Foto: Arquivo Pessoal

Um dos prédios mais icônicos de Joinville está desocupado há pelo menos quatro anos. É o “Palacete Niemeyer”, localizado na Rua Luiz Niemeyer, início da Rua do Príncipe, a mais tradicional da cidade. Desde a tentativa mal sucedida da administração anterior de utilizá-lo com um órgão público, o prédio está desocupado. Sua fachada está começando a dar sinais de abandono. Esta semana, o Senado aprovou a proposta da senadora Ivete Silveira (MDB) que busca tornar Joinville a Capital Nacional da Cultura e da Arte. O mau exemplo do Palacete Niemeyer compromete este projeto.

Demolição do prédio

Construído em 1906, o prédio abrigou por anos a família do comerciante Luiz Niemeyer. No terreno, segundo a pesquisadora e jornalista Maria Cristina Dias, funcionou a sede da Colônia Dona Francisca, da qual Niemeyer foi diretor. No início dos anos 80, o prédio foi comprado pelo Banco do Brasil. Ao lado, na sede da AABB, o banco projetava construir sua sede e necessitava do terreno. Quando a demolição iria começar, houve protesto do segmento cultural e o prédio foi preservado por ordem do presidente do Banco do Brasil, o joinvilense Roberto Colin, que ordenou uma revisão no projeto e o prédio foi preservado.

Teatro Nicodemus

Foto: Arquivo Pessoal

Outro prédio histórico tombado em 2003 é o conhecido Cine Palácio, localizado bem no centro de Joinville. Desocupado desde meados do ano passado, quando a Igreja Universal do Reino de Deus deixou de ser locatária, o prédio está com suas portas fechadas. Segundo um comerciante vizinho do prédio, houve um desacordo entre a igreja e a família proprietária residente em Lages. O telhado e as instalações elétricas necessitavam de reformas e seriam interditados. O locador cobrava do locatário, que por sua vez alegava um custo elevado. O prédio foi originalmente construído como Teatro Nicodemus pelo empresário Francisco Nicodemus em 1917. Nos anos 40 ele foi vendido para uma empresa e passou a ser cine-palácio, pois passou a exibir filmes e teatro. Durante anos foi o principal ponto cultural da cidade.

Sede da Justiça Federal

Foto: Arquivo Pessoal

É impossível precisar o quanto Joinville arrecada em impostos federais, mas certamente é o maior contribuinte de Santa Catarina. Paradoxalmente, a Justiça Federal continua funcionando há anos em prédio alugado na Rua do Príncipe, mesmo tendo um amplo terreno no centro da cidade, o qual continua aguardando a construção do prédio já projetado. O terreno abrigou o prédio (já demolido) do antigo Fórum Governador Ivo Silveira. A Justiça Estadual permutou a área com o município e construiu há muitos anos o atual Fórum ao lado da Câmara de Vereadores de Joinville. Por sua vez, nova permuta transferiu o terreno para a Justiça federal.