Nesta coluna que marca a virada de 2022 para 2023 gostaria de manifestar algo além de uma mensagem de “Feliz Ano Novo” para você. Meu desejo é mostrar que há sim um caminho para fazer um feliz ano novo – e esse caminho é o Turismo brasileiro. Para traduzir esse desejo, vou aproveitar de uma entrevista que concedi recentemente à jornalista Elisa Veeck, da CNN Brasil, cuja pauta foi inspirada numa pesquisa da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo, a Braztoa, revelando que a indústria turística brasileira crescerá mais de 50% em 2023. A jornalista comenta que, apesar dessa expectativa, a falta de uma política de planejamento impacta muito negativamente o Turismo nacional. E ela me pergunta: “Por quê?”
Comecei minha resposta dizendo à Elisa que o turismo interno é importante, mas temos que nos pautar e nos integrar nas cadeias produção internacional, como aconteceu no agrobusiness. Nós entregamos o Plano 2012/16 em Brasília – quando na Secretaria Nacional de Políticas de Turismo – que continha tudo isso, e nós implantamos nos últimos quatros a parte que cabe a São Paulo no Plano 20/30 da Secretaria de Turismo e Viagens. Baixamos impostos, melhoramos a cadeia produtiva, fizemos as maiores promoções da história do Turismo paulista, e mesmo com a pandemia, vamos gerar 85 mil empregos em 2022. Este é o resultado de o Governo João Doria/Rodrigo Garcia ter colocado o Turismo no centro da pauta econômica e social de São Paulo.
Por isso, reafirmo: a primeira e maior importância que tem se dar à Economia do Turismo é política. Nós tivemos no Brasil um déficit na conta do Turismo de US$ 150 bilhões (algo como R$ 800 bilhões) de 2005 para cá, que é a diferença entre o que os brasileiros gastam no exterior e o que os estrangeiros gastam aqui. Nós poderíamos estar fazendo superávits. A questão é que todos nós não ouvimos a palavra “turismo” nas eleições para governadores, para presidente, para prefeito – e é bom lembrar que este foi o maior gerador de empregos no Estado de São Paulo neste ano. E será no Brasil e será no mundo: perto de 30% dos postos de trabalho do planeta nos próximos anos virão do Turismo.
Então, é algo difícil de compreender, a não ser que você entenda que o Brasil joga apenas um jogo de curto prazo e não acredite que, para que se tenha um grande movimento de Turismo, é preciso tirar o Estado da frente. Quem mais dificulta o desenvolvimento do Turismo no Brasil é o Estado brasileiro. Nós somos um dos cinco piores lugares do mundo para se investir em negócios turísticos, ainda que sejamos o primeiro em potencial natural e um dos dez maiores potenciais culturais. Então, é um auto sabotagem que estamos fazendo há muitos anos.
Não quer dizer que nada tenha sido feito. No Governo Temer nós abrimos o capital das aéreas, tiramos impostos de importação dos parques temáticos, em São Paulo criamos os Distritos Turísticos, criamos grandes linhas de crédito, nós desenvolvemos projetos estruturantes, divulgamos o Estado no Brasil e no exterior, entre centenas de ações, obras e medidas. Deu resultado. Mas é preciso fazer o mesmo em todo o Brasil.