A situação das empresas de Topázio; Análise da pesquisa de Criciúma, entre outros destaques
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Ontem foi notícia que a Justiça Eleitoral rejeitou a ação da campanha do prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD), que pedia a suspensão de um comercial eleitoral da campanha de Dário Berger (PSDB). A peça falava sobre a situação financeira das empresas Flex Gestão de Relacionamentos e Code7, criadas por ele.
Na ação, a Justiça entendeu, de forma liminar, que não resta dúvida de que Topázio tem relação com a Flex e que as propagandas não configuram conteúdo “sabidamente inverídico”. “(…) conforme prova acostada demonstrando que é acionista de empresa do mesmo grupo (VIA BC), indicando que permanece ligado ao empreendimento, embora não seja mais administrador. Questionamentos acerca da sua capacidade de administrar etc. fazem parte do debate político, dentro da democracia e da liberdade de expressão”, escreveu o magistrado.
A coluna teve acesso aos documentos sobre a situação da recuperação judicial das empresas criadas por Topázio. Segundo o juiz Ralpho Waldo De Barros Monteiro Filho, as empresas do grupo Connvert afirmam não ter condições financeiras para “arcar com o valor arbitrado sem comprometer o cumprimento do plano de recuperação proposto” e que não conseguem quitar as dívidas com a administradora judicial, a AJ Ruiz.
Os negócios são controlados pela Via BC, que tem Topázio e a esposa entre os sócios. “A extinção da recuperação judicial parece ser medida de rigor”, destacou o magistrado na sentença, citando a extrapolação do prazo legal sem encerramento da Assembleia Geral de Credores (AGC), a falta de atendimento às solicitações da administradora judicial e o não pagamento dos honorários devidos.
As empresas Flex e Code7 têm dívidas trabalhistas com 13,6 mil pessoas, somando mais de R$ 69 milhões. Ou seja, são pessoas que ainda não receberam os seus pagamentos. Além disso, os débitos tributários com o Fisco nacional e com credores alcançam mais de R$ 400 milhões, segundo documentos obtidos no site da AJ Ruiz.
No LinkedIn, Topázio Neto ainda aparece como CEO da Flex, mas, com a entrada na política em 2020, ele tornou-se acionista, colocando a esposa, Beatriz Wolff Harger Silveira, como conselheira de administração da Via BC, que ele criou em 2010.
Segundo a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, o grupo Connvert ainda tem dívidas de R$ 283 milhões. Os débitos se dividem em tributários, que somam R$ 108,6 milhões, previdenciários, na ordem de R$ 174,7 milhões, e multa trabalhista de R$ 438 mil. Já as dívidas trabalhistas e de empresas chegam a R$ 152 milhões. O espaço está aberto para a manifestação de Topázio Neto.
Brusque
Na coluna de ontem, ao escrever sobre o cenário de Brusque, informei que o atual presidente do PL local, Nei Souza, havia sido filiado ao PT, o que não é verdade. A coluna pede desculpas pela falha na informação. O que de fato ocorreu é que Nei (Foto) já foi militante do Partido dos Trabalhadores, situação que tem incomodado o eleitorado bolsonarista, a ponto de causar prejuízo à campanha de André Vechi (PL). A foto começou a circular em grupos de bolsonaristas da cidade que não gostaram nada de ver o atual comandante do PL com a bandeira petista.
DNA catarinense
Repercute positivamente em Brasília o avanço do Projeto de Lei que visa promover um maior lastro de segurança à advocacia brasileira, tornando qualificados os crimes de homicídio e lesão corporal contra advogados em razão das suas funções ou em decorrência delas. Vale destacar que a iniciativa do projeto é catarinense, pois a redação partiu do jurista Thiago de Miranda Coutinho, colunista do SCemPauta. Com forte articulação do vice-presidente nacional da OAB, Rafael Horn, apoiado pela bancada catarinense no Conselho Federal da entidade, o texto aprovado na CCJ será analisado pelo Plenário da Câmara e deverá seguir para o Senado. O senador Esperidião Amin (Progressistas) achou importante a proposta e poderá pedir a relatoria.
Em falar…
O senador Esperidião Amin (Progressistas) esteve em Lages, na Serra Catarinense, participando da reunião do Fórum Parlamentar para tratar da otimização do contrato de concessão da BR-116 e inclusão de possíveis obras de mobilidade. “Fizemos as reivindicações pertinentes às melhorias do trecho da BR-116, compreendido mais ao Sul. A primeira exigência foi de que o free flow — sistema de cobrança de pedágio que funciona sem a necessidade de praças físicas de cobrança, como cancelas — seja colocado como imposição na otimização, tanto da 116 quanto da 101 Norte”, explicou Amin. O deputado federal Valdir Cobalchini (MDB) também participou da reunião.
Rodovias
O presidente da Assembleia Legislativa, Mauro De Nadal (MDB), convidou o secretário de Estado da Infraestrutura, Jerry Comper, para visitar as rodovias estaduais no Oeste e Extremo-Oeste. De Nadal, que também está na região apoiando os candidatos do MDB, fez um roteiro para apresentar a Jerry as condições das rodovias.
Pesquisa
A nova pesquisa de intenções de voto para a Prefeitura de Criciúma aponta para a esperada polarização entre os candidatos Ricardo Guidi (PL) e Vaguinho Espíndola (PSD). O levantamento foi feito pelo Instituto de Pesquisa Catarinense (IPC), contratado pela Rádio Som Maior. Na pesquisa espontânea, quando não são apresentados os nomes dos candidatos, Guidi aparece com 28,3% das citações, apresentando queda em relação à primeira pesquisa, que apontou 32,2%. Já Vaguinho cresceu. No primeiro levantamento, ele tinha 21,1%, agora passou para 24,3% das citações. Mesmo não podendo concorrer, o prefeito Clésio Salvaro (PSD) foi citado por 7%. Dos demais candidatos, Paulo Ferrarezi (MDB) pulou de 2,3% para 4,3%, Arlindo Rocha (PT) passou de 2,3% para 3,1%, Júlio Kaminski (Progressistas) se manteve com 1%, e Jorge Godinho (Solidariedade) caiu de 0,5% para 0,2%. O número de indecisos caiu de 30,9% para 29,6%.
Estimulada
Na pesquisa estimulada, onde aparecem os nomes dos candidatos, Ricardo Guidi (PL) também lidera, mas com queda considerável de 44,2% das intenções de voto para 39,6%. Vaguinho Espíndola (PSD) está em segundo, subindo de 28,1% para 32,8%. Paulo Ferrarezi (MDB) é o terceiro, subindo de 6,9% para 8,4%, seguido de Arlindo Rocha (PT), que caiu de 6,3% para 5,8% das intenções de voto. Júlio Kaminski (Progressistas) aparece na sequência, também apresentando queda de 2,9% para 1,1%. Jorge Godinho (Solidariedade) caiu de 1,6% para 0,6%. O número de indecisos subiu de 4,7% para 8%.
Rejeição
O candidato mais rejeitado pelo eleitor de Criciúma, segundo a pesquisa do IPC, é Arlindo Rocha (PT), com 36,7%. O segundo mais rejeitado é Ricardo Guidi (PL), com 13%. Júlio Kaminski (Progressistas) tem a rejeição de 8,2% dos entrevistados. Jorge Godinho (Solidariedade) tem 6,4% de rejeição, Vaguinho Espíndola (PSD) tem 6,3%, e Paulo Ferrarezi (MDB) é o que tem a menor rejeição, com 6%.
Análise
A segunda pesquisa realizada pelo mesmo instituto e contratada pela mesma emissora de rádio aponta que Ricardo Guidi (PL) bateu no teto e começa a apresentar uma curva descendente. Além dos números que caíram consideravelmente, tanto na espontânea quanto na estimulada, outro fator que deve preocupar a campanha do liberal é que a rejeição passou de 8,7% na primeira pesquisa para 13% na atual. É a tempestade perfeita para Guidi, que, para se consolidar, precisava ter aumentado a diferença para o segundo colocado. Pelo contrário, o que se vê é um empate técnico na margem de erro entre ele e Vaguinho Espíndola (PSD), que apresentou um crescimento de 3% na espontânea e de mais de 4% na estimulada. Mais um dado: Vaguinho praticamente não teve aumento na rejeição, já que a diferença é muito pequena, de 6,1% para 6,3%. Vemos uma provável mudança de cenário em andamento em Criciúma.
Fator Salvaro
A pesquisa também apontou que o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSD), tem um grande poder de influenciar na eleição. 48,4% entendem que ele ajuda muito, enquanto 29,3% dizem que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ajuda muito, 18,7% entendem que o governador Jorginho Mello (PL) ajuda e 10,5% acreditam que o presidente Lula (PT) ajuda. Esses números reforçam o caráter local da eleição, tanto que é possível sentir a força de Salvaro no movimento do tabuleiro eleitoral de Criciúma.
Dados da pesquisa
A pesquisa eleitoral das Eleições Municipais de 2024 em Criciúma foi protocolada sob o nº SC-08033/2024 e registrada no sistema de registro de pesquisas eleitorais em 27/08/2024, estando apta para divulgação a partir do dia 02/09/2024. A margem de erro é de 3,9%.
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