
Antes de entrar no tema central desta coluna, quero registrar que, no momento em que a escrevo, no início da tarde de domingo (13), o governador de São Paulo, João Doria, anuncia a antecipação da campanha de vacinação no Estado para o dia 15 de setembro, quando todos os adultos acima de 18 anos deverão estar vacinados com pelo menos uma dose. Como diz o governador na entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, “a história começa a mudar e a esperança chega novamente ao Brasil”. Tenho orgulho de fazer parte da equipe do Plano São Paulo que proporciona ao país toda essa esperança.
Aliás, a antecipação anunciada pelo governador João Doria tem tudo a ver com o tema central desta coluna, que começo pela afirmativa de que o Brasil inteiro sabe das consequências funestas dos brutais e injustificados ataques que o presidente Jair Bolsonaro, seus filhos e seguidores extremistas fizeram e ainda fazem à China. Entre essas consequências – uma delas é ofender e menosprezar o maior parceiro da economia e do agronegócio catarinense – a mais notória é o atraso na entrega pelos chineses de insumos IFA para a produção de vacinas, tanto pelo Instituto Butantan, em São Paulo, como para a Fiocruz, no Rio de Janeiro.
Visando contornar, o quanto possível, esse mal-estar com um parceiro estratégico, no comércio e na produção de vacinas, eu e o secretário de Relação Internacionais do Estado de São Paulo, Julio Serson, fizemos um agradecimento público à China, por meio de um artigo publicado no jornal Correio Brasiliense. “Xiè, Xiè, China: obrigado, China” mostrava o respeito que o Brasil tem pela milenar nação. Esse artigo também foi tema de uma coluna aqui no SCemPauta, algumas semanas atrás.
Como na lei da física, a ação causou uma reação com a mesma intensidade e em sentido contrário: a cônsul-geral da China, Chen Peijie, publicou no site de O Globo, em 18 de maio, o artigo “A cooperação Brasil-China acima de falácias”, no qual cita como gesto positivo o artigo que primeiro publicamos. Destaque para dois trechos do escrito pelo cônsul: “Os rumores param com o sábio, e os fatos falam mais alto que palavras” e “O vírus é o inimigo comum da humanidade, e a tarefa urgente é vencer a pandemia”.
A repercussão positiva da tentativa de alinhamento entre o Brasil, liderado por São Paulo, e China, ultrapassou as fronteiras da mídia nacional. Trechos do agradecimento paulista e de entrevistas que dei foram reproduzidos em dezenas de veículos chineses, como o East Money, a partir da distribuição por meio da maior agência de notícias do país, a Xinhua. Destaque para o Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista chinês, publicado em mandarim, inglês e português, e cuja versão digital, acessada em todo o mundo, chega a ter 300 milhões de acesso em apenas um dia. Além de reforçar os laços de harmonia, aproveitei para lembrar que o Brasil estará aberto para bem receber os turistas chineses quando tivermos a devida segurança sanitária.