 será na Rua São Paulo, em Joinville. Enquanto em Jaraguá do Sul o anúncio de vagas foi limitado a um executivo de contas (captação de anúncios), uma recepcionista e um locutor noticiarista, na “sede” de Joinville as vagas anunciadas são mais maiores: auxiliar administrativo, executivo de contas, jornalista com experiência em rádio TV e portal, um na área de marketing e dois estagiários.

Nas principais cidades

O proprietário da Guararema é o conhecido comunicador catarinense César Souza, que foi deputado federal na mesma legislatura de Ratinho, o dono da Rede Massa. Em poucos anos, a bandeira já está presente em importantes cidades catarinenses como Florianópolis, Chapecó, Lages, Criciúma e Blumenau. Faltavam Joinville e Jaraguá do Sul.

Mercado disputado

Com exceção da 89 FM, Colon FM e Máxima FM, as demais emissoras comerciais de Joinville adotam bandeira (programação) regional ou nacional, como CBN, Atlântida, Nativa, Jovem Pan, Band e a catarinense NDFM.

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