Na relação dos candidatos a vereador de Joinville estão muitas mulheres, algumas convidadas apenas para preencher a cota exigida pela Justiça Eleitoral A maioria, contudo, sonha com a vitória. Elas são dona de casa, aposentadas, profissionais liberais, professoras, servidoras públicas, negras e pardas. Dentre elas, duas são diferentes: Eloísa Corrente (PSDB) é a única adepta da religião Islâmica. Já Larissa Stephanie (PCdoB) garante ser a única candidata representante LGBT+. São gerações diferentes, moradoras de bairros distantes e com propostas tão distintas quanto suas vestimentas.

Heloisa Corrente (PSDB). Foto: Redes sociais.

Eloisa Kluppel Corrente, 62 anos, é aposentada e trabalhou na Prefeitura e Câmara de Vereadores. Até o fechamento da coluna, não havia recebido nenhum centavo do fundo partidário. Com sua identificável burca azul e amarela, Eloisa admite que vem despertando muita curiosidade nesta “busca pelo voto”. Alguns perguntam quantos anos ela está morando no Brasil e ficam surpresos ao saberem que é joinvilense e descendente de alemães e italianos. “Eles confundem religião com nacionalidade”, observa. A educação ambiental é uma de suas bandeiras, mas entre suas propostas estão um CEI (Centro de Educação Infantil) no centro para contemplar “as mães comerciárias” e um ônibus exclusivo para mulheres irem e voltarem do trabalho. “Muitas me falam dos assédios nos ônibus”. Justificou.

Larissa Stephanie (PC do B). Foto: Redes sociais.

Nascida no bairro Comasa, Larissa Stephanie, 23 anos, é candidata pelo PCdoB e garante que é a única candidata LGBT+. Ela recebeu R$ 97 mil da direção nacional do seu partido, sendo a terceira candidata que mais foi beneficiada pelo fundo partidário. Há dois anos concorreu pelo mesmo partido a deputada estadual. Na entrevista ao portal “Catarinas”, admite que tem dificuldades em “colocar a campanha na rua” por ser de esquerda e LGBT. Entre suas 36 propostas, destaque para “lutar por um ambulatório especializado no processo transexualizador, com equipe médica, psicóloga e enfermeira para atendimento”. Na área da educação, apresentar projeto de lei que programe a educação sexual nas escolas. Larissa se declara mulher branca, cisgênero e bissexual. Ela quer representar os movimentos feministas e LGBTQIA + e a Zona Leste. Tem 4.230 seguidores no Instagram.