PSD admite o seu projeto para 2026; Confira as movimentações da política pelo estado
Faça parte do grupo do SCemPauta no WhatsApp. Não será aberto aos debates; será apenas para o envio das informações que divulgamos. Clique no link para acessar! Qualquer problema, favor entrar em contato via WhatsApp: 49985048148
As convenções do PSD em Chapecó e Criciúma mostraram que 2026 é logo ali. Se até agora somente o governador Jorginho Mello (PL) fez movimentos voltados para a próxima eleição estadual, e faz isso sem a menor questão de esconder, agora os pessedistas resolveram escancarar o seu desejo de ter um candidato a governador.
“Disse o que todos queriam ouvir e dizer”, me falou uma liderança do PSD, após ser questionado a respeito do gesto do prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, que ontem, na convenção que homologou Vaguinho Espíndola como candidato a prefeito de Criciúma, chamou o prefeito de Chapecó, João Rodrigues, na frente do palco, pegou em sua mão e disse: “Oh, João, eu quero dizer pra ti: em 2026, eu quero percorrer o estado de Santa Catarina para pedir voto pra ti ser o governador de todos os catarinenses. João Rodrigues, o próximo governador de Santa Catarina”, disse Salvaro de forma empolgada.
O fato é que Rodrigues vai para uma reeleição muito bem avaliado. Há, inclusive, uma grande expectativa de uma vitória robusta, o que o colocará em plenas condições de querer a Casa D’Agronômica em 2026. Claro que só vencer em Chapecó não basta, e o pessedista tanto sabe disso que, há tempos, tem percorrido as regiões de Santa Catarina, o que o fez estadualizar o seu nome.
Vale destacar que o cenário de Chapecó não pode passar despercebido pela seguinte situação: o governador não conseguiu emplacar o vice do PSD, que disputará em chapa pura. Pior, Jorginho também não conseguiu um candidato para fazer frente a Rodrigues, que o governador já elegeu como adversário olhando para a eleição estadual. Essa situação enfraquece o argumento de que o ex-presidente Jair Bolsonaro estará com Jorginho contra Rodrigues. Podem escrever, isso não acontecerá, nem agora, nem muito menos em 2026, pois, se fosse assim, Jorginho teria conseguido o apoio de Bolsonaro contra Rodrigues nesta eleição, com o argumento de que é um pleito importante para o Partido Liberal e, com isso, teria conseguido um nome para disputar. Não conseguiu e vê o seu partido sair menor em Chapecó, tendo apenas chapa para a Câmara de Vereadores.
Portanto, os pessedistas tomam coragem de dizer abertamente o que todo mundo já via, que é uma provável pré-candidatura de João Rodrigues a governador. A questão é que, dado um passo, não terão mais como recuar. Além disso, não se pode esquecer que o MDB, por exemplo, também sonha em retomar o protagonismo. Com isso, é provável que teremos três partidos protagonizando o cenário a partir de novembro, sendo que o PSD com Rodrigues, e o PL com Jorginho Mello, já colocaram a cara pra fora.
Um detalhe
Dos 20 maiores municípios do estado, MDB e PSD estarão juntos em 9 ou 10. Já com o PL, os emedebistas estarão em um ou dois municípios no máximo. Cada um janta com quem tem mais afinidade.
O vice
O vice escolhido pelo prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), o vereador Valmor Scolari (PSD), tem uma história de vida que chama a atenção. Ele foi acometido pela Covid-19, teve inúmeras complicações, foi parar em estado grave numa UTI e ficou por vários dias entubado. Talvez fosse o destino, pois conseguiu se recuperar e agora está na condição de candidato a vice-prefeito de Chapecó.
Detalhes tão pequenos…
Ouvi falar nos bastidores que o prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD), não teria sido autorizado pela Casa D’Agronômica a participar das convenções de seu partido em Chapecó e Criciúma. Pelo visto, há problemas em sua gestão que geraram uma forte dependência do governador Jorginho Mello (PL). Isso faz com que Topázio se submeta a situações às quais qualquer liderança consolidada não se submeteria. Resta saber quando falará abertamente para a população sobre o seu futuro. Em qual partido será?
Em Floripa
A esquerda vai mesmo dividida, conforme escrevi na sexta-feira. O deputado estadual Marcos Abreu, o Marquito (PSOL), foi homologado candidato a prefeito de Florianópolis. Ele oferece o espaço de vice para o PT, que não abrirá mão da candidatura de Vanderlei Farias, o Lela. Como não haverá acerto com os psolistas, caberá a Ana Carolina Andrade (PSB) a vaga de vice do petista.
Disputa acirrada
Criciúma terá uma das eleições mais acirradas de sua história. De um lado, o deputado federal Ricardo Guidi (PL), que tem o governador Jorginho Mello (PL) ao seu lado e a vantagem de que, na condição de parlamentar, teve muito mais visibilidade que o seu principal adversário. Já Vaguinho Espíndola (PSD) chega com a bênção do prefeito Clésio Salvaro (PSD), que goza de grande aprovação da população criciumense, somado a uma menor rejeição. Num primeiro momento, quando Arleu da Silveira estava na condição de pré-candidato, Guidi chegou a manter uma vantagem considerável. Agora, o jogo com Vaguinho se equilibrou, o que faz com que seja impossível prever quem será o próximo prefeito. Só um detalhe: Guidi precisa pensar se ele quer vencer a eleição ou derrotar o PSD e Salvaro, que não o quiseram como candidato. Atualmente, a impressão é que é a segunda opção.
Sub judice
O Partido Liberal de Balneário Camboriú realiza hoje a sua convenção, a partir das 19h22. Peeter Lee Grando será homologado como candidato a prefeito, tendo o atual presidente da Câmara de Vereadores, David La Barrica (PL), como vice. Vale lembrar que, mesmo com o desembargador indeferindo o pedido liminar de suspensão da convenção, a decisão de hoje ainda estará sub judice até que seja votado o mérito. Alguns advogados consultados entendem que o judiciário não vai querer entrar em bola dividida e que, por isso, votará pelo reconhecimento das filiações, mesmo tendo sido depois da formação da comissão provisória.
Prova de fogo
O radialista Peeter Lee Grando (PL) vai para uma disputa contra uma candidata que conseguiu construir uma grande musculatura. Ao contrário do que seria se o candidato dos liberais à Prefeitura de Balneário Camboriú fosse o deputado estadual Carlos Humberto Silva (PL), a vereadora Juliana Pavan (PSD) começa o pleito como favorita. Ela conseguiu, através da Câmara, personificar a oposição ao atual prefeito Fabrício Oliveira (PL), que tem sido alvo de muitas críticas da população. Além disso, Peeter terá que provar durante o período eleitoral que tem proposta e terno para ser prefeito. E terá que deixar muito claro que, se for eleito, será um prefeito de fato, e que não estará a serviço de Oliveira. Ganha BC com duas jovens lideranças na disputa.
Menos dois partidos
O domingo foi de definições no tabuleiro político de São José. A candidatura de Adeliana Dal Pont (PL) perdeu dois partidos, o PRTB e o PRD, que decidiram apoiar o ex-vereador Moacir da Silva, homologado candidato pelo Podemos. A campanha de Adeliana havia anunciado o apoio das duas siglas, que recuaram diante do cenário adverso. A ex-prefeita, que sofre com resistência da direita ao seu nome, corre o risco de sofrer mais críticas dos bolsonaristas por ter fechado apenas com o Avante, sigla de centro-esquerda que apoiou o atual presidente Lula (PT) na disputa à presidência em 2022. O Avante é o partido do deputado federal André Janones, um dos maiores críticos de Jair Bolsonaro (PL).
Joinville
O deputado estadual Sargento Lima (PL) foi homologado como candidato a prefeito de Joinville. Ele terá como vice Fabi Venera (PL). Lima sabe das dificuldades que terá por enfrentar um prefeito bem avaliado e com grandes chances de levar a eleição ainda no primeiro turno. Mais do que para o próprio Lima, será uma prova de fogo para o Partido Liberal e também para o governador Jorginho Mello (PL), já que muitos bolsonaristas também votam no prefeito Adriano Silva (Novo). Boa parte da classe empresarial, por exemplo. Mesmo assim, os liberais demonstraram grande empolgação e contam com a ida do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a Joinville, para tentar alavancar o projeto de Lima.
Nacionalizar
O grande erro de candidaturas muito ideológicas é a falta de entendimento da realidade. Quando Fabi Venera, candidata a vice de Sargento Lima em Joinville, fala em nacionalizar a eleição, em “devolver o Brasil aos brasileiros”, em lutar pelas liberdades e pelas crianças, é porque não tem proposta de fato para a população de Joinville. Um município tão grande e tão importante economicamente precisa de candidaturas que levem a sério as pautas e os desafios de uma gestão municipal, não que se preocupem em lacrar, ao invés de dar à população algo realmente palpável.
Itajaí
O deputado federal licenciado Carlos Chiodini (MDB) foi homologado como candidato à Prefeitura de Itajaí. Liderança consolidada e presidente do maior partido do estado, Chiodini entra em um cenário de incerteza, pois toda mudança de colégio eleitoral carece de tempo para maturar. Terá a tarefa de defender a gestão Volnei Morastoni (MDB), ao mesmo tempo em que trabalhará para convencer o eleitor a apostar em um nome que, apesar de novo no município, tem experiência política para a gestão. O emedebista terá como vice na chapa Márcio Dedé (UB). Já o vereador Osmar Teixeira (PSD), que será homologado hoje, entra como o franco favorito na disputa. Além de contar com a popularidade, o pessedista conseguiu construir uma forte aliança. Também vale destacar o fato de que conseguiu vencer a batalha com o PL, e terá o Republicanos na sua chapa, tendo o presidente da Câmara, Marcelo Werner, como seu vice. A convenção acontece hoje, às 19h55.
Liberais
Já os liberais terão Robson Coelho, que foi homologado como candidato a prefeito de Itajaí durante o final de semana. Ele terá como vice o vereador Rubens Angioletti. É um nome que não pode ser menosprezado, sobretudo pela força da máquina do estado. O governador Jorginho Mello (PL) tem muito interesse em Itajaí; por isso, ele deve se dedicar ao apoio a Coelho.
Volta do recesso
A Assembleia Legislativa retoma na próxima semana suas atividades, suspensas em função do recesso parlamentar de julho, encerrado na última quinta-feira (1º). Com isso, amanhã e quarta-feira ocorrem sessões ordinárias e reuniões das comissões permanentes. Também haverá duas sessões ordinárias, às 10h e às 14h, como parte do calendário especial em função das eleições municipais. Na quinta-feira (8), haverá sessão às 9h.
Veja mais postagens desse autor