Os partidos protagonistas das eleições municipais; Mais convenções pelo estado, entre outros destaques
Faça parte do grupo do SCemPauta no WhatsApp. Não será aberto aos debates; será apenas para o envio das informações que divulgamos. Clique no link para acessar! Qualquer problema, favor entrar em contato via WhatsApp: 49985048148
A partir do próximo dia 16, começa oficialmente a campanha eleitoral deste ano. PL, MDB e PSD aparecem como os prováveis protagonistas de um pleito que definirá a correlação de forças em Santa Catarina, visando à eleição estadual de 2026.
Os emedebistas entram no cenário como o maior partido do estado, mantendo há anos a hegemonia nos pequenos e médios municípios. Os pessedistas trabalharão para continuar administrando o maior número de catarinenses, já que têm o comando da maioria das grandes cidades. Os liberais entram no jogo para tentar ultrapassar o MDB e se tornar o partido com o maior número de prefeitos.
Acontece que a estratégia do governador Jorginho Mello (PL) tem incomodado os emedebistas. O partido, que conta com a segunda maior bancada da Assembleia Legislativa, aderiu à base do governo, mas se vê como alvo de um PL que se mostrou voraz ao ir para cima de seus filiados, sobretudo prefeitos e vereadores, durante a janela para a troca de partido. Além disso, por mais que não admita publicamente, o MDB ainda não engoliu o que algumas lideranças chamam de cooptação do deputado estadual Egídio Ferrari, que, acertado para se filiar ao partido, acabou sendo atraído por Jorginho para assinar ficha no PL.
Agora, um dos maiores motivos de insatisfação de parte do MDB foi o “não” dado por Jorginho ao pedido para que o PL apoiasse o deputado federal Carlos Chiodini, que disputará a Prefeitura de Itajaí. O governador manteve Robson Coelho (PL) como candidato, em um gesto que foi visto como uma afronta ao presidente estadual de um partido que tem apoiado o governo.
Em Joinville, também houve uma situação em que os emedebistas não foram atendidos. O partido sugeriu ao governador que retirasse a candidatura do deputado estadual Sargento Lima e indicasse o vice do MDB, mas recebeu mais um “não” de Jorginho. Por fim, dos maiores municípios, em apenas três, emedebistas e liberais estarão juntos: em Concórdia, no Meio-Oeste, o MDB apoiará em branco a chapa pura liderada pelo deputado estadual Edilson Massocco (PL); em Blumenau, conforme já citado estarão com Egídio sem indicar o vice; e em Palhoça, com os emedebistas também apoiando em branco Eduardo Freccia (PL).
Já com os pessedistas, houve acordo em nove dos municípios considerados grandes. A depender das eleições, pode ser um indício sobre 2026. E isso não se limita ao resultado. O que irá contar de fato é como os liberais tratarão os emedebistas na disputa deste ano.
Fato interessante
Frente à mágoa que existe no MDB por causa da ida do deputado estadual Egídio Ferrari para o PL, questionei uma liderança sobre o que motivou o apoio que o partido dará a Ferrari, que é candidato a prefeito de Blumenau: “Lá é um caso pontual. O Novo não facilitou uma aproximação. Vimos no projeto do Egídio uma possibilidade de contribuir com Blumenau”, explicou o emedebista. Vale lembrar que Miguel Soar, que participa da executiva municipal do MDB, é marido da vice-prefeita Maria Regina Soar (PSDB), que é a vice na chapa de Egídio.
As demais forças
Para o presidente estadual do União Brasil, deputado federal Fábio Schiochet, esta será a eleição mais importante da história do partido em Santa Catarina. Com o objetivo de subir para 20 prefeituras, o UB se organizou e lançou candidatos a prefeito em diversos municípios do estado. “Temos que fazer 20 municípios. Se formos bem, sentaremos à mesa para jantar. Agora, se formos mal, não seremos convidados. No máximo, serviremos os que se sentarão”, disse Schiochet. Além disso, o Progressistas aparece como uma incógnita. O partido perdeu prefeituras e tem carecido de renovação. Quem tem puxado os progressistas pelo estado é o senador Espiridião Amin, uma das maiores figuras políticas de Santa Catarina e respeitado em todo o país. Amin tem vivido a difícil situação de estar em um patamar muito acima de seus correligionários, que não conseguem acompanhá-lo.
Patamar
Quando se diz que o Progressistas em Santa Catarina tem no senador Esperidião Amin uma figura muito além de seus correligionários, é porque, mesmo tendo lideranças com grande potencial de crescimento, é um fato que o partido carece de mais musculatura. Os deputados Altair Silva, Pepê Colaço e Zé Milton Scheffer são lideranças significativas em suas regiões; porém, ainda não alcançaram o grau conquistado por Amin.
Republicanos
Ao virar um apêndice do Partido Liberal, o Republicanos perdeu a chance de tentar se tornar um partido com mais musculatura em Santa Catarina. Ligado ao meio evangélico e liderado pela Igreja Universal, o partido perde ao não ter vida própria. Essa condição de linha auxiliar do PL levará o Republicanos a se apequenar consideravelmente no estado.
Itajaí
O vereador e comunicador Osmar Teixeira (PSD) foi homologado como candidato a prefeito de Itajaí. Ele terá como vice na chapa o presidente da Câmara de Vereadores, Marcelo Werner (Republicanos). A manutenção da aliança contou com a força do presidente local do Republicanos, Fábio Rezes, que, mesmo diante da pressão do presidente estadual do partido, deputado Jorge Goetten, não cedeu e manteve a palavra dada aos pessedistas, conforme me relatou há alguns dias. “Quando eu dou a minha palavra, eu não volto atrás”, disse.
Improcedente
O jurídico da pré-campanha do prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD), perdeu ontem uma ação movida contra o ex-prefeito Gean Loureiro (UB). Os advogados de Topázio pediram a retirada das redes sociais de vídeos com críticas à sua gestão, gravados por Loureiro. O juiz da 13ª Zona Eleitoral, Marcelo Pizolati, julgou improcedente o pedido. Para o magistrado, os vídeos não continham pedido explícito de voto, essencial para caracterizar a propaganda eleitoral antecipada. Além disso, ele afirmou que as críticas presentes nos vídeos se enquadram dentro dos limites da liberdade de expressão e do debate democrático.
Erro estratégico
A equipe da pré-campanha de Topázio Neto (PSD) errou ao entrar com a ação pedindo a retirada dos vídeos gravados pelo ex-prefeito Gean Loureiro (UB). Faltou estratégia ao não avaliar os riscos. Antes do resultado da ação, ninguém mais falava dos tais vídeos. Agora, com a derrota na justiça, os vídeos voltaram ao cenário, tudo o que Topázio não precisava.
Uczai candidato
A chapa do PT de Chapecó terá dois parlamentares na disputa pela prefeitura. O deputado federal Pedro Uczai foi homologado ontem à noite como candidato a prefeito, enquanto Luciane Carminatti será a vice. Informações de bastidores indicam que houve um pedido de Brasília para que o partido apresentasse uma candidatura. Faz parte da estratégia do PT ter candidatos disputando em municípios que tenham canais de TV. A ideia é aproveitar o espaço para fazer uma forte defesa do governo Lula, além de fortalecer a chapa proporcional, onde o partido não tem candidatura com chance de vencer.
Projeto partidário
É incontestável a força política dos deputados do PT, Pedro Uczai e Luciane Carminatti. Uczai é, atualmente, o segundo deputado federal mais votado no estado, tendo recebido 173.531 votos. Luciane Carminatti é a segunda deputada estadual mais votada, com 92.478 votos. Por mais que sejam lideranças consolidadas, é um fato que entram num pleito que nasce praticamente definido devido à força do prefeito João Rodrigues (PSD). Vão para cumprir com o papel partidário, ainda mais Uczai, que nos próximos dois anos deverá ser o líder do governo Lula (PT) na Câmara dos Deputados. Se o cenário em Chapecó fosse outro, entrariam na disputa com plenas condições de buscar a vitória. Agora, uma coisa chamou a atenção: nem Uczai nem Luciana participaram da própria convenção. A participação foi a distância, por vídeo. Mesmo com toda a tecnologia disponível, é no mínimo curioso ver candidatos esvaziando a própria convenção.
Peeter é homologado
O PL de Balneário Camboriú homologou a candidatura de Peeter Lee Grando como candidato a prefeito. O presidente da Câmara de Vereadores, David La Barrica (PRD), é o vice. Lideranças locais e alguns deputados prestigiaram o evento. O governador Jorginho Mello (PL) não compareceu, pois foi participar da convenção do Cidadania de Carmen Zanotto em Lages. Peeter só terá o PSDB/Cidadania, que estão federados, em sua aliança, além do PRD do candidato a vice. Por vídeo, o presidente Jair Bolsonaro falou rapidamente aos presentes. Ao final, o candidato liberal discursou: “Tenho muito orgulho de representar o projeto de continuidade de nossa cidade. Temos muito ainda a ser feito e tenham certeza de que me preparei para esse momento”, finalizou Peeter.
Carmen é homologada
A deputada federal Carmen Zanotto (Cidadania) foi homologada ontem como candidata a prefeita de Lages. A convenção contou com a participação do governador Jorginho Mello (PL), que, pela primeira vez, colocou no peito o adesivo de um outro partido que não o seu. Em apoio a Carmen, Jorginho desfilou com o número 23 no peito e discursou em favor da ex-secretária de Estado da Saúde. Para o governador, eleger Carmen é uma questão pessoal. O vice na chapa será Jair Júnior (Podemos). A aliança ainda contará com o PL, o PSDB, que está federado ao partido de Carmen, o Republicanos e o PRD.
Outros candidatos
O ex-procurador-geral do Estado, Lio Marin (UB), foi homologado ainda no sábado como candidato a prefeito de Lages. Ele terá como vice na chapa Vinicius Borges (Novo). A candidatura de Marin terá um padrinho de peso: o ex-governador Raimundo Colombo (PSD). Quem também foi homologado é o ex-prefeito Elizeu Mattos (MDB). Gil Zappellini (DC) será o vice na chapa.
Vice de Adeliana
O jovem pastor Thiago Ramos será o vice na chapa de Adeliana Dal Pont (PL), candidata a prefeita de São José. Filho do bispo Flori Ramos, Thiago chegou a ser descartado por causa de algumas críticas feitas por seu pai ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), porém, houve o entendimento no partido de que ele é o melhor nome para ocupar a vaga. Adeliana chegou a procurar o ex-prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, para oferecer a vaga de vice ao União Brasil, o que não foi aceito. Dessa forma, os liberais vão de chapa pura para a disputa.
Sem foto
Não convidem para a mesma mesa o presidente do PDT de Florianópolis, Thiago Silva, e o ex-prefeito Gean Loureiro, do União Brasil. Mesmo que unidos ao ex-senador Dário Berger (PSDB), que disputará a Prefeitura, Gean e Silva são como água e azeite: não se misturam. Mágoas do passado não permitem nem mesmo que se olhem. Caberá a Dário saber gerenciar a má relação entre as duas lideranças.
Carlito candidato
O ex-prefeito Carlito Merss (PT) foi homologado ontem como candidato a prefeito de Joinville. Ele deverá ter como vice Rodrigo Bornholdt (PSB). Na aliança do petista, ainda estão o PV e o PCdoB, que estão federados ao PT, e mais o PSOL, Rede, e possivelmente o PSB.
Troca no Senado
O agora secretário de Estado de Portos, Aeroportos e Ferrovias, Beto Martins (PL), assume hoje o cargo de senador pelo período de 120 dias. Ele estará no lugar da senadora Ivete Appel da Silveira (MDB), que se licenciou para ajudar na campanha de candidatos de seu partido na região Norte do estado.
Veja mais postagens desse autor