Joinville cria comitê para enfrentar o aumento de moradores de rua
A coluna publicou no último sábado uma foto recebida por um leitor que mostra pelo menos seis desocupados à tarde em frente à agência de uma cooperativa de crédito na esquina da rua Abdon Batista e Avenida Getúlio Vargas. Por mera coincidência, na manhã de terça-feira (19) o prefeito de Joinville criou o que chamou de “comitê estratégico de ordem publica”, ligado ao seu gabinete, formado por representantes dos poderes executivo, legislativo e judiciário para “intensificar ações” junto à “população em situação de rua”. Em mensagem enviada por suas redes sociais, Adriano Silva observou que o problema vem aumentando a cada ano e vem sendo enfrentado nas áreas da saúde, assistência social e segurança.
Participaram da formação do comitê (foto) o presidente da Câmara de Vereadores Diego Machado (PSD), a diretora do Fórum de Joinville (juíza) Viviane de Souza, a promotora de justiça Graziela dos Prazeres Cunha, comandante da 5ª Região Militar Coronel P Iagã Cota, delegado regional de Polícia Civil Rafaello Ross, delegado João Barmeche (superintendente da polícia científica de Joinville) e Gabriel Colin da Silva comandante da Guarda Municipal de Joinville. Por parte da prefeitura participaram representantes de secretarias envolvidas na questão social. À tarde, outras autoridades do Poder Judiciário confirmaram suas participações.
Abaixo assinado
Um abaixo assinado com mais de 3 mil assinaturas foi entregue esta semana pelo grupo SOS Anita e Atiradores ao presidente da Câmara de Vereadores Diego Machado (PSD). Eles reivindicam providências das autoridades para combater o aumento de moradores de rua nos bairros Anita Garibaldi e Atiradores, este último o bairro com o metro quadrado mais caro de Joinville.
Uma viatura para 112 mil habitantes
Nenhum município brasileiro com mais de 112 mil habitantes conta com apenas uma viatura da Polícia Militar. Em Joinville, uma região formada por seis bairros – metade deles com população de alto poder aquisitivo – dispõe de uma viatura da Polícia Militar, garantiu Neto Petters (NOVO), líder do governo na Câmara de Vereadores em pronunciamento na sessão da última terça-feira (19). Os bairros citados por ele (e com suas populações identificadas pela coluna) são: Vila Nova (32.270 moradores), Costa e Silva (34.028), Saguaçu (14.306), América (12.360), Glória (12.557) e Atiradores (6.497).
Audiência com governador
No mesmo dia, o vice-presidente Érico Vinícius (NOVO) teve aprovada sua proposta de formar uma comissão para solicitar o aumento do efetivo da Polícia Militar durante audiência com o governador Jorginho Mello. Há previsão de mais 600 novos policiais militares para 2025 em Santa Catarina.
Exemplo criativo
Quando o lageano Raimundo Colombo era governador, o joinvilense Adílson Moreira (hoje coronel da reserva) assumiu o comando da Polícia Militar de Lages. Depois de repetidas solicitações de aumento do efetivo em razão do crescimento de furtos e assaltos, ele tomou uma decisão inédita: anunciou o fim da banda musical do batalhão e ordenou que todos os seus integrantes atuarem no policiamento ostensivo. Semanas depois, a medida foi revogada, a pedido do governador. O reforço havia sido aprovado.
Solução raiz
Nos anos 60, quando Joinville tinha a fama de cidade rica, os primeiros “moradores de rua” começaram a chegar, muitos deles com passagem policial, mas a maioria trazida por outras prefeituras. O delegado de polícia era Tupy Barreto, pai do ex-senador Jaison Tupy Barreto. Segundo dizem os joinvilenses que conheceram o delegado, Tupy Barreto colocava um grupo na viatura e os deixava descalços na deserta Estrada da Serra Dona Francisca e alertava: “se voltarem para Joinville, vou deixá-los ainda mais distantes”.
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