O filósofo Immanuel Kant, em seu texto “O que é o Iluminismo?”, descreveu o processo de emancipação do ser humano, que finalmente alcançava sua “maioridade” no final do século XVIII, especialmente com os ideais da Revolução Francesa. Segundo Kant, maturidade significa abandonar a passividade e assumir a responsabilidade pela própria vida, sem depender de autoridades externas como reis, senhores feudais ou diretores espirituais. Essa mudança marcou a Europa de então, que iniciou um processo de amadurecimento histórico, cultural e social.

No entanto, em nações marcadas por uma colonização tardia, como o Brasil, essa maturidade ainda é um desafio. O país carrega o peso de um legado colonial que molda suas estruturas sociais, políticas e culturais. A perpetuação das desigualdades sociais e os conflitos políticos parecem ser reflexos de uma falta de coesão e de um senso mais amadurecido de bem comum.

Kant observou que “é tão cômodo ser menor. Se eu tiver um livro que pensa por mim, um diretor espiritual que decide minha moral, ou um médico que escolhe minha dieta, então não preciso me esforçar.” De forma similar, o Brasil enfrenta, ainda hoje, a tendência de delegar responsabilidades. A mudança depende de um processo de aprendizado coletivo e de tempo, para que a nação alcance sua própria maturidade e consiga superar o espírito colonial que ainda define muitos de seus aspectos.