A Associação dos Policiais Penais e Agentes de Segurança Socioeducativos (APPS) enviou uma carta aberta para manifestar-se sobre a tentativa de fuga de 7 presos considerados extremamente perigosos da Penitenciária Industrial de Chapecó. Na carta, os profissionais fazem um alerta para a falta de efetivo no sistema prisional, o qual, segundo eles, está superlotado e passando pelo que chamaram de “situação delicada”. Segue a carta:

“Quando não se tem notícia da nossa atividade é porque está tudo controlado e bem administrado, entretanto, são várias as situações de crise que dia após dia têm-se acompanhado.

Investimentos nessa área são considerados “ruins de votos”. Temos clamado por novas nomeações, pois o quadro está deficitário, mas sem atenção dos governantes. Os Policiais Penais e Agentes de Segurança Socioeducativos têm se esforçado ao máximo para manter os “portões de Hades” fechados, mantendo a segurança da população catarinense, mas esse esforço hercúleo tem limite. Por mais que façamos bem mais do que podemos, somos seres humanos e temos limitações físicas e mentais.

Estamos adoecendo, sendo agredidos, mortos. Nossa expectativa de vida é de 55 anos e agora com a nova reforma da previdência, nem mesmo mais conseguiremos nos aposentar com dignidade, isso se conseguirmos chegar até lá diante das condições insalubres, perigosas e precárias de trabalho.

Parabenizamos os esforços realizados pelos nossos bravos colegas que evitaram uma fuga de presos violentos e perigosos, e mais ainda, contiveram uma possível rebelião. Do mesmo modo, mais uma vez, alertamos o governo e a sociedade sobre a necessidade de mais profissionais, melhor qualificação profissional, melhor reconhecimento pecuniário e maior atenção das autoridades” – Associação dos Policiais Penais e Agentes de Segurança Socioeducativos (APPS)