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Jorginho tem dificuldade de dar uma identidade ao seu governo – Foto: Eduardo Valente/Secom

O governador Jorginho Mello (PL) tem demonstrado grande dificuldade em dar uma identidade própria ao seu governo e aos seus posicionamentos políticos. Isso fica muito claro quando, em um dia, faz uma manifestação muito sensata sobre a questão do polêmico Projeto de Lei do Aborto, e no outro, dá uma marcha ré que nem mesmo pessoas próximas a ele entenderam.

Mesmo com a surpresa de algumas pessoas, o fato é que a motivação para a troca de posicionamento a respeito desse tema tão delicado foi agradar o eleitorado bolsonarista. Só que o que o governador não viu é que até mesmo dentro do bolsonarismo há divergência sobre a punição pelo crime de homicídio a mulheres que abortarem após a 22ª semana. Saiu da boca do próprio Jorginho uma leitura quase perfeita sobre essa situação quando ele disse em uma entrevista em São Paulo: “É um assunto complicado, tanto é que está esse bate-boca no Brasil inteiro, e a gente perde muito tempo as vezes discutir algo que estava praticamente pacificado. Quando pode, quando não pode. Então, esse projeto quer penalizar também a mãe, a pessoa. E o remédio vira veneno quando a dose é muito grande. Então tem que ter o bom senso”, disse Jorginho.

Acontece que a sensibilidade do governador é muito forte quando há qualquer reação contrária ao que ele faz, fala ou pensa. De forma alguma sua fala na capital paulista foi favorável ao aborto. O que ele falou, para quem sabe ler, é que o assunto já estava pacificado, ponto. Aborto somente em casos extremos como risco de morte para a mãe ou estupro. E condenou sabiamente a tentativa de querer punir a mãe e encerrou fazendo um alerta para o excesso da proposta. Foi isso.

Mas ontem, na contramão da fala anterior, se disse contrário ao aborto e definiu que, após a vigésima segunda semana de gestação, se tem uma vida e é homicídio tirá-la. Ele ainda foi além, ao dizer que o projeto visa defender as crianças e que, se gere a vida, e que se entregue para adoção, como se fosse uma situação de fácil solução em casos extremos.

Essa situação serve como exemplo do que tem sido Jorginho Mello como governador. Uma liderança que ocupou quase todos os cargos eletivos, que construiu um capital político importante, agora se deixa fragilizar por não ter a coragem de assumir alguns posicionamentos por temer alguns radicais de extrema-direita. Talvez seja o primeiro caso de um governador que se torna refém de uma parcela do eleitorado e, com isso, dele mesmo.

Pacificação

Outra fala em que o governador Jorginho Mello (PL) foi muito feliz em São Paulo foi sobre a pacificação do Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. Aliás, esse pensamento não deve se limitar a esse conflito em questão. É preciso que as lideranças, incluindo Jorginho, defendam a pacificação do país como um todo. E ele mesmo pode dar o exemplo, se começar a entender a necessidade de ter uma relação republicana com o Governo Federal. Deixar de receber ministros que vêm ao estado anunciar recursos só alimenta ainda mais a divisão que prejudica o país. Governadores bolsonaristas como Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, e Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, entenderam isso muito bem, tanto que já receberam bons montantes de recursos federais para os seus estados. Até quando Santa Catarina deixará de receber mais recursos por conta de um posicionamento que não ajuda?

Legitimidade

Eu sou contra o aborto. Sou contra por acreditar que a vida já nasce na concepção. Além disso, também é preciso ter um controle, pois tem muita gente irresponsável (homem e mulher) que, por uma noite sem o devido cuidado, optariam pelo aborto para se livrar da responsabilidade. Agora, um projeto como esse que foi pautado no Congresso Nacional parte apenas de uma questão de posicionamento político. Nada mais. Não se observa a diferença entre uma imprudência e um crime, no caso, o estupro, entre outras questões que deveriam ser apontadas por especialistas, não por animadores de militância. Como jornalista, fui provocado a dar a minha opinião. Mas devo dizer uma coisa que tem que ficar muito clara para toda a sociedade. Somente os negros têm legitimidade para falar de racismo. Somente os LGBTI têm legitimidade para falar sobre o que sofrem. Somente sendo mulher para falar de machismo, e somente sendo uma mulher ou menina violentada para falar de um assunto tão difícil como o aborto, pelos inúmeros traumas que essa pessoa sente por causa da violência que sofreu. São essas pessoas que sentem a dor na pele e que, por isso, são os únicos detentores de legitimidade para abordar esses temas.

Sem Projetos

Esses dias ouvi uma conversa sobre um assunto que já trouxe para a coluna: a falta de projetos para a realização de obras em Santa Catarina. Outro assunto que vou trazer nos próximos dias é sobre a lei de licitações. O estado tem projetos feitos no governo de Carlos Moisés da Silva (Republicanos), que agora são inviáveis para a realização das obras. O preço não pode ser determinante. A qualidade do trabalho das empresas concorrentes também deveria ser incluída na avaliação. Hoje, por mais que uma empresa necessite apresentar o seu acervo para participar de uma concorrência, mesmo assim, ganha o menor preço e nem sempre quem apresenta o preço menor é o melhor.

O Afastamento de Gean

Gean se afastará de Topázio após divergências – Imagem: Rede Social

O ex-prefeito de Florianópolis Gean Loureiro se reúne hoje, às 19h, com a executiva municipal do União Brasil. A reunião é para definir a saída do partido do governo de Topázio Neto (PSD). Algumas conversas devem acontecer durante o dia, mas uma fonte me disse que é praticamente irreversível a decisão pelo afastamento do atual prefeito. Gean não terá nenhuma dificuldade em relação à direção do partido, porém, é preciso aguardar para saber se os vereadores que têm cargos no município aceitarão abrir mão desses espaços e aderir ao afastamento. A mesma fonte me disse que o problema de Gean não é com a aproximação de Topázio com o governador Jorginho Mello (PL). A questão seria o tratamento dado ao UB e a ele mesmo na condição de ex-prefeito, que abriu para Topázio Neto assumir.

O Caminho de Gean

O ex-prefeito de Florianópolis Gean Loureiro (UB) tem dois caminhos na eleição: o senador Dário Berger (PSDB) ou o ex-vereador Pedro Silvestre, o Pedrão (Progressistas). A fonte me disse que a família Amin não seria um empecilho, pois as rusgas do passado já teriam sido superadas. Mesmo assim, a tendência maior é de Loureiro se aliar ao ex-senador Dário Berger (PSDB); inclusive, o agora tucano espera por uma resposta de Gean.

Analisando

Armando analisa o seu futuro na política – Imagem: Câmara Federal

Quem anda descontente é o ex-deputado federal coronel Armando. Primeiro suplente do PL na Câmara Federal, Armando analisa o seu futuro na política, inclusive no partido. Uma fonte me disse que Armando, desde que foi exonerado da Defesa Civil, não teria recebido atenção do governador Jorginho Mello, que preside o PL em Santa Catarina.

Reflorestamento

Lucas se opôs a proposta de Naatz – Imagem: Alesc

O deputado estadual Lucas Neves (Podemos) criticou a proposta de seu colega de parlamento Ivan Naatz (PL) de proibir o reflorestamento com pinus na Coxilha Rica, em Lages. O representante da Serra defendeu os setores produtivos e ressaltou a importância econômica para Santa Catarina, maior produtor nacional de madeira serrada. Neves argumentou que legislações recentes já desoneraram a silvicultura de impactos ambientais, enfatizando que novas restrições seriam desnecessárias e prejudiciais. A FIESC também manifestou preocupação com o texto de Naatz, alertando que a medida afetaria setores como serrarias, indústria moveleira e de celulose, que são fundamentais para a economia catarinense.

BR-101

Hoje deve ocorrer em Brasília uma reunião entre a bancada federal catarinense e o ministro dos Transportes, Renan Filho. Em pauta, a revisão do contrato de concessão da Arteris Litoral Sul da BR-101. O governador Jorginho Mello (PL) também foi convidado para o encontro, que será conduzido por Renan.

Advogados e Presos

OAB se manifestou ao STF – Imagem: OAB

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) manifestou-se contra a decisão do Supremo Tribunal Federal que autorizou o monitoramento de diálogos entre o preso Ronnie Lessa e seus advogados, no âmbito do inquérito 4.954, que investiga o homicídio da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes. A medida, que inclui o monitoramento de comunicações verbais e escritas, é considerada pela OAB uma afronta às prerrogativas da advocacia e à ordem jurídica do Estado Democrático de Direito. Em documento encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito, a OAB afirma que a determinação fere gravemente a inviolabilidade do sigilo profissional, um direito fundamental garantido pela Constituição Federal e pelo Estatuto da Advocacia. Foi solicitado ao STF que reveja a decisão.