Depois da vitória consagradora, qual será o futuro político de Adriano Silva?
Ao comentar o resultado de sua reeleição, Adriano Silva confessou ter se surpreendido com o percentual de 78,69%: “nem o mais otimista acertaria”. As pesquisas indicavam vitória no primeiro turno, mas com uma média de 70%. Diante desta vitória que o manterá na condição de protagonista nacional do seu partido – junto com o governador mineiro Romeu Zuma – seria provável sua candidatura ao senado em 2026? Tal possibilidade aumentou após 6 de outubro. Um amigo próximo garante que ele vai completar o segundo mandato, mas conseguirá resistir a pressão do diretório nacional e seu partido para concorrer? Afinal, em caso de vitória em 2026, ele seria substituído pela vice Rejane Gambin, também do NOVO. O fato de ele ter recusado alianças com o PL e PSD para não abrir mão de sua vice não seria um projeto de dois anos?
Lima: cada voto recebido custou R$ 100,00
Sargento Lima PL) foi o candidato que mais gastou na história eleitoral de Joinville. Dividindo o número de votos (35.667) pelo total de “despesas pagas” declarada no site do TSE (R$ 3.585.623,58) cada voto custou mais de R$ 100,00. Somente no item “vídeo” foi pago R$ 2.448.500,00. Sérgio R A Bartolo recebeu R$ 220 mil da campanha do PL em Joinville. Ele tem uma empresa “de gravação e edição de som” com sede na Vila Madalena (São Paulo). Para pesquisas e testes eleitorais, outra empresa recebeu R$ 293 mil. Sargento Lima recebeu R$ 4 milhões do fundo eleitoral de seu partido.
Adriano: cada voto vencedor custou R$ 2,85
Prefeito reeleito com a maior votação da história eleitoral do município, Adriano Silva declarou que o total de “despesas pagas” foi de R$ 698.219,24. Como recebeu 244.321 votos, cada um deles custou menos de R$ 3,00. Adriano recebeu R$ 415.500,00 do fundo eleitoral, o que representou 31,16% de sua receita de campanha.
Maioria na Câmara de Vereadores
Adriano Silva vai governar no seu segundo mandato com uma folgada maioria no Poder Legislativo. Além dos eleitos pela coligação de cinco partidos (Diego Machado, Neto Peters, Pastor Ascendino, Érico Vinicius, Lucas de Souza, Allison Júlio, Kiko da Luz, Lilian da Frada, Tânia Larsen, Mateus Batista e Vanessa Falk) ele terá também os três vereadores eleitos pelo MDB (Adilson Girardi, Henrique Deckmann e Pelé), que já estão na bancada governista. Os três não puderam apoiar o prefeito na sua reeleição porque seu partido lançou candidatura própria (Luiz Cláudio Gubert). Assim, a bancada governista terá 14 integrantes.
Oposição em menor número
O PL elegeu quatro vereadores, entre eles Wilian Tonezi e Claiton Profeta. Ambos são os mais destacados e eloquentes oposicionistas neste primeiro governo Adriano. Tonezi foi o mais votado com 9.323 votos. Profeta ficou no cargo por pouco mais de três anos (era suplente e deixou a cadeira para o titular Maurício Peixer retornar). Brandel Júnior também é oposição, mas com atuação moderada. Já o instrutor Lucas foi eleito pela primeira vez. A petista Vanessa Rosa completa a bancada de cinco oposicionistas.
Vereador mais jovem da história de Joinville
Mateus Batista nunca tinha disputado uma eleição e aos 21 anos recebeu 5.698 votos. O joinvilense vai completar 22 anos em 20 de novembro e foi a grande surpresa desta eleição. Integrante do MBL e com mais de 123 mil inscritos no Instagram, ele recebeu R$ 83.130,00 do fundo eleitoral do União Brasil e sua maior despesa foi de R$ 23.050,00 de “impulsionamento” nas redes sociais. Ao TSE se declarou ser de cor “parda” e instrução “superior incompleto”. O vereador mais jovem era Sérgio Silva, eleito pelo MDB em 1982 com 24 anos (22/8/1958).
Menor renovação da história
Dos 18 vereadores que disputaram a reeleição (Maurício Peixer não se candidatou), 13 foram reeleitos, sendo que nove deles foram primeiros mais votados. PL e NOVO terão as maiores bancadas (4). O MDB perdeu uma cadeira (3), o PSD também terá três vereadores e o União Brasil dois. PT e Republicanos mantiveram sua única cadeira e o Podemos também terá uma.
Duplicou o número de vereadoras
Tudo indicava que o PT elegeria duas vereadoras. As professoras Ana Lúcia Tavares (candidata à reeleição) e Vanessa da Rosa eram as favoritas, mas a legenda não colaborou. Apenas Vanessa foi eleita com 4.360 votos e a atual vereadora ficou na primeira suplência com 4.230 votos. Vanessa é a primeira suplente da bancada do PT na Assembléia Legislativa e esposa do ex-prefeito Carlito Merss. A bancada feminina terá a reeleita Tânia Larson (União Brasil) e as novatas Vanessa Falk (NOVO) e Lilian da Prada (Podemos).
Favoritos venceram na região
Godofredo Moreira Filho (MDB) venceu Renato Gama Filho (PL) com folga em São Francisco do Sul, o mesmo acontecendo com Ademar Borges (PSD) em Balneário Barra do Sul. Vice-prefeito de Araquari, Gordo Jasper confirmou o favoritismo vencendo dois candidatos de oposição. Outro vice-prefeito foi vencedor em Garuva. Tino do MDB venceu o ex-prefeito João Romão (PP) com 50,24% dos votos. Em Itapoá, Jefinho Garcia (MDB) venceu Tiago Oliveira (PL) com 52,62% .
As eleições mais disputadas
Em São João do Itaperiú, Rovâni Delmonego (PSD) venceu Jaime (PL) por apenas 23 votos. Foi a eleição mais disputada da região Nordeste. Rovâni teve 1.860 votos contra 1.837 de seu adversário. Em Barra Velha a diferença foi de 184 votos. O prefeito em exercício Daniel Cunha (PSD) venceu o vereador Tiago Pinheiro (PL) por pequena diferença. Cunha recebeu 7.290 votos e Pinheiro 7.106. No dia da votação a Polícia Militar prendeu em flagrante dois cabos eleitorais sob a acusação de compra de votos. Com um deles foi encontrado um pacote de R$ 24 mil reais. Houve tumulto por resistência à prisão.
MDB e PSD crescem na região Nordeste
Com as vitórias em São Francisco do Sul, Itapoá e Garuva, o MDB cresceu na região, apesar do fracasso eleitoral em Joinville. O PSD foi o que mais elegeu prefeitos: em Barra do Sul, Barra Velha , Araquari e São João do Itaperiú. O NOVO em Joinville.
Curtas
- Luiz Cláudio Gubert recebeu 4.285 votos para prefeito. O vereador mais votado de seu partido (MDB) recebeu 6.447 votos.
- Pela segunda vez consecutiva, Diego Machado (PSD) ficou em segundo lugar na votação para vereador.
- Franciel Iurko (MDB) ficou na primeira suplência pela segunda vez. Em 2020, aos 23 anos, foi o primeiro suplente do partido Cidadania. Ele não se elegeu por 28 votos. Quatro anos depois fez 3.389 votos por uma das legendas mais fortes.
- Ex-delegado Regional de Polícia de Joinville Marco Aurélio Marcucci (Republicanos) recebeu 461 votos para vereador.
- Ex-presidente do Joinville Esporte Clube e radialista Charles Fischer (MDB) recebeu 590 votos.
Luiz Veríssimo
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