Neste 17 de maio faço meu segundo aniversário em meio a pandemia da Covid-19. No ano passado disse muitas vezes que não iria computar o 2020 por ter perdido muito com o isolamento. Brincadeiras à parte, mais um ano se passou e, em meio ao medo e a consequente ansiedade que nos abateu, este tem sido um período de muitos ensinamentos e conscientizações.

Logo no começo da pandemia fui surpreendida com um “você pode ficar em casa, afinal você é do grupo de risco”. Como? Eu? Trabalho desde os 18 anos, nunca parei, poucas férias, sou jornalista, trabalho em mais de um lugar, polivalente, proativa, por quê? E a resposta veio: “Ué! Você não está prestes a fazer 60 anos? Idosos devem se resguardar”.

Não se tratava de negar a idade e muito menos a seriedade da pandemia. É que eu não me enxergava como uma idosa nos modelos que até então eu reconhecia. Na verdade, como muitos, eu estava estereotipando a pessoa idosa.

Mas afinal quem somos, o que queremos e necessitamos? O envelhecimento da população tornou-se um desafio para a sociedade. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) o número de pessoas com idade superior a 60 anos chegará a 2 bilhões de pessoas até 2050, ou seja, um quinto da população mundial. Para atender a esta população na qual me incluo, agora de forma bem mais consciente, são necessárias políticas públicas que assegurem qualidade de vida e, para tal, acesso à saúde, cultura, lazer, mobilidade, entre outras.

Sou idosa sim! Uma idosa do século XXI que entra com tudo na busca de envelhecer de bem com a vida e atenta para que seja garantido a todos uma vida digna, segura, ativa e saudável.