Bolsonaro encontrará cenário desafiador em SC; a pesquisa de Florianópolis; Governador se licencia, entre outros destaques
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O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), começa hoje sua agenda em Santa Catarina. Oficialmente, ele irá a Balneário Camboriú e também a Criciúma. Porém, lideranças do PL insistirão para que, na saída do aeroporto de Navegantes, ele participe de uma carreata e dê uma passada em Itajaí. A depender do humor de Bolsonaro, tudo pode acontecer, muito embora ele tenha se mostrado incomodado com a insistência para que visite várias cidades.
Bolsonaro chega hoje a Balneário Camboriú, principalmente, para apoiar seu filho, que disputa uma vaga na Câmara de Vereadores. Resta saber o quanto isso poderá incomodar os demais candidatos do PL, que não terão a mesma visibilidade e apoio. O próprio ex-presidente colocou a cidade como prioridade, conforme uma fonte do PL me relatou, justamente por causa do filho.
Quanto à candidatura à prefeitura, Bolsonaro encontrará um cenário difícil. Peeter Lee Grando (PL) está muito atrás de Juliana Pavan (PSD) e com a maior rejeição até o momento. Colocado como candidato de última hora, Grando não empolgou. Para piorar, ele está em um partido rachado pelos acontecimentos que tiraram do deputado estadual Carlos Humberto Silva (PL) a condição de candidato a prefeito.
Amanhã será a vez de Criciúma, que chegou a ser retirada pelo próprio Bolsonaro da agenda, mas voltou após um forte apelo do governador Jorginho Mello (PL) e dos deputados Júlia Zanatta (PL) e Daniel Freitas (PL).
Na Capital do Carvão, Bolsonaro também encontrará um cenário em que o candidato do PL, Ricardo Guidi (PL), aparece em segundo lugar, 12 pontos atrás de Vaguinho Espíndola (PSD), em uma pesquisa que é a terceira de uma série. Por isso, é possível fazer uma avaliação mais real, pois a pesquisa mostra o comportamento dos candidatos durante todo o período eleitoral até aqui, utilizando a mesma metodologia.
Mas o certo é que só teremos uma noção a partir da próxima semana sobre os efeitos das visitas de Bolsonaro e o quanto ele tem o poder de mexer nos cenários locais.
Pesquisa
Um candidato cair 10 pontos de uma pesquisa para outra em apenas dois dias, sem qualquer fato novo, é como um acidente de elevador. É difícil ocorrer, mas, quando acontece, é devido a algum evento grandioso, o que não ocorreu.
Uma constatação
Pesquisas em vários municípios têm confirmado que eleição municipal se discute em casa. Fora o eleitor mais de extrema-direita, que não representa a maioria do eleitorado catarinense, o restante, majoritariamente de direita, tem uma motivação mais local ao votar para prefeito e vereador. É nos municípios que a vida acontece, e o eleitor tem bem claro quem apresenta as melhores propostas para seus anseios, independentemente de partido. Além disso, o eleitor já sabe quem no PL está com Bolsonaro de verdade ou apenas por pragmatismo, querendo ganhar uma carona com o ex-presidente. Já viu fotos deles com Bolsonaro ou com algo ligado ao ex-presidente. Portanto, a vinda de Bolsonaro tem tudo para não ser determinante para a maior parte do eleitor.
Licença
O governador Jorginho Mello (PL) se licenciou do cargo até o próximo dia 30. Ontem à noite, a vice-governadora Marilisa Boehm (PL) assumiu o comando do Estado pela terceira vez. O governador vai se engajar na campanha. Jorginho tem Criciúma como prioridade, mas também se dedicará a Blumenau, Itajaí, Lages e Florianópolis. São José também estava nos planos, mas a rejeição de Jair Bolsonaro (PL) a Adeliana Dal Pont (PL) atrapalhou o discurso do governador, o que pode desviá-lo da cidade. Jorginho também quer dar uma chegada no seu quintal, o Meio-Oeste, para tentar fazer alguma diferença.
O dia do Fico
Ontem, correu a informação em Criciúma de que Paulo Ferrarezi (MDB) desistiria da disputa para apoiar Ricardo Guidi (PL). Lideranças emedebistas, como o deputado estadual Tiago Zilli (MDB), padrinho político de Ferrarezi, chegaram a ir ao encontro do candidato para verificar se havia ocorrido alguma mudança. Ferrarezi afirmou que manterá sua candidatura por compromisso com o MDB e seus apoiadores. Segundo Zilli, Ferrarezi disse que se sentiu ainda mais motivado a continuar após a tentativa de tirá-lo da disputa.
Conversa
O candidato a prefeito de Criciúma, Paulo Ferrarezi (MDB), conversou com o governador Jorginho Mello (PL), que tentou convencê-lo a desistir da candidatura para apoiar Ricardo Guidi (PL). Uma fonte me disse que foi oferecida uma secretaria em um eventual governo Guidi, mas Ferrarezi não aceitou. Quem também o pressionou há alguns dias foi o prefeito em exercício, Ricardo Fabris (MDB). Aliás, alguém teria prometido a Fabris que ele ficará no cargo até o final do mandato, que encerra em dezembro, o que o animou.
Hospital de Palhoça
O governador Jorginho Mello (PL) assinou uma ordem de serviço para a construção do Hospital e Maternidade de Palhoça. O ato ocorreu no gabinete do prefeito em exercício, Amaro Júnior (MDB), e foi acompanhado pelo ex-prefeito, deputado estadual Camilo Martins (Podemos). O investimento total será de R$ 120 milhões, sendo R$ 100 milhões do Governo do Estado e R$ 20 milhões do município. O hospital terá 183 leitos: 13 para pronto atendimento, 18 para UTI adulto, 109 de internação geral, 28 de internação ortopédica, 3 de curta duração, 10 de enfermaria para maternidade e 2 para berçário.
Pesquisa de Florianópolis
A pesquisa Quaest, contratada pelo Grupo NSC e divulgada no início da semana, apresenta um claro recado para alguns candidatos à Prefeitura de Florianópolis. Topázio pode vencer no primeiro turno, mas ainda restam duas semanas, e isso, na política, é muito tempo para mudar o cenário e levá-lo ao segundo turno. Embora o atual prefeito, Topázio Neto (PSD), apareça à frente, é importante destacar que seu crescimento ficou na margem de erro. Não houve uma movimentação significativa nos percentuais que tornaria a eleição irreversível, o que deixa o cenário em aberto. Isso serve como alerta para os candidatos que vêm abaixo, buscando chegar ao segundo turno. Eles precisam ajustar suas estratégias ou entregarão um pleito que poderia proporcionar à população de Florianópolis um segundo turno com debates mais objetivos, oportunizando uma escolha baseada nas propostas.
Os números
Topázio Neto (PSD) lidera o cenário com 43% das intenções de voto, subindo três pontos em relação à pesquisa anterior, dentro da margem de erro. O segundo colocado é Dário Berger (PSDB), que oscilou um ponto para baixo, ficando com 15%. Rivalizando com o ex-senador está o deputado estadual Marcos Abreu, o Marquito (PSOL), que ganhou um ponto, chegando a 14%. Vanderlei Farias, o Lela (PT), com 6%, e Pedrão Silvestre (Progressistas), que caiu de 6% para 5%, dificilmente mudarão essa realidade. No entanto, há o chamado voto envergonhado no PT, em que o eleitor não declara seu voto nas pesquisas, mas o faz nas urnas. Mesmo assim, se houver segundo turno, Topázio enfrentará Dário ou Marquito, sendo este o adversário dos sonhos do prefeito.
Quem faria frente?
Entre Dário Berger (PSDB) e Marcos Abreu, o Marquito (PSOL), quem tem chance real em um eventual segundo turno contra Topázio Neto (PSD) é o tucano. A esquerda ainda tem um voto muito limitado em grandes cidades, por isso Topázio prefere ter Marquito como adversário em vez de Dário Berger. Isso ocorre porque o tucano atrai eleitores de centro, centro-direita e, contra Topázio, que é apoiado pelo governador Jorginho Mello (PL), também eleitores de esquerda. Enquanto isso, Marquito ficaria apenas com os votos de seu campo ideológico. Agora, para Berger conseguir chegar ao segundo turno, terá que superar alguns problemas em sua campanha, e o problema não está no marqueteiro, mas, segundo relatos, na lentidão de um grupo que não o permite realizar as ações necessárias para uma mudança de cenário. Se continuar assim, é melhor esquecer, pois do outro lado está um adversário que, mesmo com uma série de questões não explicadas ao eleitor, está voando baixo.
Prisão de Clésio
Hoje, a 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça se reúne virtualmente para concluir a votação dos pedidos de soltura do prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSD), e dos demais presos na Operação Caronte. A desembargadora Cinthia Beatriz Schaeffer e o desembargador Luiz Cesar Schweitzer votaram pela manutenção das prisões. Já o desembargador Antônio Zoldan da Veiga fez dois pedidos de vista, e há grande expectativa sobre o seu voto. Mesmo com o falecimento do desembargador José Torres Marques, a sessão está mantida e deve iniciar às 9h.
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