Udo Döhler | Foto: Mauro Schlieck

A análise acima mão é de nenhuma liderança otimista do partido de Adriano Silva, mas do ex-prefeito de Joinville Udo Döhler, uma voz muito influente dentro do MDB local. No final da solenidade que concedeu o título de Cidadão Benemérito ao presidente da Fiesc Mário Cezar de Aguiar, procurei Döhler para tentar a primeira entrevista dele sobre a eleição em Joinville e uma das poucas desde de sua saída da prefeitura em dezembro de 2020. Entre as fileiras e cadeiras vazias, comecei perguntando sobre candidatura própria de seu partido em 6 de abril. Inicialmente foi reticente em responder diretamente a incômoda pergunta, preferindo comentar a situação do MDB em Brasília como aliado do governo Lula – e até mesmo a situação do Rio Grande do Sul. Repentinamente, Udo Döhler afirmou que “não teremos eleição, mas uma recondução”. Em resumo: o MDB não terá candidato se depender do ex-prefeito.

Futuro deputado federal

A conversa durou cerca mais de cinco minutos e teve como testemunha o seu assessor Silvio Klock, que o acompanhou nos oito anos de prefeitura e hoje é seu funcionário da empresa Döhler. O ex-prefeito não concordou quando afirmei que ele é o maior líder do MDB em Joinville. “É uma engano da mídia dizer isso. Eu sou nem da executiva”, disse. Na prática, Udo continua sendo uma voz influente dentro do MDB. Uma prova disso é que a confirmação do ingresso do ex-vereador Fábio Dalonso no MDB foi no seu gabinete na empresa. “O Fernando (Krelling) vai ser deputado federal”, afirmou, deixando claro que sua candidatura a prefeito – e uma provável derrota – prejudicaria sua trajetória política porque o atual prefeito deve ser reeleito.

Falta de liderança

Ao buscar exemplos de que Joinville está carente de lideranças para suceder Adriano Silva em 2028– e Fernando Krelling pode ser uma delas – Udo Döhler citou o homenageado da noite como uma alternativa e um dos nomes que poderia ser preparado, mas admitiu que Mário Cezar de Aguiar dificilmente virá a disputar uma eleição. “Vou cuidar dos meus prédios”, teria dito Aguiar a um amigo empresário sobre ingressar na política.

Encontro do MDB

No final deste mês, provavelmente dia 27, o MDB terá um encontro em Joinville e a sucessão municipal será um dos itens da pauta. É certo que Krelling não quer concorrer pela mesma razão exposta por Udo Döhler (uma nova derrota na disputa pela prefeitura faria danos ao seu projeto de 2026). Uma ala do partido insiste em ter candidatura própria, mas sem Krelling não haveria outra opção. No grupo de emedebistas no Whatsapp, onde certamente esta coluna será repercutida, falou-se no ex-vereador e ex-presidente da Câmara de Vereadores Rodrigo Fachini, que retornou ao MDB, mas ele garantiu à coluna que concorrerá a vereador.

Tempestade ou tsunami?

Nesta terça-feira, a coluna abordará um “fantasma” que está escondido no armário da Justiça há mais de cinco anos. O “Caso das Lajotas” será uma tempestade ou tsunami? Vai o monstro emergir antes das eleições? O grau que terá o terremoto na Escala Richter e quando ele vai acontecer está tirando o sono de alguns pré-candidatos a vereador em Joinville.