Se não tivesse feito um bom trabalho nos primeiros quatro anos, certamente Adriano Silva não seria reeleito com 78% dos votos. Muitas obras foram feitas, mas não todas aquelas projetadas. Dentre os desafios deste segundo mandato estão a licitação do transporte coletivo e a mudança de gestão no Hospital Municipal São José e nas UPAs (Unidade de Pronto Atendimento). Ficaram mais projetos que não avançaram na administração Adriano 1.

Licitação do transporte coletivo

Exigência da Justiça que Adriano herdou da administração anterior. O edital está sendo elaborado e antes de publicá-lo estão sendo consultados o Tribunal de Contas do Estado e provavelmente a 13ª Promotoria (moralidade administrativa). Nunca houve licitação no município, apenas o contrato de concessão às duas empresas foi prorrogado por 15 anos. Independentemente de seu cuidadoso conteúdo, certamente haverá judicialização. Quem vencer vai ter que pagar uma espécie de caução (dívida reconhecida pelo Município) de quase R$ 200 milhões às atuais concessionárias, algo que desperta menos interesse nas concorrentes.

Reinício das obras do Rio Mathias

A atual administração não deu seguimento às obras de contenção de enchentes deste rio que corta o centro e cujo leito está embaixo das ruas e das calçadas. Um consórcio de duas empresas ineptas que venceu a licitação (pelo menor preço contando com aditivos futuros) foi o responsável pela implosão deste importante projeto que seguiu até mais da metade graças aos milhões do governo Dilma (PT).

Organização Social na saúde

A mudança da gestão na saúde do município já constava no plano de governo do candidato do NOVO em 2020. Contudo, nestes quase quatro anos apenas estudos foram feitos e ainda continuam. Uma empresa de consultoria de São Paulo foi contratada em 2021 para sugerir a melhor forma de mudança de gestão no Hospital Municipal São José, o maior da região Nordeste. Recentemente, a empresa teve seu contrato prorrogado por mais três meses. Como 2024 foi ano eleitoral e o sindicato dos servidores públicos é radicalmente contra, talvez o chefe do executivo tenha postergado para 2025, já que todos sabiam que haveria continuidade na atual administração até 2028.

Estacionamento rotativo

Outra herança de seu antecessor. Adriano Silva nada mudou neste modelo inusitado: a ocupação do estacionamento é gratuita, mas sem fiscalização (nem da anterior e muito menos da atual) o objetivo é anulado, já que os carros estacionados ficam muito além do período permitido pela certeza da impunidade oficial. Há um modelo que está sendo formalizado que incluiu inúmeros avanços baseados em avançada tecnologia do setor. Deverá ser licitado ainda em 2025

Pavimentação comunitária

Joinville tem mais de 600 km de ruas não pavimentadas na área urbana e muitas estradas vicinais em sua extensa área agrícola. Com recursos próprios (Fundo 100), nenhum governo municipal conseguirá diminuir significativamente tal déficit. No final deste ano e início do próximo, o bairro Vila Nova vai receber 64 ruas pavimentadas, mas com recursos de financiamento. A solução é a pavimentação comunitária, onde a secretaria de infraestrutura contrata empresas para fazer a base com tubulação e os moradores se responsabilizam pelo pagamento da pavimentação. Um modelo adotado nas administrações Tebaldi e Udo, mas acabou sendo questionado na Justiça e há inquérito em andamento. A culpa não é do modelo e sim de sua execução.

Nova sede da Secretaria da Educação

Localizada em dois prédios antigos que foram anexados na rua Itajaí, a Secretaria da Educação merece uma sede à altura de seus resultados (reconhecimento nacional). O Município tem dezenas – senão centenas – de imóveis não utilizados. Do outro lado da prefeitura, separado pelo Rio Cachoeira, um prédio abandonado há mais de 10 anos está à venda. A antiga sede dos Correios está próxima do terminal de passageiros e poderia ser uma solução para abrigar a sede da secretaria da educação e outros órgãos que estão em locais alugados, como a secretaria do planejamento no prédio da Sociedade Harmonia Lyra. Com financiamento ou venda de ativos, a prefeitura poderia comprar este imóvel que está à venda há pelo menos três anos por uma imobiliária de Florianópolis.

Binário da zona Sul

No primeiro mandato, a prefeitura chegou a realizar audiência pública para implantar o binário formado pelas ruas Monsenhor Gercino (principal via pública da zona Sul) com a rua Florianópolis. É certo que as pontes irão melhorar a mobilidade na região, mas não o suficiente. Conforme ficou combinado com os vereadores, o binário somente será implantado quando algumas obras pontuais (e de elevados custos) estiverem concluídas. O tão reivindicado binário deve ser implantado neste segundo mandato.

A Grande Ponte

Um dos principais avanços neste primeiro mandato foi tirar as pontes do papel. Duas grandes delas já foram concluídas e outra na zona Sul está a caminho. A secretaria de infraestrutura criou uma diretoria para tratar exclusivamente dos projetos das pontes. A maior delas já começou e está na fase de canteiro de obras. A grande ponte (não há nome oficial) de 980 metros vai ligar os bairros Boa Vista (industrial) e Adhemar Garcia (residencial). O investimento é de quase R$ 300 milhões, dos quais 40 milhões de dólares já estão garantidos com financiamento internacional há mais de seis anos. É muito provável que a maior obra urbana da história de Joinville seja inaugurada no governo Adriano 2.

Centro da cidade

Casarão abandonado ao lado da Rua das Palmeiras | Foto: Luiz Veríssimo.

A revitalização do centro da cidade foi um tema prometido na campanha eleitoral de 2020 pelos dois principais candidatos (segundo turno). Muitas críticas por parte dos vereadores de oposição com o que consideram “pouco foi feito”. Há terrenos baldios e casas abandonadas a poucos metros da Rua do Príncipe, principal marco do centro de Joinville. Depois das 22 horas, quando o movimento diminuiu, dizem as críticas, moradores de rua e pessoas suspeitas levam insegurança para quem caminha em determinadas ruas.

Iluminação Pública

O candidato de oposição Carlito Merss (PT) não poupou críticas com relação à iluminação pública nesta campanha eleitoral. Nos primeiros meses de 2025 – provavelmente no primeiro trimestre – uma PPP (Participação Público Privado) deverá ser anunciada com uma grande extensão da rede de iluminação pública.

As filas na saúde pública

Problema comum nas grandes cidades brasileiras, o atendimento à saúde é outro segmento que mereceu críticas nesta campanha eleitoral. Potencializado pela pandemia e depois pela dengue, a secretaria da saúde tem enfrentado esses desafios com a ampliação das UBSF (Unidades Básicas da Saúde da Família). Em menos de um ano foram inauguradas duas grandes sedes (Glória e Nova Brasília).