
O tema desta semana me foi inspirado pela presença de cerca de 20 prefeitos, vices e vereadores catarinenses na abertura da SP Boat Show, maior evento náutico da América Latina que acontece até esta terça-feira (9) na São Paulo Expo. A feira reúne vendedores das mais diversas embarcações, entre iates, lanchas e veleiros, além de representantes de inúmeros destinos náuticos. Qual não foi a surpresa da maioria dos nossos convidados de SC – aos quais agradeço a presença também na visita ao Instituto Butantan e no almoço oferecido pelo governador João Doria e pela primeira-dama Bia Doria, que é catarinense – ao saber que mais de 60% das empresas fabricantes dos barcos da exposição são de Santa Catarina, líder desse setor no Brasil.
Impressionados com a magnitude daquilo que nosso Estado representa para a indústria náutica no país e no exterior, observei a eles que, apesar dessa liderança, temos poucas – e, felizmente, muito boas – marinas nos quase 550 quilômetros de litoral. Entre essas poucas e boas, recebemos a notícia na abertura do SP Boat Show de que a Marina Itajaí foi eleita a segunda melhor do país na categoria Excelência do Prêmio Bombarco Baleia de Ouro 2021, a maior premiação do setor náutico no país. O primeiro lugar ficou com a Marinas Nacionais, de Guarujá (SP).
Nas entrevistas para a imprensa que cobre o evento, lembrei que o turismo náutico possui grande potencial na geração de empregos: estima-se que uma estrutura náutica com cerca de 300 embarcações gere 780 postos de trabalho, movimentando cerca de R$ 141 milhões por ano. E é justo lembrar que a indústria náutica catarinense só ocupa hoje a liderança no Brasil em razão da política de incentivos fiscais implantada pelo Governo Luiz Henrique, que beneficiou os chamados “novos setores” do Turismo, como a produção de vinhos, queijos e outros que hoje já se consolidaram no cenário nacional e internacional.
A produção de barcos de passeio faz parte de um grande segmento chamado Economia do Mar, abrange os alimentos do mar, a indústria naval, portos e transporte marítimo e os recursos oceânicos. Estudos feitos pela Fiesc mostram que somos o maior produtor de pescado do Brasil – que é 18º no mundo – mas ainda dependemos em mais de 50% da pesca extrativista, onde existe muita informalidade, enquanto a sustentável aquicultura representa menos que a outra metade.