Segundo algumas fontes, Carlos Alberto Fernandes, o Neno, condenado na Operação Águas de Palhoça, atua como o mentor do consórcio formado pela PNA/Saneter, no processo licitatório para os serviços de operação e manutenção de água e esgoto para o município de Palhoça.

Em 2013 o Gaeco deflagrou a Operação prendendo na época o então secretário de Administração de Palhoça, Carlos Alberto Fernandes Júnior, o Caco, filho de Neno, e o dono da empresa que terceirizava os serviços de operação e manutenção de água e esgoto para o município, Luís Fernando Oliveira, o Dentinho. Os três foram condenados em segunda instância e, aguardam o resultado do recurso impetrado no Superior Tribunal de Justiça.

Segundo a acusação, na época um esquema foi montado para a renovação irregular de contrato de prestação de serviços na área de abastecimento de água e saneamento básico de Palhoça. No esquema segundo denúncia do Ministério Público, Neno era o responsável pelo lobby, Caco liberava facilidades para a empresa na Prefeitura, em troca de propina que era paga por Dentinho aos dois. Os três foram presos, conseguindo a liberdade 40 dias após, mas algum tempo depois foram condenados em duas instâncias por corrupção. A segunda sentença foi proferida pela juíza Carolina Ranzolin Nerbass Fretta, em 2016.

Passados quase 10 anos da operação a Prefeitura de Palhoça lança uma nova licitação, para terceirizar os mesmos serviços que motivaram a operação e que, atualmente, estão a cargo da multinacional Veolia/Proactiva. Entre as concorrentes do novo processo licitatório estão a própria Veolia, a Água Forte de São Paulo, Itajui do Paraná, além da Atlantis e PNA/Saneter, ambas de Santa Catarina. Outra catarinense, a Rio Vivo foi a única inabilitada.

Duas fontes procuraram o SCemPauta para relatar que Neno seria o mentor do consórcio formado pela PNA, empresa constituída pelo empresário Paulo Ney Almeida, dono da Construtora Espaço Aberto, que está em nome de seu filho, Paulo Ney Almeida Júnior. Eles mantiveram contato com pessoas próximas a PNA de onde obtiveram a informação.

Contraponto

Procurado, Neno se limitou a responder via WhatsApp: “Não estou vinculado a nenhuma empresa que possa ou esteja em processo licitatório em qq lugar grato (sic) ”. Vale lembrar que em virtude da condenação, ele não poderia participar da concorrência, mesmo que de modo informal.

Também liguei para o Consórcio PNA/Saneter. Fui atendido por um engenheiro de nome Danilo, que é o preposto do consórcio na licitação em Palhoça. Questionado, ele disse que não podia afirmar se Neno está auxiliando, mas confirmou que o conhece e que ele já prestou consultoria para a PNA. De acordo com Danilo, a equipe será formada se houver êxito no processo, não confirmando e nem excluindo a possibilidade de contratação de Neno.