Mudanças na Câmara de Joinville: oposição fica desfalcada
De forma surpreendente, pois nada foi antecipado, aconteceu ontem (1) a volta do vereador Maurício Peixer (PL) ao seu mandato de vereador de Joinville depois de quase três anos como deputado estadual (é o primeiro suplente). Cleiton Profeta (PL) deixou o cargo porque é o primeiro suplente e com isso a oposição ficou desfalcada de um de seus mais ativos integrantes. Peixer é da ala “moderada” da bancada do PL e – segundo o ofício enviado à Mesa Diretora – passou a ser o líder até o fim da Legislatura (2024). No início do governo havia tanta harmonia entre a bancada do PL e o prefeito Adriano Silva que o prefeito foi importante na eleição de Peixer à presidência da Câmara de Vereadores; e ele importante para que o prefeito tivesse (e ainda tem) folgada maioria no Legislativo. Ney Silva, o pai do prefeito Adriano, foi o padrinho político de Peixer na primeira eleição e seu amigo pessoal. No segundo ano de mandato, os vereadores Profeta e Tonezi foram para a oposição.
Sem prazo
Maurício deve permanecer na Câmara de Vereadores por tempo indeterminado, provavelmente até o final da eleição de 6 de outubro. Caso um dos deputados do PL se eleja prefeito, Peixer retorna à Assembleia Legislativa como efetivo. Não está descartada uma “alquimia política” do governador que resulte em uma nova licença de um deputado-candidato antes da eleição. Uma fonte garantiu que “pelo menos” cinco assessores que acompanham Peixer (foram exonerados da Assembleia) assumirão o gabinete nas vagas dos nomeados pelo (agora) primeiro suplente Profeta.
Republicanos com dois vereadores
Outra novidade no início do mês na Câmara de Vereadores foi a posse do primeiro Suplente Wilson Paraíba, que disputou a eleição pelo PROS e ficou na segunda suplência com 2.278 votos, apenas 9 a menos do que Nado (2.287), a quem ele substituiu ontem (1) por um período de 30 dias. Com a posse de Paraíba, agora filiado ao partido, a bancada dos Republicanos ficou com dois vereadores. Em 2020 não elegeu ninguém. Lucas Souza foi eleito pelo PDT (2.311 votos) e Paraíba pelo Prós. Ambos são candidatos a vereador em 6 de outubro pela sigla.
Já passou a hora de ter candidato
Ressalvando que só o deputado estadual Fernando Krelling poderia ser candidato a prefeito pelo MDB (“mas ele não quer”). O vereador Henrique Deckmann (MDB) afirma que não há mais tempo para preparar “outro” candidato. Com a experiência de quem já foi prefeito no interior do Paraná, Deckmann é favorável que o partido libere seus filiados. “Temos o Fernando, mas ele não quer”, acrescentou.
O método Adriano
Desde o início de seu mandato, o prefeito Adriano Silva vem adotando a estratégia de parceria com os vereadores, não com seus partidos. O prefeito garante que não loteou cargos com os partidos aliados nem com seus vereadores. Para manter a maioria absoluta, Adriano tem apoiado os vereadores que ele considera aliado. Um exemplo é o relacionamento com dois vereadores do MDB, partido que não está na sua coligação. Perguntei a Henrique Deckmann (MDB) se o prefeito tem atendido seus pedidos. “100%”, respondeu. A maior Unidade Básica da Saúde da Família (UBSF) do município será inaugurada em breve no Jardim Paraíso, reduto eleitoral de Deckmann. O nome desta UBSF é em homenagem a uma servidora municipal e moradora do bairro, Erliete Adir dos Santos. O pedido foi do vereador Deckmann.
Ginásio coberto
Na semana passada, o prefeito esteve em uma reunião do vereador Adilson Girardi (MDB) e garantiu aos mais de 60 moradores da Estrada do Salto II (área rural) que a prefeitura vai fazer o projeto de pavimentação em lajotas em mais de 4 quilômetros. Depois ele irá buscar os recursos. Na mesma reunião, dois alunos da escola rural que atende a região pediram ao prefeito uma quadra coberta porque “na chuva não tem educação física”. O Bairro Vila Nova é reduto eleitoral do vereador Girardi. E os alunos foram atendidos.
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