Foto: Elisabete Francio

O Consórcio Intermunicipal Multifinalitário da Grande Florianópolis (CIM-Granfpolis) e a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), que implementa o projeto GEF Biogás Brasil, apresentaram alternativas para gestão e tratamento de resíduos sólidos nos 22 municípios da região em reunião nesta quinta-feira (27) na Federação das Indústrias de SC (FIESC).

A partir de estudos que vêm sendo realizados há 2 anos, com levantamento de informações de todas as cidades sobre sistemas de coleta e destinação de resíduos, custos envolvidos nesses processos e ainda no transporte e transbordo, a UNIDO apresentou três soluções para reduzir o impacto ambiental e a geração de gases do efeito estufa.

A primeira delas prevê a incineração dos resíduos para geração de energia. Por ser a opção mais cara para implementação, foi descartada pelo Consórcio de municípios. A segunda sugestão tem como foco a geração de energia a partir de biogás e a parte do resíduo orgânico é transformada em adubo orgânico. Esta opção de tratamento dos resíduos prevê sistemas de coleta, compostagem, geração de biogás e transformação do biogás em energia. A terceira opção prevê a transformação do biogás em CDR – combustível derivado do resíduo, que serve para queima em altos fornos.

Dependendo da solução escolhida para implementação, seria possível desviar de aterros sanitários entre 61% e 82% do volume de resíduos sólidos, contra menos de 5% computados hoje. Atualmente, são produzidas e recolhidas 1.416 toneladas de resíduos por dia na Grande Florianópolis.

Com a implantação de alguma das soluções, o índice de reaproveitamento de resíduos orgânicos passaria de menos de 2,5% para até 73%, dependendo da modelagem. De acordo com o especialista em políticas públicas da UNIDO, Tiago Quintela Giuliani, a região tem potencial para se tornar um “sumidouro” de emissões. “Dependendo da rota tecnológica escolhida, se chegarmos ao cenário de maior redução de emissões, a Grande Fpolis poderia reduzir a emissão anual de carbono equivalente à geração de gases do efeito de todo o estado de Santa Catarina”, afirmou.

Bruno Casagranda Neves, gestor de projetos da UNIDO, explica que, com o aproveitamento total da cadeia de biogás em SC – incluindo agricultura, proteína animal e saneamento -, poderia ser possível gerar 37 mil novos postos de trabalho, reduzir as emissões de CO² em 21 milhões de toneladas e produzir 2,1 m³ de biogás.

Para o diretor executivo da Associação dos Municípios da Grande Florianópolis, Marius Bagnati, pela primeira vez a Grande Florianópolis tem a oportunidade de ter uma solução regional para o problema dos resíduos sólidos. “As soluções que estão sendo apontadas podem reduzir a emissão de 2 milhões de toneladas de gás carbônico, fazendo o equilíbrio com as emissões de todo o estado de Santa Catarina”, afirmou. O próximo passo é preparar um edital de concessão desses serviços. A indústria de SC já tem soluções tecnológicas para implementar os serviços. O objetivo é buscar junto ao governo do estado apoio a viabilidade desse projeto por meio do Prodec.