Quase sempre, no início de atividades do Congresso, já começam a aparecer pedidos de Impeachment do Presidente da República. A maioria, em geral, sem pé nem cabeça. Mas, agora, diferentemente, há dois pedidos, já apresentados, que fazem muito sentido. Acho que não vão dar em nada porque o momento é totalmente inoportuno para uma empreitada desse gênero. Mas, que estão bem bolados, não há dúvida.

Os deputados justificam os pedidos com o fato de que o Presidente Lula, afirmou, publicamente, que Dilma Rousseff foi vítima de um “golpe”. Isso aí – um golpe, o ato de derrubar presidente através de medida de força, de modo inconstitucional e antidemocrático – é crime. O falatório irresponsável do Presidente significa, portanto, que ele está acusando, de ter praticado um crime – a Câmara dos Deputados que decidiu, por votação entre seus membros, dar início ao processo, o Senado Federal que julgou a Presidente e condenou-a também por maioria dos seus membros, e o Supremo Tribunal Federal cujo Presidente, na época Ricardo Lewandowski, presidiu a sessão de julgamento. Acusar alguém de executar um crime, é também um crime.


Poucas vezes na história do Brasil houve pedidos de impedimento com evidências tão claras e tão facilmente comprováveis de crime praticado pelo Presidente. Não creio, mesmo assim, que esse petardo siga o trajeto que seus patrocinadores almejam. Em começo de mandato o Congresso não tira do cargo presidente algum. E com Artur Lira na Presidência da Câmara a chance é menor ainda. Bolsonaro teve 158 pedidos de impedimento contra ele e nenhum foi para frente. Mas, o atual Presidente, que trate de controlar sua boca. Tal como seu antecessor, Lula fala demais e, por alguma razão, anda falando muita bobagem. Como se sabe tão bem, o peixe morre pela boca.