
O tema hoje é “candidato a vice-governador”. E se você acha que vice não tem importância, olha, é bom dar uma espiada na história do nosso país e do nosso Estado. No Brasil, no passado recente, dois vices viraram presidentes: Itamar Franco e Michel Temer, ambos por conta de processos de Impeachment. O primeiro deles derrubou Fernando Collor, o segundo Dilma Rousseff. Aqui no Estado, em 1990, Casildo Maldaner assumiu o governo devido ao falecimento de Pedro Ivo Campos. E Daniela Reihnert quase chegou lá no rastro de um dos processos de impedimento do governador Moisés. Consta, aliás, que ele não caiu justamente porque ela seria a substituta. Parece que prevaleceu aquela regra de que, com duas opções ruins, deve-se optar pelo menor dos males.
Pois bem, na atual sucessão de Santa Catarina, dois pré-candidatos a vice-governador já estão escolhidos. Um deles é Eron Giordani do PSD, que será o companheiro de chapa de Gean Loureiro do União Brasil. Primeiro os partidos se entenderam, depois acertaram que Raimundo Colombo, também PSD, seria candidato a senador e, dias atrás, completaram a “pré-chapa” com a inclusão de Eron. Cumprem-se aí alguns requisitos básicos da boa definição de um vice. Primeiro, a questão partidária: quem tem, numa eleição majoritária, a cabeça numa de uma chapa forte cede as outras vagas. Também vigorou o princípio de que deve haver certo grau de identidade ideológica entre os dois componentes. Fica ruim alguém votar em um candidato que cante de certo jeito e depois assume o outro que prefere outro tipo de música. E está presente o fator regional: unem-se a Grande Florianópolis com o Planalto Serrano mais o Oeste.
Quem também escalou seu vice foi o pré-candidato Décio Lima do PT. O escolhido é Gelson Merísio que já foi filiado ao PFL e ao DEM, ao PSD, PSDB, e agora está no Solidariedade. Nesse caso o critério da identificação doutrinária da dupla não deu as caras. O que se buscou foi uma clonagem da chapa Lula-Alckmin: PT com ex-tucano. Se vai funcionar para somar votos, é difícil dizer. Mas, a dobradinha exótica, se confirmada, pode alcançar outro objetivo: colocar Dário Berger na tal sinuca de bico: ou adere a esse bloco e, se Maneca Dias não lhe tomar a frente, corre de novo para o Senado, ou disputa o Governo no seu desmilinguido PSB, com chances pequenas de buscar algum parceiro mais graúdo.
Os candidatos a governador