A palestra “Eventos Extremos no Contexto das Mudanças Climáticas”, realizada na manhã desta quinta-feira (6) no Palácio Barriga Verde, em Florianópolis, marcou o início da nova agenda ambiental promovida pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina, por meio do Programa Alesc Sustentável. O evento também marca o início do Mês de Conscientização Mundial em Defesa do Meio Ambiente, celebrado em junho.

A professora associada da UFSC na área de Oceanografia Física e Coordenadora da Sub Rede Desastres Naturais da Rede CLIMA, Regina Rodrigues, falou sobre a importância da adoção da agenda ambiental pelo poder público.

“As mudanças climáticas estão aumentando a frequência e a intensidade desses eventos extremos e Santa Catarina também está na zona propícia para a ocorrência dos mesmos, então é muito importante isso estar na agenda para que a gente desenvolva políticas públicas de prevenção.”

Regina Rodrigues, professora associada da UFSC | FOTO: Bruno Collaço / AGÊNCIA AL

Entre as iniciativas a serem desenvolvidas neste sentido, ela apontou a criação de um sistema de monitoramento de eventos climáticos, o aumento dos investimentos para a defesa civil e a criação de um plano de contingência visando diminuir a vulnerabilidade das populações afetadas.

“Há várias ações que podem ser feitas, mas a prevenção é muito mais barata do que os efeitos decorrentes das tragédias”, frisou.

Proponente do evento, o deputado Marquito (Psol) afirmou que o tema é especialmente importante para o estado, que já estaria experimentando os efeitos das mudanças climáticas por meio da alteração no regime de chuvas durante o ano, com aumento no número de estiagens no Oeste e Planalto Serrano, e de enchentes no Sul e Vale do Itajaí.

Deputado Marquito (Psol) | FOTO: Bruno Collaço / AGÊNCIA AL

Na condição de presidente da Comissão de Turismo e Meio Ambiente, Marquito também falou sobre a intenção de se constituir um plano de adaptação às mudanças climáticas específico para o estado.

Segundo disse, a ideia é reunir em um único texto os sete projetos que tratam do assunto e que estão em tramitação na Assembleia Legislativa. Atualmente, só três dos 27 estados brasileiros têm planos de adaptação climática atualizados. Conforme levantamento realizado em 2021 pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), dos 5.570 municípios do país, 1.580 constam no cadastro nacional de risco.

“A gente tem discutido esse tema e acho que a Assembleia Legislativa pode ser muito importante nesse processo, já que o governo do Estado não tem nenhuma iniciativa, nenhum plano, nenhum programa estabelecido”, disse.