Negar cargo a uma deputada é ato radical e intolerante – Coluna do Paulo Gouvêa
Pelo que tenho visto nos relatos de Marcelo Lula, surgiu uma considerável polêmica em torno da possível presença da Deputada Ana Campagnolo em uma das vice-presidências da Assembleia Legislativa. Polêmica, a meu ver, fora de propósito. E meu ponto de vista não tem um pingo de relação com ideologia, política partidária, desavenças de qualquer tipo. O único ponto que, a meu ver, interessa no caso, é o fato de que ela foi votada e eleita para a Assembleia e, portanto, representa uma parcela do eleitorado de Santa Catarina. Embora não seja essencial, há ainda a circunstância de que ela é foi a deputada mais votada, fez quase 200 mil votos.
Um veto ao seu nome para compor a chapa significa uma proibição de que esse povo todo tenha sua parcela de representação no conjunto do parlamento estadual. Outros deputados e deputados estarão ali presentes, por indicação de seus partidos, sejam de direita, de esquerda ou o que for e não cabe a alguns deles, ou a quaisquer outros, questionar quem teve votos de quem, quais as atitudes e posições de cada um. A casa do povo catarinense tem 41 cadeiras e ela é assim plural, coletiva, justamente para comportar todos os segmentos de opinião e de crença dos nossos eleitores. Negar a qualquer desses núcleos da sociedade o pleno e irrestrito exercício de qualquer das atividades ou funções dentro da Assembleia me parece um inaceitável ato, este sim, de intolerância e de radicalismo, incompatível com o espírito integralmente democrático que a Assembleia deve representar.
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