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O governador Carlos Moisés da Silva (PSL) volta ao comando do Estado com uma responsabilidade redobrada. Se livrou do processo de impeachment, mas ainda enfrenta a desconfiança de parte da população catarinense em relação a compra dos 200 respiradores fantasmas da Veigamed.
Muito embora tenha sido absolvido, o resultado do julgamento onde todos os desembargadores votaram a favor da cassação, torna ainda mais necessária duas questões para Moisés: a recuperação dos R$ 33 milhões e a cobrança junto aos responsáveis pela investigação, para que apresentem uma resposta clara à população sobre quem realmente participou da compra fraudulenta. Ninguém mais do que Moisés deve se interessar por essas buscas, pois, somente assim, conseguirá dar a resposta que a sociedade pede.
Vale lembrar que tanto o Tribunal de Contas do Estado, Polícia Federal, Procuradoria-Geral da República e o Superior Tribunal de Justiça afirmam que o governador não participou da compra fraudulenta. Se esses órgãos de controle e investigação dizem de forma cabal, que não há prova contra Moisés, por qual motivo parte da população o segue acusando? A resposta é que as pessoas estão mais atentas e nunca estiveram tão desconfiadas em relação aos políticos, sem contar, é claro, os posicionamentos passionais de pessoas que preferiam ter em Daniela Reinehr (sem partido) a governadora.
Independentemente do que for, perigosamente se inverteu a lógica, passando do “todos são inocentes até que se comprove a culpa”, para “todos são suspeitos até que se provem inocentes”. É o injusto ônus que alguns políticos hoje carregam, pelos inúmeros crimes de outrora na esfera pública que ficaram sem solução, portanto, mesmo com todas as provas apontando para a inocência de Moisés, ainda há a necessidade da solução desse caso tão hediondo para que ele se livre dessa pecha.
Na esfera administrativa o governador e sua equipe terão muito trabalho. As primeiras informações de bastidores é que a casa está desarrumada, com ações paralisadas por mera decisão política, já que Daniela e seu grupo não queriam fazer com que as ações iniciadas com Moisés, fossem concretizadas.
O fato é que Daniela fez mal a Santa Catarina e, isso ficará evidente com o passar dos dias. Estagnou ações importantes, desorganizou a Saúde passando até por atraso de vacinas contra o Coronavírus e, vetou um projeto importante que permitiria ao Estado fazer o que o Governo Federal não faz, que é investir em rodovias importantes. Daniela foi um desastre que somente não se enxerga devido a cegueira ideológica, ou pela falta de interesse pelo bem do Estado.
Nova fase
Hoje o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) tem plenas condições de fazer com que Santa Catarina cuide da saúde das pessoas, além de trabalhar pela retomada da organização e do crescimento. A Assembleia Legislativa segue com boa vontade, não submissa, mas parceira do Governo do Estado nos projetos de interesse público. Moisés também conta com um núcleo duro no Centro Administrativo, que já se mostrou capacitado para a condução dos projetos de interesse da sociedade. Também é fundamental que se intensifique a presença do governador e seus secretários nos municípios, somada a uma maior abertura aos prefeitos e a busca de parceria com os deputados federais e senadores, na busca por recursos da União. O que também não se pode esquecer, é que o setor produtivo tem um papel fundamental e, que, por isso, merece e deve ser ouvido. Por fim, está na hora de uma grande campanha de união por Santa Catarina.
Quem perde 1
Lideranças como Gelson Merisio (PSDB), o senador Jorginho Mello (PL) e o ex-deputado federal, Paulinho Bornhausen (Podemos), são os principais perdedores com a volta de Carlos Moisés da Silva (PSL) ao comando do Estado. O tucano Merisio, visto como um nome que não poderia ser desprezado por ter recebido mais de um milhão de votos na última eleição ao Governo do Estado, sofre mais uma derrota política. Após um resultado desastroso nas eleições municipais, Merisio viu suas promessas à gananciosa Daniela Reinehr (sem partido) caírem uma após a outra. Tentou articular de todas as maneiras usando o seu poder, mas o que se viu, foi o ex-deputado perdendo um terceiro turno para Moisés, tanto, que constrangido, saiu a francesa do processo quando viu que não conseguiria manter Daniela no poder. Já Paulinho Bornhausen segue à sombra de Merisio, sem conseguir se encaixar num projeto que o alce novamente com força ao cenário estadual.
Quem perde 2
Por sua vez, o senador Jorginho Mello (PL) é o que menos perdeu, mas saiu chamuscado do processo de impeachment de Carlos Moisés da Silva (PSL). Tudo pelo fato de ter deixado algumas digitais no processo, sobretudo com a indicação da deputada federal, Carmen Zanotto (Cidadania) para a Secretaria de Estado da Saúde. O pai do Pronampe poderia ter pensado mais, pois, se assim o tivesse feito, com toda certeza teria visto que só teria a perder ao se envolver com a disputa inoportuna. Primeiro que se Daniela ficasse, quem comandaria o Governo do Estado seria Gelson Merisio (PSDB) e, segundo, que a volta de Moisés seria um atestado de que Jorginho não teve força para articular a derrubada do governador.
Quem perde 3
O deputado estadual Laércio Schuster (PSB) fez um discurso no mínimo, hipócrita, ao falar do caso dos respiradores. Ele chegou a afirmar que não pertence a esse tipo de classe política. Schuster pertence a uma classe que se encontra em cafezinho para acertar cargos em troca de votos. É uma classe fisiologista que apesar do discurso moralista, age de forma contrária aos interesses da sociedade.
E Daniela?

A novamente vice-governadora, Daniela Reinehr (sem partido), volta para o seu devido lugar, que é o da expectativa pelo poder. É só isso que ela consegue enxergar, dada a sua ânsia pelo cargo, mesmo que isso custasse a ela se tornar apenas uma marionete. É lamentável que Daniela tenha sido tão irresponsável nos últimos dias, fazendo mudanças drásticas na equipe de governo sem ao menos saber se ficaria. A vice mais uma vez demonstrou não ter equilíbrio e tão pouco, condições de fazer a gestão de um Estado. Após encerrado o atual governo, sairá do cenário para o esquecimento.