O Brasil gasta – e muito – em educação, mas as despesas feitas não proporcionam os resultados educacionais esperados. Os dados relativos ao desempenho dos estudantes brasileiros no Pisa são alarmantes. Dentre os 81 países participantes, a classificação brasileira, no último exame, foi catastrófica: matemática (65º lugar); leitura (52º lugar); e ciências (62º lugar). As notas obtidas pelos alunos brasileiros demonstram que a educação oferecida no País merece atenção especial de todos.

Para piorar o quadro educacional nacional, o Brasil também está muito atrás de países desenvolvidos no que tange à educação profissional. Nos países europeus, por exemplo, mais de 50% dos estudantes de ensino médio cursam o ensino técnico. Já no Brasil, a caminhada é feita em sentido contrário, uma vez que apenas 11% de nossos alunos estão matriculados no ensino técnico.

Entretanto, as autoridades públicas precisam empreender esforços para alterar essa realidade fática. A ciência já demonstrou que a educação profissional contribui decisivamente para aumentar a produtividade e reduzir a taxa de desemprego. São benefícios econômicos já comprovados em diversos estudos científicos sérios e qualificados. Por isso, o Brasil não pode perder a oportunidade de qualificar os seus jovens por meio do ensino técnico.

Além do desenvolvimento de habilidades técnicas necessárias para o acesso ao mercado de trabalho, a educação profissional auxilia o estudante no desenvolvimento de habilidades sociais. Durante o curso técnico, eles precisam fazer estágios em empresas previamente selecionadas. Nessa hipótese, no relacionamento com os coordenadores de estágio e demais colaboradores da empresa escolhida, ocorrerá o desenvolvimento de habilidades importantes para uma boa performance durante a vida profissional, tais como a confiabilidade, a pontualidade e o cumprimento de demandas assumidas.

No que tange ao ensino profissional, é urgente que o País busque seguir as melhores experiências internacionais. Não podemos sacrificar o futuro de jovens estudantes em função de ideologias ultrapassadas que suscitam acusações preconceituosas contra o ensino técnico. Porém, para que seja oferecida educação profissional qualificada, é fundamental que sejam feitos investimentos pesados em infraestrutura escolar, aquisição de equipamentos e contratação de professores competentes para o ensino técnico. Esse é um dos grandes desafios estruturais da sociedade brasileira.